Mafia: The Old Country – Análise – Vale a Pena – Review

Mafia: The Old Country é mais um capítulo da renomada franquia, desta vez com o objetivo de trazer uma história dos mafiosos na Sicília do comecinho do Século XX, contando praticamente o início do começo da organização criminosa. Mas será que o jogo consegue entregar uma boa experiência? É o que vamos descobrir hoje.

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Em Mafia: The Old Country, você vive a história de Enzo Favara, um jovem minerador que trabalha dentro de uma mina de Enxofre e que sonha em ter uma vida melhor. Enzo acaba fugindo desta mina e terminando nos terrenos da família Torrisi, que o acaba acolhendo e colocando-o para trabalhar no negócio familiar.

Mafia: The Old Country - Análise - Vale a Pena - ReviewCom isso, você começa a sua vida no crime organizado siciliano como um garoto que trabalha nos estábulos e vai crescendo dentro da organização até conquistar a confiança do Don, e passando por diversos tipos de missões dentro dessa história.

Como dá para imaginar, Mafia: The Old Country é um jogo que lembra bastante o arco de Michael Corleone durante a estada dele na Sicília no primeiro Poderoso Chefão, e a ambientação do jogo é realmente impressionante. As paisagens do jogo são muito bonitas, e a direção de arte acertou em cheio em criar os campos bucólicos e vilarejos antigos do local.

É importante ressaltar, entretanto, que Mafia: The Old Country não é um jogo de mundo aberto, e apesar do jogo contar com um grande cenário aberto de vilarejos e campos na Sicília, você não tem nenhum momento “livre” para sair fazendo missões opcionais ou para explorar o local, o que acaba sendo uma pena, já que seria bem legal ter mais algumas atividades espalhadas pelo local e mais oportunidade para explorar os sistemas que o jogo apresenta.

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Por exemplo, durante a sua campanha, você pode equipar contas num rosário para ganhar habilidades secundárias. Ao todo, há 50 santos espalhados pela Sicília para você encontrar e equipar no seu Rosário, mas como não há oportunidade nenhuma de passeio entre uma missão e outra a menos que você ignore a missão e arrisque falhar nela, você tem que deixar isso para o final do jogo.

Além deste colecionável, o jogo ainda conta com panfletos de locais, itens para leitura, raposas e paisagens que você pode tirar foto, mas a impressão que dá é que o jogo começou bem mais ambicioso e foi tendo o seu escopo diminuído e a gordura cortada, chegando ao fim numa campanha de 11~12 horas que, apesar de bastante satisfatória, poderia tranquilamente ter sido rechada com mais conteúdo e até com mais missões, já que o jogo conta com diversos momentos em que a história dá um salto temporal.

Um ponto importante a ressaltar aqui é que, apesar da campanha curta, as missões da campanha de Mafia: The Old Country são bem variadas entre si. Você não tem apenas missões de entrar nos locais, atirar em todo mundo que você enxergar, pegar algo e sair, há missões bem mais simples do que isso, como varrer estrume de cavalo de um estábulo ou carregar caixas de vinho num caminhão, o jogo leva um tempo para desenvolver a história e aumentar o ritmo das missões, combinando bastante com a paisagem do jogo, um local onde pouca coisa acontece normalmente.

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Mafia: The Old Country - Análise - Vale a Pena - Review

Se você jogou algum outro jogo da franquia Mafia e estava com saudade das missões de corrida, pro bem ou pro mal, fique sabendo que o jogo conta com apenas duas delas, sendo uma à cavalo e uma motorizada, e infelizmente não há a opção de fazer mais corridas opcionais dentro desses sistemas. Esse é um exemplo de coisas que poderiam ser expandidas

Ainda assim, a campanha de Mafia: The Old Country é realmente divertida e cria bem aquele clima de “filme de mafioso do começo do século XX”, e certamente vai agradar quem é fã de filmes do gênero e quem gosta de jogos da franquia Mafia.

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O combate do jogo é bastante direto, contando com momentos em que você tem que trocar tiros com os adversários, onde você precisa esperar até a mira da sua pistola estabilizar para descer os tiros nos inimigos, momentos em que você é obrigado a ser furtivo para não falhar a missão e o jogo também conta com combate contra chefes.

Nesse caso, o combate é feito em modo de duelo de facas, onde você tem um golpe rápido, um golpe lento, uma estocada, uma esquiva e a possibilidade de aparar as facadas do seu adversário. A ideia é bem direta e os combates de chefes meio que são bem parecidos entre si, mas não chegam a ser ruins.

