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Metal Gear Solid V: The Phantom Pain – Review

De uns anos pra cá, a moda dos jogos de mundo aberto cresceu muito, chegando ao ponto de se tornar quase uma feature obrigatória nos títulos de maior orçamento. Porém, o que não temos visto são jogos que, de fato, propiciam um mundo aberto em termos de liberdade dada ao jogador e controle do que acontece nas missões.

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O último jogo da série Metal Gear faz isso e faz muito bem. A liberdade que Kojima dá para completar as missões para cada jogador que controla o protagonista Big Boss é imensa, e o jogo encoraja a criatividade. The Phantom Pain respeita o jogador e até mesmo espera um pouco de inteligência da parte dele.

De cara, já podemos falar que é totalmente possível jogar Metal Gear Solid V sem se ter jogado os outros jogos da série e ainda se divertir muito. Melhor ainda: não precisa nem ser fã de jogos stealth, por motivos que explicarei na sequência. Phantom Pain é basicamente uma história de vingança onde Big Boss vai atrás dos responsáveis pelos acontecimentos do final de Ground Zeroes. Porém, o que faz esse jogo tão bom?

Os vários sistemas do jogo permitem que uma mesma missão possa ser completada de inúmeras formas. É possível conduzir uma infiltração numa base inimiga durante a noite, de forma silenciosa, apenas com a arma de tranquilizantes. É possível ir durante o dia com um lança-míssil atirando em tudo que se move e não deixando pedra sobre pedra num acampamento inimigo. E o melhor de tudo é que o jogo não pune o jogador por fazer uma ou outra escolha. Só é necessário completar uma missão, seja lá qual for a forma escolhida.

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O jogo reage muito bem às decisões do jogador. Existem pouquíssimos eventos roteirizados. O clássico truque de conduzir um jogador até um ponto para que ele veja uma cena pré-definida não é a regra em Phantom Pain. Pelo contrário, o jogo oferece inúmeras ferramentas e possibilidades para que o jogador monte o gran finale de sua missão como quiser, sem penalizá-lo pela suas escolhas.

A minha maior reclamação com a série de Metal Gear sempre foi a duração das cutscenes, que chegavam a durar horas em alguns casos. Felizmente, a equipe de Kojima, provavelmente numa tentativa de tornar o jogo mais acessível para mais públicos, passou longe dessa tendência. As longas cutscenes e conversas no codec deram lugar às fitas cassete, que agora se encarregam de falar do lore da série. Os fãs que se interessarem pela história poderão mergulhar nas centenas de fitas com diálogos e monólogos que explicam mais sobre o que está acontecendo.

O jogo também tem ótimas mecânicas de jogo, à exceção de um outro morrinho de 15cm que o maior espião dos anos 80 aparentemente não consegue superar. Fora isso, controlar Big Boss é muito fácil, o que é imprescindível num jogo onde qualquer movimento em falso pode alertar uma base inteira. O arsenal à disposição do jogador também é imenso e diverso, satisfazendo todos os estilos de jogos possíveis.

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Outra novidade que o jogo trouxe são os companheiros de missão de Big Boss, que possuem características diferentes e podem auxiliar o jogador de formas variadas. D-Horse é ótimo para se movimentar pelo imenso mapa e para fugir. D-Dog, além de ser fofo, é ótimo em missões de infiltração, já que ele fareja todos os inimigos. Há ainda outros companheiros que podem ser desbloqueados pelo jogador de acordo com o progresso. Até mesmo a administração da base mãe, que eu achava que odiaria, não ficou intrusiva e no caminho de quem está jogando.

Infelizmente, algo que mudou bastante é a presença de diálogos do personagem principal. Talvez pelo alto preço de Kiefer Sutherland, Big Boss é quase que um protagonista silencioso, tendo pouquíssimas falas ao longo do jogo. A maioria das conversas são na verdade diálogos entre Ocelot, o que acaba incomodando um pouco em alguns casos. Por outro lado, a qualidade da dublagem é de mais alto nível, e o realismo de personagens é de cair o queixo. A captura de movimentos faciais acrescentou muito ao jogo e deu ainda mais personalidade aos personagens.

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No geral, temos um jogo de ação e stealth sensacional, que irá agradar tanto fãs veteranos da série como iniciantes que querem apenas jogar um bom jogo. Percebe-se pela quantidade e qualidade do conteúdo que este é o Metal Gear que Hideo Kojima sempre quis fazer, e agora, com o poder dos novos consoles, conseguiu. Não deixe que o passado da série afaste você de Phantom Pain, pois o título é muito acessível a todos e, principalmente, divertidíssimo.

Resumo para os preguiçosos

Kojima cria uma obra prima em seu (pelo que tudo indica) último jogo da série Metal Gear. Phantom Pain dá liberdade ímpar ao jogador, permitindo que ele complete as missões da forma que mais lhe interesse, sem puní-lo por qualquer que seja a abordagem escolhida. A ausência de longas cutscenes faz com que novos fãs possam entrar de cabeça no jogo sem se preocupar com os títulos anteriores e apenas se divirtam.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Liberdade inédita em jogos de mundo aberto
  • Gameplay e mecânicas impecáveis
  • Acessível para novatos na série

Contras

  • Big Boss é um protagonista muito silencioso
  • O modo online é um pouco intrusivo
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Leonardo Koakowski
Leonardo Koakowskihttp://criticalhits.com.br
Sonysta, Sommelier de Destiny e Cyber Atleta de final de semana de Rocket League