Immortals of Aveum é um jogo que chamou atenção devido aos belíssimos gráficos e ter sido desenvolvido na Unreal Engine 5, mas será que ele realmente vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
O universo de Immortals of Aveum se desenrola no próprio reino de Aveum, um lugar nas etapas finais de uma guerra mágica eterna que reconfigurou o mundo, transformando-o em uma constelação de ilhas flutuantes suspensas sobre um abismo em expansão denominado “The Wound”.
Neste cenário, apenas duas superpotências, Lucium e Rasharn, mantêm-se em conflito, com a segunda à beira da vitória graças a Sandrakk, seu líder implacável. O protagonista, denominado Jak, é um habilidoso ladrão que sobrevive nas ruas de Seren junto de sua melhor amiga Luna e um grupo de crianças. Contudo, um ataque surpresa de Rasharn culmina na aparente destruição dessa família improvisada e na manifestação dos poderes latentes de Jak.
O jovem revela-se um Triarch Magus, uma raridade com a capacidade grande de controlar os três fluxos mágicos de Aveum. A partir desse ponto, ele une forças aos Imortais de Lucium com o objetivo de alcançar seu potencial máximo e enfrentar Sandrakk.
E como o jogo funciona?
O mundo de Immortals of Aveum e como sua história se desenrola é um tanto quanto estranho, é difícil não notar que, frequentemente, ele se assemelha a uma coleção de convenções clichês típicas do gênero fantasia. A narrativa é repleta de sequências cinematográficas marcantes, mas muitos dos desdobramentos podem ser previstos com antecedência, o que diminui o impacto de suas revelações.
A qualidade do diálogo em Aveum também não é poupada de críticas, com muitos trechos possivelmente constrangedores para a audiência. O jogo insere situações em que o protagonista, ao desvendar um segredo de magnitude que transforma sua compreensão do mundo, reage com uma simples piada em um enredo digno de um filme ruim da Marvel.
Ao avançar na história, um único questionamento permanece na cabeça: por que os personagens continuam a fazer piadas enquanto seus entes queridos enfrentam a morte e o mundo se encontra à beira do colapso? A busca por aliviar a tensão é compreensível, mas as interações entre os personagens de Aveum parecem denotar uma falta de empatia quase perturbadora.
Apesar do esforço evidente na criação do mundo e enredo, o jogo não consegue escapar totalmente dos clichês do gênero. A narrativa, apesar de conter elementos dramáticos cativantes, muitas vezes carece de surpresas genuínas, prejudicando seu potencial impacto.
O jogo é construído sobre a robusta base da Unreal Engine 5, o que resulta em momentos verdadeiramente impressionantes de esplendor gráfico, onde os ambientes exibem uma riqueza de detalhes que se entrelaçam com uma iluminação envolvente. No entanto, uma ressalva precisa ser feita: embora estejam abundantemente detalhados, os ambientes muitas vezes carecem de autenticidade e vitalidade, frequentemente caindo em padrões clichês inerentes ao gênero de fantasia.
Em certas ocasiões, Immortals of Aveum pode assemelhar-se a uma demonstração técnica para destacar as capacidades do Unreal Engine 5, ou pelo menos esse seria o caso se o desempenho do jogo fosse mais consistente.
No PlayStation 5, Aveum oferece unicamente um modo visual, visando alcançar uma taxa de 60 quadros por segundo. Mas a estabilidade não é garantida em todas as situações, evidenciando algumas notáveis quedas na fluidez do jogo. É importante ressaltar que a tecnologia de upscaling FSR (FidelityFX Super Resolution) parece ter sido aplicada de forma mal feita, resultando em algumas cenas que exibem uma ligeira sensação de desfoque.
Em relação à jogabilidade, Immortals of Aveum é, em sua essência, um jogo de tiro ao maior estilo Call of Duty, mas disfarçado e pincelado como um jogo sobre magias. No contexto deste jogo, todas as armas encontradas são vinculadas a uma das três marcas mágicas codificadas por cores – armas Vermelhas traduzem-se essencialmente em espingardas de curto alcance que infligem um impacto devastador, armas Azuis são equivalentes aos rifles de precisão e armas Verdes lançam uma série de projéteis teleguiados e se assemelha a uma metralhadora.
Além do armamento mencionado, o protagonista também dispõe de um escudo defensivo, capaz de bloquear ataques provenientes de todas as direções, e um movimento denominado “Blink”, que lhe possibilita escapar dos golpes inimigos. A presença do escudo permite a absorção de um considerável volume de dano, porém acarreta em uma redução na velocidade de deslocamento.
O sistema de combate em Immortals of Aveum é a primeira vista um tanto quanto confuso, mas gradualmente torna-se mais familiar conforme o jogador se adapta. A interação entre as mecânicas do escudo e Blink oferece um atraente equilíbrio entre risco e recompensa, enquanto as armas contribuem para uma experiência dinâmica e repleta de efeitos visuais envolventes.
O design de níveis em Immortals of Aveum deixa a desejar. A maioria das missões segue um padrão de trilhar corredores e salas interligadas, enquanto ondas de oponentes são desencadeadas para impedi-lo. Às vezes, o jogador precisa enfrentar um “chefe”, mas esses embates, em sua maioria, constituem-se em inimigos de maior porte com mais pontos de vida, demandando uma chuva contínua de tiros em vez de requerer desafios estratégicos de natureza diversificada.
Com uma ação que faz o mínimo para ser considerada competente, Immortals of Aveum conquista seu espaço, mas ao mesmo tempo revela áreas onde o polimento e o refinamento poderiam ter proporcionado uma experiência mais gratificante.
Além disso, a abundância de brilho nos momentos de combate pode, em alguns casos, se transformar em um problema, resultando em situações de morte onde a causa não fica imediatamente clara, devido à sobreposição de explosões luminosas e efeitos pirotécnicos. Ao contrário de títulos como Call of Duty ou Gears of War, onde a iminência da morte é sinalizada por alterações visuais evidentes na tela ou grunhidos dos personagens, Immortals of Aveum carece de tais indicações. A transição entre ter uma quantidade razoável de vida para, de repente, sucumbir, pode gerar frustração, especialmente considerando que a inteligência artificial do jogo nem sempre responde de modo consistente.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela Publisher.
Resumo para os preguiçosos
Immortals of Aveum é um grande “não fede e nem cheira”, os gráficos são realmente lindos, mas é a única coisa em que ele realmente se destaca, ao mesmo tempo que ele não faz nada completamente desastroso ao ponto de não indicar completamente o jogo.
A história parece um filme da Marvel ruim, o combate é minimamente competente e pode agradar algumas pessoas, mas no geral a impressão que o jogo dá é que ele é a própria definição da palavra “medíocre”, um grande não fede e nem cheira.
Prós
- Gráficos bonitos
Contras
- História fraca e personagens chatos
- Design de mapa ruim
- Muito conteúdo repetitivo