Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um RPG de ação 2.5D que se inspira diretamente nos gêneros Soulslike e Metroidvania. Mas em um ano tão competitivo, será que ele tem o necessário para se destacar entre tantos lançamentos?
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No jogo, controlamos um personagem nascido e criado na Cidade Rubra. Quando sua afinidade com as artes arcanas é descoberta, ele é separado da família para servir como Inquisidor do Clérigo Rei. Anos depois, já no presente da trama, uma bruxa é capturada e o Rei resolve demonstrar seu poder “divino” ao tentar purificá-la diante da população. Em um ato de misericórdia — ou talvez impulso — o protagonista atravessa sua lança na criatura.
Surpreendentemente, o Rei não o executa. Ciente de seu potencial, o envia em uma missão: encontrar outra bruxa e levá-la até a capital. É aí que o jogo começa de fato, nos dando nosso primeiro grande objetivo.

Após essa introdução, somos levados a uma área de treino, onde aprendemos os comandos básicos: ataque, defesa com escudo e esquiva. Escolhi jogar como Vanguarda, a clássica classe de cavaleiro com espada e escudo, mas o jogo oferece diversas outras opções, como magos especializados em elementos diferentes. A criação de personagem é extremamente simples — nada profundo que vá te fazer passar tempo personalizando. Você basicamente pode escolher entre homem ou mulher, alguns rostos, penteados e tatuagens.
Livre para explorar o mundo, seguimos inicialmente por caminhos bastante lineares, completando os objetivos da missão principal. Com o tempo, encontramos novos NPCs, aceitamos missões secundárias, encontramos armaduras e itens, e começamos a melhorar nosso personagem. Alguns desses NPCs se tornam mercadores no hub central do jogo, oferecendo serviços como venda de anéis, upgrades no frasco de vida, e outras funcionalidades conhecidas por fãs do gênero.

O mapa do jogo segue a estrutura clássica dos Metroidvanias: desbloqueamos atalhos, encontramos caminhos secretos e outros que só podem ser acessados após obtermos habilidades específicas. Entre essas habilidades estão, por exemplo, o poder de quebrar pisos frágeis ou o uso de um gancho.
Podemos marcar pontos de interesse no mapa com ícones personalizados, o que ajuda bastante ao fazer backtracking. O design de mapas é funcional — florestas, castelos, esgotos e ruínas compõem os cenários. Embora não haja nenhuma surpresa criativa marcante, as conexões e atalhos fazem um bom trabalho em manter a exploração interessante.

O combate é bem simples, mas funcional. Temos slots para equipar habilidades e podemos trocá-las conforme encontramos novas durante a exploração. Assim como em Ender Lilies, é possível montar presets diferentes de golpes e alternar entre eles até mesmo durante as batalhas. No início, só podemos usar habilidades da nossa classe, mas conforme evoluímos, podemos desbloquear e subir de nível em outras também.
Durante a jornada, enfrentamos diversos inimigos como bandidos, lobos, aranhas e aberrações. A variedade aumenta conforme exploramos novos biomas, mas a maioria dos inimigos comuns são fáceis de lidar. Por outro lado, os chefes principais se destacam. Apesar de não oferecerem lutas extremamente desafiadoras, eles têm identidades únicas e proporcionam batalhas recompensadoras.

Em Mandragora, temos com três tipos principais de ‘moeda’ que compõem o sistema de progressão do jogo. A Essência funciona de forma semelhante às almas em Dark Souls e é utilizada para subir de nível. Já a Essência Entrópica tem outra finalidade: serve para o aprimoramento das habilidades do personagem. Por fim, o Ouro é destinado à compra de itens com os mercadores espalhados pelo mundo do jogo.
Cada vez que subimos de nível, recebemos pontos de habilidade que podem ser alocados em uma extensa árvore de talentos. Essa árvore permite desde melhorias tradicionais, como aumento de força ou de vida máxima, até a ativação de efeitos passivos. Entre esses efeitos, é possível, por exemplo, aumentar o dano causado por sangramentos, o que possibilita uma personalização de build bastante variada, adaptando-se ao estilo de jogo preferido.
Visualmente, Mandragora é cativante. Mesmo com cenários que seguem padrões típicos do gênero, a direção de arte se destaca. É possível notar o cuidado na construção de ambientes e personagens — com destaque especial para os chefes, que são criativos e marcantes.
A trilha sonora de Mandragora não chama tanto a atenção assim, com músicas que servem mais para compor o plano de fundo do jogo. Felizmente, o jogo conta com legendas e menus em português para que quem não domina o idioma inglês entenda tudo o que está acontecendo.
Mas e aí, Mandragora: Whispers of the Witch Tree vale a pena?
Levando tudo isso em consideração, Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um RPG de ação competente, que entrega diversão para fãs de Metroidvania. Ele não reinventa a roda, mas executa bem o básico — o famoso feijão com arroz. Em um ano recheado de grandes lançamentos e jogos de peso saindo semanalmente, talvez isso não seja suficiente para todos, especialmente considerando o valor dos jogos atualmente. Mas se você curte o gênero e procura algo sólido, ainda que previsível, vale considerar essa aventura.
Jogamos Mandragora: Whispers of the Witch Tree no PS5 com um código fornecido pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um RPG de ação 2.5D que mistura elementos de Soulslike e Metroidvania de forma competente, porém sem grandes inovações. O jogo oferece mecânicas e combate simples mas eficaz, e uma árvore de talentos que permite personalizar seu personagem.
Embora não apresente grandes surpresas ou desafios excepcionais, Mandragora entrega uma boa experiência e é uma opção válida para fãs do gênero, mas pode não ser suficiente para quem busca algo inovador ou marcante em um ano com tantos lançamentos fortes.
Prós
- Bons chefes
- Boa exploração
- Boas possibilidades de construção de build
Contras
- Pouca inovação para o gênero