Keeper é um daqueles jogos inspirados em Journey, ABZU e afins que te colocam em uma jornada contemplativa e introspectiva enquanto viaja por lindas paisagens. Mas será que o jogo realmente vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
Em Keeper nós controlamos um farol misterioso que ganha vida e é motivado por alguma força misteriosa a ir até o centro da ilha, uma ave marinha faz amizade com esse farol e o acompanha durante toda a jornada.
A proposta de Keeper é de não dizer uma única palavra escrita para o jogador, ao invés disso, a história é contada através dos cenários e dos acontecimentos que ocorrem durante nossa jornada.
Ao avançarmos na história, fica nítido que uma espécie de corrupção tomou conta de toda a ilha e a luz do nosso farol é capaz de combater ela. Com isso em mente, começamos uma jornada de purificação onde muita coisa é revelada para o jogador através de ações e da direção de arte, mas nenhuma palavra é dita do inicio ao fim do jogo, tudo fica a cargo da interpretação do jogador sobre o que está acontecendo durante a gameplay.

A proposta é simples, nós caminhamos e apontamos a luz do farol para pontos específicos para desfazer a corrupção e ir resolvendo puzzles pelo caminho. A ave marinha que nos acompanha também nos ajuda movendo alavancas e variando os tipos de puzzle que temos que resolver.
A variedade de puzzles até que é interessante e alguns são bem criativos na forma como são postos na frente do jogador, a luz do farol é capaz de acordar animais, mover itens e até mesmo mexer com a passagem de tempo (tanto para o passado como para o futuro).
Os cenários mudam constantemente e sempre alguma “coisa nova” acontece para renovar os tipos de puzzle que vamos fazer, isso faz com que a estrutura de gameplay seja instigante o suficiente para não enjoar enquanto está jogando, mantendo um ritmo bem interessante do inicio ao fim.
Os pontos negativos aqui ficam por conta da facilidade dos puzzles e como o jogo é extremamente invasivo com os tutoriais. Não sou um jogador assíduo de jogos de puzzle e mesmo assim não tive dificuldade nenhuma para avançar na história, sinto que poderiam ter feito coisas mais complexas com a criatividade e ideias que tiveram na hora de montar os desafios no caminho.

E como ser bem fácil não fosse o suficiente, o jogo não cansa de te apontar o caminho com prompts de direção e do que fazer para resolver os puzzles, indo diretamente de encontro com a proposta inicial de ser um jogo “mudo”, onde apenas sentimos a jornada. O jogo de fato não tem nenhuma palavra in-game e tudo tem que ser absorvido pelo jogador durante a jornada, mas os prompts de tutorial quebram completamente essa imersão proposta e acontecem até o fim dele.
Tirando esses 2 problemas que mais se destacam e incomodam durante a gameplay, Keeper entrega uma experiência bem sólida para sua proposta, combinando gameplay, história e direção de arte numa coisa única, resultando em uma experiência singular para o jogador.
E por falar em direção de arte, o jogo é realmente muito bonito e cheio de vida. Tudo parece que foi meticulosamente colocado para acrescentar na jornada, quase todos os elementos do cenário interagem de alguma forma com a luz do farol. Os cenários são belíssimos e variam bastante, contribuindo fortemente para a sensação de descoberta que o jogo instiga na gente a todo momento.

Outra parte que influencia muito na imersão é o áudio, e aqui ele brilha tanto quando os gráficos e a direção de arte. O som do farol rangendo enquanto se mexe, da luz ligando e ficando mais forte e do nosso pássaro amigo são bem naturais e influenciam diretamente na percepção do jogador sobre o que está acontecendo naquele momento.
A sensação que fica é que cada um dos aspetos do jogo estão bem alinhados para conseguir entregar a boa experiência de Keeper, e caso algo tivesse saído dos trilhos, poderia facilmente ter botado toda a experiência a perder, o que por sorte, não foi o caso.
Mas e aí, Keeper vale a pena?

Com cerca de 5 horas, Keeper é uma daquelas experiências que não é para todo mundo, mas que se você for de coração aberto vai encontrar um jogo fantástico que mistura bem vários aspectos do que compõe um bom jogo narrativo para te tocar de forma profunda, mesmo que nenhuma palavra seja dita em toda a jornada.
Os puzzles poderiam ser mais complexos e o jogo acaba sendo fácil até demais, mas é sem dúvidas uma experiência única em 2025 e que vale a pena você entrar na jornada do farol e seu companheiro alado.
Resumo para os preguiçosos
Keeper é uma experiência contemplativa que mistura narrativa ambiental, puzzles e direção de arte marcante. No jogo, controlamos um farol vivo guiado por uma força misteriosa, acompanhado por uma ave marinha em uma jornada para purificar uma ilha corrompida usando a luz. Sem usar palavras, a história é contada por cenários e ações, enquanto o gameplay envolve resolver puzzles criativos que variam ao longo da aventura. Apesar da beleza visual e sonora impressionante, os desafios são simples demais e os tutoriais invasivos quebram parte da imersão proposta. Ainda assim, Keeper entrega uma jornada única e tocante, ideal para quem busca uma experiência emocional e artística em 2025.
Prós
- História
- Direção de arte
- Gameplay fluída
Contras
- Puzzles fáceis demais
- Tutoriais invasivos