Marvel’s Midnight Suns vale a pena? Análise – Review

Marvel’s Midnight Suns é aquele tipo de ideia que parece casar perfeitamente, pegar os principais heróis da Marvel e o design de combate de XCOM e colocar isso num novo jogo, mas que pode muito bem dar muito certo ou muito errado, se essa ideia for conduzida pela desenvolvedora errada. Como será que foi o resultado neste experimento?

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Em Marvel Midnight Suns, você controla um grupo de heróis composto pelos Vingadores e pelo Midnight Suns para enfrentar as forças demoníacas de Lilith e o antigo deus Chthon. Para tanto, os heróis recrutam ninguém menos que Hunter, o filho de Lilith, responsável por selá-la séculos antes, e assim uma batalha de proporções épicas começa.

Como dito no começo da análise, Midnight Suns é um jogo de estratégia e RPG, onde você controla os heróis da Marvel num tabuleiro de batalha enfrentando os mais diversos inimigos, como soldados da Hidra e vilões, que ganharam novos poderes graças à influência da grande vilã do jogo.

O jogo começa bem lento, com um monte de cutscenes e explicações que acabam fazendo a experiência inicial ser meio arrastada. Você aprende a lutar contra os inimigos e descobre que o sistema de combate é baseado em cartas de técnicas. Cada herói possui 8 delas que vão sendo melhoradas ao longo do jogo, além de novas que também são obtidas para variar o seu arsenal de ataque.

Além disso, a movimentação no tabuleiro serve mais para você usar partes do ambiente para atacar os inimigos do que para se posicionar, já que você pode atacar qualquer inimigo em todos os turnos. Ao todo, você controla três heróis por missão, e enfrenta uma quantidade bem maior de inimigos, já que a cada turno novos vilões, geralmente soldados, aparecem pra você dar cabo.

No fim das contas, o combate de Midnight Suns é divertido, e também um pouco sacana, já que ele apresenta algumas missões bem fáceis a princípio, mas quando você acha que entrou numa zona de conforto e que vai atropelar todo mundo pela frente, o jogo vai lá e joga você numa daquelas missões em que tudo tem que dar certo para você sair com vida.

Felizmente, o jogo não apresenta o esquema de morte permanente de XCOM, se um herói ou heroína é incapacitado durante o combate, você pode usar uma carta para reviver essa pessoa e continuar usando ela sem prejuízo nenhum no combate, a única coisa que acontece é que a sua nota na missão baixa.

Como é de se imaginar, cada herói possui suas habilidades próprias, e alguns são mais úteis que os outros. Personagens como o Homem de Ferro e a Capitã Marvel, por exemplo, são bons em causar dano. Personagens como o Homem Aranha se alternam entre causar dano e impedir que os seus inimigos ataquem. Além disso, o Hunter possui habilidades de combate e também de cura, para dar suporte ao seu grupo principal.

Para avançar no jogo, você vai completando as missões da campanha principal, onde você desbloqueia novos heróis e enfrenta vilões clássicos como o Venom e o Dentes de Sabre e também missões extras, que servem para você coletar recursos para melhorar não só os seus personagens do seu esquadrão, mas também a base onde os Midnight Suns e os Vingadores se estabeleceram para enfrentar esta ameaça.

Nessa base, uma parte importante do jogo acaba acontecendo, já que você pode aumentar a ligação do Hunter com os outros heróis do seu esquadrão. Para isso, você pode fazer diversas atividades, como socializar com eles, aconselhá-los em seus problemas, treinar com eles e assim por diante. Conforme o seu nível de ligação com um herói aumenta, vocês ganham bônus em batalha, como poder causar mais dano e usar combos ligados uns aos outros.

Essa parte do jogo demora um pouco para ser explicada e para ter o seu potencial apresentado de fato, mas quando isso acaba acontecendo, acaba sendo uma das melhores partes do game com toda certeza, já que ela funciona mais ou menos análoga à parte de administração de base e da crise mundial em XCOM.

Além da socialização, você ainda pode mandar heróis em missões solo, treinar para ficar mais forte, comprar itens para a batalha, participar de clubes que desbloqueiam novas recompensas e explicam mais sobre a história de cada um dos personagens do jogo e assim por diante. É impressionante o tanto de conteúdo que Marvel’s Midnight Suns possui e o tanto de cuidado que foi colocado no desenvolvimento dessa parte.

Aqui ainda vale falar sobre um ponto legal da história que é o Hunter. O personagem é customizável por você, e conforme a história avança, você tem diversas respostas que pode dar aos personagens do jogo, e o próprio Hunter possui uma escala de escuridão e luz, que dependendo das suas ações dentro do jogo, podem te tornar num cara legal ou num anti-herói, que foi revivido contra a vontade e que quer se livrar da Lilith o mais rápido possível sem precisar lidar com os aliados dele. Dependendo do lado que você pende, suas habilidades de uma área ou outra acabam ficando mais poderosas, e assim você pode ter um personagem mais ofensivo ou um personagem que joga mais pro time.

Graficamente, Marvel’s Midnight Suns não vai deixar ninguém realmente impressionado. O jogo tem gráficos que funcionam bem para o estilo de jogo, e que ficaram bem legais dentro do que ele se propõe, mas está longe de ser um espetáculo visual tipo a contrapartida desses mesmos heróis no cinema.

A trilha sonora do jogo é boa, e a dublagem também ficou legal. Felizmente, o jogo vem com legendas em português, para quem não tem total compreensão do inglês entender como ele se desenrola.

Mas e aí, Marvel’s Midnight Suns vale a pena?

Marvel’s Midnight Suns é um jogo muito melhor do que eu esperava que ele fosse ser inicialmente. Apesar do começo lento, o jogo abre para um esquema de RPG de estratégia que lembra XCOM, mas sem aquela dificuldade brutal e punitiva do irmão mais velho da Firaxis, e sim um jogo gostoso de se jogar e com diversas atividades paralelas para não ficar só naquele repeteco de batalha, pesquisa e batalha.

O resultado disso é um bom jogo que certamente vai agradar quem é fã dos heróis da Marvel, e que também tem uma boa chance de divertir quem jogou só mais um turno por horas e mais horas de XCOM.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecido pela publisher.