Metroid Prime 4: Beyond – Análise – Vale a Pena – Review

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Após quase 2 décadas de espera, Metroid Prime 4: Beyond finalmente chegou no Nintendo Switch 1 e 2, Mas será que o jogo realmente vale a pena? É o que nós vamos descobrir na análise de hoje?

A história de Metroid Prime 4

Metroid Prime 4: Beyond – Análise – Vale a Pena – Review

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Logo no começo do jogo, Samus é transportada para um planeta misterioso que parece estar fora de todos os radares conhecidos e o objetivo principal dela é sair daquele local.

Metroid sempre foi elogiado por sua atmosfera melancólica e narrativa sutil. Mas em Beyond, a história é extremamente básica: Samus está presa em um planeta e precisa reunir cinco chaves para escapar. O suposto antagonista Sylux, aparece em cenas pontuais, fala pouquíssimo e não recebe qualquer desenvolvimento.

Por outro lado, os diálogos dos coadjuvantes são excessivos e mal escritos, muitas vezes remetendo ao tom que você esperaria de outras obras da Nintendo, como os jogos de Zelda por exemplo, mas que não funcionam muito bem na atmosfera de Metroid. O resultado são interações forçadas em que Samus parece apática ou desrespeitosa por simplesmente ignorar quem fala com ela.

Metroid Prime 4: Beyond – Análise – Vale a Pena – Review

Os jogos da série Metroid Prime sempre foram sinônimo de uma boa ambientação solitária, exploração densa e design inteligente de mundo interconectado. Embora Beyond comece com uma sequência que remete diretamente à área florestal de Metroid Prime 1, criando uma falsa sensação de retorno às origens, rapidamente o jogo toma direções inesperadas, e nem sempre bem-vindas. A estrutura se afasta do tradicional “Metroidvania” e abraça um formato mais linear, com zonas abertas que não cumprem bem sua função de incentivar a exploração.

Um dos maiores exemplos de decisões controversas é a gigantesca área desértica que aparece logo no começo do jogo. Embora Samus receba uma nova motocicleta para navegar pelo ambiente, o espaço é, na maior parte, vazio e sem vida. Alguns poucos templos e ruínas estão espalhados pela região, mas a maior parte do tempo é gasta simplesmente atravessando longas distâncias sem encontros relevantes.

A promessa de exploração livre se dissolve à medida que se percebe que as áreas precisam ser visitadas em ordem quase fixa. A progressão pode até sugerir não linearidade, mas a realidade é bem longe disso

Gameplay e mecânicas

Metroid Prime 4: Beyond – Análise – Vale a Pena – Review

Entre as novidades mecânicas, Samus adquire poderes psíquicos que poderiam oferecer novas possibilidades ao combate e à navegação. No entanto, essas habilidades acabam sendo versões renomeadas de poderes clássicos, como o “gancho psíquico” ou a “bola aranha psíquica”, sem oferecer impacto real no gameplay.

A ausência de puzzles desafiadores, que sempre foram uma marca da série, também pesa negativamente. A interação com o mundo parece menos pensada, e a sensação de superação de obstáculos se perde na repetitividade.

Outra mudança marcante e polêmica é a introdução constante de personagens coadjuvantes falantes. Ao longo do jogo, Samus é acompanhada por diversos aliados que fazem comentários, guiam suas ações ou participam diretamente das missões. O mais polêmico é Myles MacKenzie, apresentado ainda no início e responsável por inúmeras interrupções via rádio, muitas vezes dizendo ao jogador exatamente o que fazer. Esse tipo de condução explícita contradiz totalmente o espírito de isolamento e descoberta que definiu a franquia.

Apesar das muitas críticas, há méritos inegáveis em Metroid Prime 4: Beyond. Os combates são, no geral, bem executados, com boas batalhas contra chefes e tiroteios intensos. Algumas seções mais lineares surpreendem positivamente com clima tenso, iluminação bem aplicada e um ritmo acelerado.

Metroid Prime 4: Beyond – Análise – Vale a Pena – Review

Os gráficos, tanto no Switch original quanto no Switch 2, impressionam. A performance é estável e o design de ambientes, embora inconsistente, tem seus momentos de brilho. O uso de controles com mira livre, inclusive com suporte a mouse, é um diferencial técnico bem-vindo que contribui para a precisão em combates mais complexos.

A trilha sonora também merece elogios, especialmente nas áreas mais soturnas, onde remete com competência à identidade sonora da série.

Curiosamente, mesmo com uma proposta aparentemente mais acessível, Beyond adota escolhas de design que frustram jogadores novatos. A ausência de sistema de viagem rápida e checkpoints mal posicionados resultam em sessões de jogo com muito retrabalho. Morrer perto do final de uma missão pode custar 30 minutos ou mais de progresso.

Talvez o maior problema de Metroid Prime 4: Beyond seja a identidade confusa. Em seus melhores momentos mostra que o jogo até poderia funcionar como um spin-off mais direto e voltado à ação. No entanto, ele carrega o peso do título principal, a expectativa de continuidade de uma das franquias mais respeitadas da Nintendo.

Pode até se dizer que tudo que falei até agora é mais um problema de expectativa do que do jogo em si, mas Metroid traz esse peso dos excelentes jogos anteriores. E mesmo se você tirar tudo isso, o que sobra é um jogo de ação que tem alguns pontos altos, como os chefes e o combate, mas nada que faça ele subir de patamar.

Mas e aí, Metroid Prime 4: Beyond vale a pena?

Metroid Prime 4: Beyond – Análise – Vale a Pena – Review

Metroid Prime 4: Beyond é um jogo que oferece visuais impressionantes, combates sólidos e bons momentos de ação, mas falha em manter a alma da franquia viva. Sua abordagem simplificada de exploração, os diálogos excessivos, o subaproveitamento de mecânicas e a ausência de atmosfera tornam a experiência frustrante para veteranos e confusa para novatos.

Embora não seja um desastre, tampouco é o retorno triunfal que a série merecia. Beyond é um título divertido em seus melhores momentos, mas que constantemente sabota suas próprias ideias.

 

Resumo para os preguiçosos

Metroid Prime 4: Beyond apresenta boas batalhas, visual sólido e momentos de ação bem executados, mas perde a essência clássica da série. A exploração é simplificada, os diálogos excessivos quebram a atmosfera e as novas mecânicas pouco acrescentam ao gameplay. O resultado é um jogo competente, porém distante do retorno aguardado pelos fãs.

Nota final

70
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Direção de arte
  • Combate
  • Chefes

Contras

  • Diálogos excessivos
  • Puzzles fáceis
  • Genérico demais para um jogo Metroid
Valteci Junior
Valteci Junior
Me chamo Valteci Junior, sou Editor-chefe do Critical Hits, formado em Jogos Digitais e escrevo sobre jogos e animes desde 2020. Desde pequeno sou apaixonado por jogos, tendo uma grande paixão por Hack and slash, Souls-Like e mais recentemente comecei a amar jogos de turno e JRPG de forma geral. Acompanho anime desde criancinha e é um sonho realizado trabalhar com duas das maiores paixões da minha vida.