Metal Eden é o mais novo jogo do time responsável por Ruiner, um roguelike extremamente ágil de ação em primeira pessoa com um combate de tirar o fôlego. Mas será que esse novo jogo consegue aproveitar o que eles aprenderam nos dois últimos títulos e trazer novidades?

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Em Metal Eden, você controla a unidade avançada Hyper Unit Aska em uma missão suicida para resgatar os núcleos de consciência da humanidade, presos na cidade orbital Moebius. Antes um símbolo de esperança, o local se tornou uma armadilha letal controlada pela Internal Defence Corps.
A ideia do jogo é oferecer aquela mobilidade que vimos em Ruiner em fases com começo, meio fim, num jogo de tiro com muita adrenalina e que te dá pouco tempo para pensar entre um cobate e outro, recompensando a movimentação.
A princípio, você tem uma metralhadora com munição infinita, mas que esquenta ao ser usada demais, e conforme vai avançando pelo jogo vai desbloqueando novas armas como uma pistola, arma laser, shotgun e assim por diante. Cada uma dessas armas pode ser melhorada com uma moeda chamada de poeira que você recebe por matar inimigos e coletando no cenário também.
Armas além da primária podem receber modificadores para oferecerem novidades no combate, como mísseis teleguiados, tiros mais fortes e assim por diante após você cumprir desafios inciais com elas, e você pode desbloquear modificadores no seu traje conforme avança pelo cenário, como aumento de escudo, congelar inimigos ao perder seu escudo, deixar o tempo mais lento e assim por diante.
Inicialmente, a ideia de Metal Eden funciona bem, e os primeiros 40~50 minutos de jogo foram os melhores que eu tive nele, já que eu me lembrei bastante de momentos em que eu tive enfrentando as hordas de inimigos de Doom 2016, correndo de um lado pro outro, atirando e assim por diante. O problema é o que vem depois.
O jogo infelizmente tem um grande pecado: que é ser repetitivo demais. Cada fase leva cerca de uma hora para ser concluída, e a novidade entre uma fase e outra é apresentada nos primeiros 5 minutos da fase, com o resto dela repetindo o que você viu no começo à exaustão, sem adicionar grandes variações na ideia para que o jogo se mantenha fresco.
Infelizmente, o que era para ser um jogo cheio de batalhas épicas e adrenalina acaba sendo um jogo que cansa rapidamente por causa dessa repetição. Tudo bem, o jogo até tenta apresentar novidades entre uma fase e outra, como na segunda fase, por exemplo, quando você começa a usar uma espécie de “morphin ball” no melhor estilo Metroid Prime para enfrentar alguns inimigos, ou na terceira fase quando você começa a ter desafios nas tirolesas no estilo Ruiner, mas o grande pecado do jogo é que ele cai ne repetição muito rapidamente mesmo assim, pois cada confronto dura 1 a 2 minutos em sua maioria das vezes, e você repete esse mesmo confronto umas 15~25 vezes durante cada fase.
E o pior é que para ajudar, a história do jogo também não é lá grandes coisas, você tem que destruir os engenheiros de Moebius para reunir os recursos necessários para salvar a humanidade e é guiada por um personagem que não é lá dos mais interessantes. Além disso, a personagem principal, Aska, também acaba levando muito tempo até começar a ter qualquer tipo de personalidade, o que honestamente faz o jogo parecer mais longo do que necessário.
No fim das contas, Metal Eden leva cerca de 9 horas para ser concluído em suas missões de 0 a 8, mas sinceramente, o combate sem inspiração nenhuma na variedade acaba fazendo esse tempo parecer bem maior do que deveria.
Pode ser que você tenha uma percepção diferente de mim se jogar o jogo aos poucos, fazendo uma fase de cada vez ao invés de seguir uma atrás da outra, e eu até recomendo fazer isso para o jogo descer melhor, mas mesmo assim, houve momentos entre uma fase e outra que eu já não aguentava mais torcendo só para que aquela etapa chegasse no fim de uma vez.
Graficamente, Metal Eden é um jogo bonito com uma boa performance. É possível detectar o FSR e a baixa resolução dele em alguns momentos, principalmente quando os confrontos são mais intensos e o PS5 precisa deixar tudo mais feio para que a ação não drope frames, mas mesmo quando isso acontece, a performance em si do jogo não é afetada, e num jogo que te premia por ser ágil isso é fundamental.
A trilha sonora de Metal Eden é boa, com uma música eletrônica que ajuda bem a entrar no clima dos combates, e uma dublagem também boa. Para completar, o jogo é legendado em português.
Mas e aí, Metal Eden vale a pena?
Metal Eden é um jogo que começou muito bom, mas que me cansou rapidamente. A repetição acaba sendo excessiva dentro das fases, com você fazendo praticamente o mesmo encontro 15 a 25 vezes por estágio sem muito o que fazer entre uma luta ou outra, o que acaba fazendo um jogo que parecia promissor no começo bastante maçante. Se você for jogá-lo, vá com calma para não enjoar.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Metal Eden é o novo projeto do estúdio responsável por Ruiner, apostando em um roguelike de ação em primeira pessoa focado em mobilidade e intensidade nos combates. No controle da unidade Hyper Unit Aska, o jogador deve resgatar os núcleos de consciência da humanidade na cidade orbital Moebius, enfrentando inimigos em arenas que lembram a adrenalina de Doom 2016. O arsenal começa com uma metralhadora de munição infinita, mas logo se expande para pistolas, lasers e shotguns, todas melhoráveis com poeira coletada no cenário. Além disso, modificadores de armas e do traje adicionam poderes extras, como mísseis teleguiados e efeitos de escudo.
Apesar da boa primeira impressão, o jogo sofre com repetição excessiva. Cada fase dura cerca de uma hora, mas apresenta suas novidades logo nos minutos iniciais, tornando o restante previsível. A tentativa de variar com recursos como a “morphin ball” ou tirolesas não impede a sensação de desgaste, agravada por confrontos curtos e repetidos muitas vezes. A história também não ajuda a manter o ritmo, com personagens pouco carismáticos e uma trama genérica. No fim, Metal Eden entrega cerca de nove horas de campanha, sustentado por bons gráficos, trilha eletrônica envolvente e desempenho sólido, mas prejudicado por um design de fases que torna a experiência cansativa.
Prós
- Combate frenético e estratégico
- Bons gráficos e trilha sonora
Contras
- Repetitivo a um nível que enjoa