Life is Strange foi uma das gratas surpresas do ano de 2015, um jogo que pegava a fórmula de sucesso da (agora finada) Telltale e mostrava que outras companhias conseguiam criar jogos com tanta profundidade quanto a mestre nisso, ou até mais se duvidar. O jogo pegou até mesmo a Square Enix de surpresa na época, e agora Life is Strange 2 tem a difícil tarefa de se igualar ou até mesmo superar seu antecessor em enredo, personagens e diversão. Será que o jogo consegue?
Em Life is Strange 2, você controla Sean e Daniel Diaz, de 16 e 9 anos, respectivamente, que acabaram sendo obrigados a fugir de casa após um trágico incidente em Seattle. Sem entrar em muitos detalhes para não estragar a história do jogo, os irmãos agora partem em direção ao México, numa jornada que certamente não vai ser a mais fácil do mundo, mas que pode acabar sendo bem diferente do que eles imaginaram graças a poderes sobrenaturais que Daniel descobre ter durante o incidente.
Apesar de sabermos que algo de ruim vai acontecer logo de cara, Life is Strange 2 faz um bom papel em apresentar a família Diaz e fazer você se importar pelos personagens. Além dos dois irmãos, ainda temos Esteban Diaz, pai dos garotos, um mecânico que se mata trabalhando para dar uma vida confortável e melhores perspectivas de futuro para eles.
Diferente de Life is Strange original, no primeiro capítulo do jogo não encontramos nenhuma mecânica sobrenatural. Aqui, tudo o que fazemos é vagar pelos cenários do jogo e interagirmos com outros personagens, além de tentarmos sobreviver a uma viagem quase sem dinheiro e um irmão mais novo que não faz ideia do que está acontecendo.
O jogo realmente consegue fazer um bom serviço em conectar o jogador com os personagens, e eu me botei no lugar de Sean Diaz em diversos momentos do game, sentindo pena de toda a situação em que ele se envolveu e mais pena ainda de Daniel, que não passa de uma criança que logo logo vai acabar tendo seu mundo completamente destruído.
Ainda que o primeiro capítulo seja realmente apenas introdutório e não tenha apresentado nenhuma mecânica lá muito inovadora, Life is Strange 2 até aqui realmente conseguiu cumprir ao que se propôs, que é apresentar um mundo que muda completamente e personagens críveis para a história do jogo. Mesmo que o capítulo não termine em nenhum tipo de plot twist, eu realmente quis continuar vendo como a história de Sean e Daniel vai se desenrolar.
Uma mudança em relação aos outros jogos da franquia Life is Strange é o sistema de colecionáveis deste jogo. Desta vez você não precisa fazer grafites opcionais nem tirar fotos de diversos pontos do jogo. Agora, você tem que encontrar souvenires da sua viagem com Daniel, que podem variar de um colar com um dente até um flyer de um local onde vocês passaram.
Além disso, Sean também é um desenhista, então há certos locais do jogo onde você pode sentar-se e fazer um esboço do local, num minigame que ficou um tanto estranho, mas com um resultado bem interessante.
Um dos pontos mais fortes de Life is Strange 2 é o sistema de escolhas e consequências do jogo. Como você está acompanhado do seu irmão mais novo, que ainda não possui um sistema sólido de valores, ele vai acabar seguindo o seu exemplo, o que significa que em certas partes do jogo você tem que escolher entre uma opção mais moral, mas prejudicial para vocês ou uma opção menos moral e mais benéfica, como roubar comida ou agredir um personagem. Conforme você vai escolhendo, o caráter de Daniel vai se moldando, e consequências interessantes podem acabar acontecendo durante o game.
Graficamente, Life is Strange 2 é um pouco diferente do seu antecessor. Os gráficos melhoraram, mas a principal melhoria mesmo é no quesito das expressões faciais dos personagens. Desta vez, as vozes estão sincronizadas com os movimentos das bocas dos personagens, que basicamente era o maior pecado do Life is Strange original.A trilha sonora do jogo também continua sendo um ponto alto da franquia Life is Strange, e no segundo jogo dela isso continua valendo. A dublagem também está muito boa, com atuações realmente dignas dos momentos que o jogo apresenta.
Mas e aí, Life is Strange 2: Episódio 1 – Roads vale a pena?
O primeiro capítulo de Life is Strange 2 não vem chutando a porta como em outros jogos episódicos, mas ele faz um excelente serviço em fazer o jogador se importar com os personagens e querer saber mais sobre a jornada deles. Há algumas pequenas mudanças em relação a Life is Strange original, e sinceramente? Que bom que a franquia decidiu não seguir contando a vida de Max e Chloe e resolveu apresentar uma história nova no mesmo universo. Dessa forma é possível termos uma boa história com começo meio e fim bem definidos e escritos, e é exatamente por isso que esperamos no próximo capítulo.
Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox One X fornecida pela Square Enix.
Resumo para os preguiçosos
O primeiro capítulo de Life is Strange 2 não vem chutando a porta como em outros jogos episódicos, mas ele faz um excelente serviço em fazer o jogador se importar com os personagens e querer saber mais sobre a jornada deles. Há algumas pequenas mudanças em relação a Life is Strange original, e sinceramente? Que bom que a franquia decidiu não seguir contando a vida de Max e Chloe e resolveu apresentar uma história nova no mesmo universo. Dessa forma é possível termos uma boa história com começo meio e fim bem definidos e escritos, e é exatamente por isso que esperamos no próximo capítulo.
Prós
- Personagens com os quais você consegue conectar-se e importar-se
- Boa história
- Gráficos bonitos
- Excelente dublagem e trilha sonora
- Um sistema de consequências que não é explícito, mas está no jogo
Contras
- Poucos momentos de ação