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No mais, não há muito o que falar sobre o jogo em si, eu gostaria que houvesse, pois Mafia: The Old Country é um bom jogo que, com um orçamento maior, poderia ser tranquilamente o simulador de mafioso definitivo na Itália, mas também dá para entender que a ideia do jogo é meio que funcionar como um filme estilo “O Poderoso Chefão” ou “Os Bons Companheiros”, onde você tem um objetivo e o persegue com unhas e dentes, e menos como “Família Soprano”, onde Anthony Soprano toda semana tinha uma tarefa diferente para correr atrás (e se você não assistiu a nenhuma dessas obras que eu comentei, faça um favor a si mesmo e vá assistir a elas).

Graficamente, Mafia: The Old Country é um jogo com uma direção de arte incrível. A Sicília é muito bem representada aqui com suas construções antigas, o contraste com o automóvel chegando e as carabinas, é realmente um jogo muito bonito de se enxergar.

Mafia: The Old Country - Análise - Vale a Pena - Review

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No departamento de performance, entretanto, o jogo tem alguns dos problemas que os jogos com Unreal 5 enfrentam nessa geração, ou seja, framerates instáveis e aquela sensação meio estranha quando o jogo sai do gameplay e entra numa cutscene caindo dos 60 FPS para os 30.

No mais, o desempenho do meu PC com o jogo ficou meio aquém do que eu esperava. Com um Ryzen 7 5800X, 32GB de Ram e uma RTX 2080 Super, o jogo no Preset Médio tinha dificuldades de manter 60 FPS, caindo para os 55 a 57 em diversos momentos e até 50 em áreas mais povoadas como feiras e vilarejos.

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Já a trilha sonora do jogo faz aquele papel de trilha cinematográfica, sem composições marcantes mas que ajudam a dar o tom de importância das cenas do jogo. Para completar, Mafia: The Old Country não conta com dublagem em português mas conta com legendas, e se você tem parentes italianos, você vai notar que diversas expressões em italiano foram incluídas nela.

Outra coisa legal dessa parte do jogo é que, caso você deseje, é possível jogar o jogo inteiro em siciliano. Eu joguei cerca de uma hora assim e foi uma experiência interessante, mas joguei o resto do jogo em inglês e a experiência nesse idioma também está bem boa, misturando o inglês e expressões italianas no meio dos diálogos, e contando com algumas referências a O Poderoso Chefão que os mais atentos vão perceber de cara.

Mas e aí, Mafia: The Old Country vale a pena?

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Mafia: The Old Country é um jogo que não vai surpreender ninguém pela duração da campanha e que poderia ser um pouquinho mais longo, mesmo que repetisse a estrutura de missões aqui e ali, mas nas 12 horas de jogo que eu levei para completar a campanha eu encontrei um jogo bem interessante com uma boa história e personagens carismáticos que certamente vão agradar a quem gosta do gênero de filmes de mafiosos, mesmo que a história não vá surpreender ninguém.

Análise elaborada com uma cópia do jogo para PC fornecida pela publisher.

Resumo para os preguiçosos

Mafia: The Old Country é o capítulo mais recente da franquia que narra o surgimento da Máfia na Sicília do início do século XX, colocando o jogador na pele de Enzo Favara, um jovem mineiro que foge da exploração na mina de enxofre e é acolhido pela família Torrisi. Ao longo de uma campanha de cerca de 12 horas, o jogo oferece ambientação cinematográfica inspirada em clássicos do gênero, com cenários rurais impressionantes, direção de arte caprichada e trilha sonora que reforça o clima de drama mafioso. Apesar de não ser um mundo aberto pleno, o título permite certa exploração para coletáveis como contas de rosário e fotos de paisagens, ainda que isso exija desviar-se de missões principais com risco de falha.

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O jogo impressiona pela variedade de missões — que vão de duelos de facas a tarefas cotidianas nos estábulos — e pelo combate que alterna tiroteios e furtividade, mas peca por sua duração relativamente curta e pela falta de atividades opcionais que explorassem melhor a Sicília. Há ainda instabilidades de desempenho comuns a títulos em Unreal 5, com quedas de FPS em áreas mais povoadas. Mesmo assim, Mafia: The Old Country entrega uma narrativa envolvente e personagens carismáticos, garantindo diversão especialmente para quem aprecia filmes e jogos sobre a máfia.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Boa história
  • Personagens carismáticos
  • Excelente ambientação
  • Boas missões

Contras

  • O jogo poderia desenvolver um pouco mais a história e ter mais missões
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttps://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.