Indiana Jones e o Grande Círculo está chegando na plataforma da Sony e muitos fãs estão ansiosos para finalmente poder jogar, mas será que vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
A história do jogo

O jogo é uma verdadeira carta de amor aos fãs das clássicas aventuras do arqueólogo mais famoso do cinema. Situado logo após os eventos do filme “Os Caçadores da Arca Perdida”, Indiana Jones e o grande círculo narra uma aventura inédita.
Tudo começa com um misterioso roubo na Universidade Marshall, envolvendo uma antiga múmia que coloca Indy em uma frenética corrida contra o tempo. Sua missão é impedir que o arqueólogo nazista Emmerich Voss obtenha o poder do lendário Grande Círculo, um conjunto de sítios arqueológicos interligados que prometem controlar espaço e tempo.
Um dos maiores méritos do jogo é sua fidelidade ao espírito original das histórias de Indiana Jones. O enredo mantém um bom ritmo, com reviravoltas constantes e personagens carismáticos, dignos de um blockbuster hollywoodiano. Embora não reinvente a fórmula desse tipo de jogo, a trama é muito bem executada, recheada de bons diálogos e momentos excelentes de humor.
Exploração e combate

Uma das maiores surpresas positivas de Indiana Jones e o Grande Círculo está no sistema de combate. Desenvolvido pela MachineGames, conhecida pelos intensos shooters de Wolfenstein, o jogo transita habilmente para um combate corpo a corpo muito satisfatório em primeira pessoa. Esqueça a fluidez de outros títulos: aqui, cada golpe parece pesado e visceral, especialmente ao enfrentar hordas de nazistas.
Indy não apenas soca e desvia com precisão, como também pode improvisar com diversos objetos encontrados no cenário, transformando simples utensílios domésticos em armas eficazes. Seu icônico chicote desempenha papel estratégico importante: pode desarmar inimigos, puxá-los para perto e até derrubá-los de locais altos. Esse arsenal improvisado garante que cada confronto seja único, estimulando a criatividade e tornando a ação bem empolgante.
Embora exista uma mecânica stealth básica, o combate direto é mais divertido e dinâmico. Armas de fogo estão disponíveis, mas seu uso é equilibrado pelo risco que oferecem devido ao barulho, que alerta os inimigos próximos. A única ressalva do sistema de combate fica por conta da inteligência artificial dos adversários, que frequentemente apresenta falhas irritantes, facilitando alguns encontros e reduzindo a sensação de desafio.

A exploração é outro ponto forte de Indiana Jones e o Grande Círculo, sendo um dos elementos mais marcantes da experiência. O jogo apresenta áreas majoritariamente lineares, com caminhos bem definidos, mas surpreende positivamente com três grandes regiões abertas para exploração detalhada. A mais impressionante delas é uma recriação da Cidade do Vaticano, onde você pode facilmente passar várias horas desvendando segredos, resolvendo puzzles opcionais e coletando itens valiosos.
Cada cenário, desde a devastada Shanghai até um navio nazista congelado no topo das montanhas do Himalaia, foi recriado com atenção aos detalhes históricos e culturais da década de 1930. Esse tipo de cuidado aumenta a imersão e reforça o sentimento de descoberta e aventura.
A exploração também se beneficia de puzzles inteligentes e variados, eles são equilibrados, oferecendo dificuldade moderada sem cair na frustração. Por outro lado, algumas áreas sofrem com o excesso de espaço sem muito conteúdo relevante, tornando o deslocamento tedioso. A ausência de um sistema eficaz de fast travel também é sentida nessas situações, especialmente durante side quests repetitivas ou objetivos secundários menos interessantes.
Apresentação audiovisual

Visualmente, Indiana Jones e o Grande Círculo é lindo e charmoso, e a versão de PS5 está muito bem otimizada. Até onde pude sentir, manteve os 60 fps estáveis no Playstation 5 base.
Cada localização é repleta de vida, desde pequenos objetos decorativos até condições climáticas dinâmicas, conferindo ao jogo uma ambientação digna das grandes produções cinematográficas. A única reclamação aqui fica por conta das animações, que muitas vezes são esquisitas demais, principalmente as animações faciais de certos personagens que parecem surreal e as vezes acabam caindo no vale da estranheza.
Mas o ponto mais alto do aspecto audiovisual, sem dúvidas, fica com a atuação de voz e a captura de movimentos. Troy Baker brilha no papel de Indiana Jones, entregando uma performance que captura perfeitamente a essência do personagem imortalizado por Harrison Ford. Alessandra Mastronardi como Gina Lombardi também se destaca, dando profundidade emocional e nuances cômicas e dramáticas igualmente convincentes.
A trilha sonora evoca a nostalgia das produções originais, com composições vibrantes e empolgantes que acompanham perfeitamente cada momento da aventura, mantendo o jogador completamente imerso. O jogo também conta com dublagem e legendas em português brasileiro, e apesar de serem boas, sinto que se perde um pouco da experiência ao deixar de ouvir o Troy Baker no áudio original.
Uma reclamação meio chata aqui é que o jogo não te permite alterar somente o áudio da dublagem, e para jogar em inglês é preciso mudar o idioma do sistema inteiro no PS5, o que vai se tornar um problema para aqueles que não dominam completamente o inglês.
Mas e aí, Indiana Jones e o grande círculo vale a pena?

Indiana Jones e o Grande Círculo é uma experiência altamente recomendável para fãs do personagem e do gênero de ação e aventura. Apesar de pequenas falhas técnicas e uma IA inconsistente, o jogo conquista pela qualidade narrativa, pelo excelente sistema de combate e pela exploração repleta de segredos interessantes.
Visualmente impressionante, o título honra o legado cinematográfico da franquia e oferece horas de diversão autêntica e cativante. Não é perfeito, mas certamente figura como um dos melhores jogos já baseados nas aventuras do eterno Dr. Henry Jones Jr.
Review elaborado com uma chave para PS5 cedida pela Publisher.

