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Humanity vale a pena? Análise – Review

Humanity, desenvolvido pela Enhance Games e pela THA Limited, é um peculiar jogo de quebra cabeça que consegue trazer um conceito já conhecido, só que de uma maneira totalmente inédita.

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Se você parar para analisar o estilo de arte e o escopo do jogo, pode até pensar que alguém teve a ideia de sugerir que uma Inteligência Artificial misturasse os jogos Lemmings e SUPERHOT, só para conferir o que poderia sair desta fusão. Embora possa parecer uma descrição simplista e de certa forma até entediante, conduzir grupos de pessoas que marcham para frente até uma saída acaba sendo mais interessante do que se pode imaginar. Os mecanismos únicos do jogo, aliados ao seu design minimalista e atmosférico, são pontos altos que merecem destaque

Em Humanity, os jogadores controlam um cão brilhante responsável por repassar os comandos à multidão. Os imensos grupos de pessoas precisam ser guiados através de vários obstáculos em direção à saída. O jogo começa com comandos simples como mudar de direção e pular, mas rapidamente introduz mecânicas mais complexas como saltos longos e altos, dividir o fluxo de pessoas em dois e diminuir o efeito da gravidade. À medida que se avança, é preciso navegar por quebra-cabeças mais complexos que introduzem novos elementos e obstáculos.

Reprodução: Humanity

Uma das características mais legais de Humanity é a inclusão dos Goldys, figuras douradas que são colecionáveis opcionais. Alguns níveis só podem ser concluídos garantindo que um Goldy chegue à saída. O jogo também apresenta um conjunto oposto de humanoides, os Outros, que também desejam as estátuas de Goldy. Isso acrescenta um elemento de competição e conflito que é estranhamente empolgante e desafiador.

Os Outros são versões cinzas das pessoas que você controla e são claramente seus inimigos. Eles tentam tirar os Goldys de você e eventualmente se armam contra os humanos para fazer isso. A sacada do jogo é perceber que na maioria das vezes, uma visão estratégica da situação é necessária para te levar até a vitória. E apesar de algumas fases apresentarem somente uma solução, algumas possuem problemas bem abertos e permitem que o jogador possa resolver o quebra-cabeça da maneira que quiser.

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Reprodução: Humanity

O level design de Humanity merece ser elogiado. Cada fase tem um tema diferente e uma mecânica principal, que força o jogador a ser criativo dentro das restrições que recebe. O jogo também inclui um modo de criação de níveis, permitindo que os jogadores projetem seus próprios estágios e os compartilhem com a comunidade.

Embora Humanity mereça todos os louros por sua proposta inovadora e por suas fases incríveis, a tentativa de adicionar sentido ao jogo através da narrativa é pífia e frustrante. As vezes até soa como se alguém tivesse tentado criar um enredo para ligar todos os aspectos de Humanity em algo mais coeso, a fim de não deixar que ele se tornasse uma experiência totalmente nonsense. Apesar de elogiar esse esforço, é preciso reconhecer que o resultado final chega a ser irritante, pois em alguns momentos cheguei a sentir uma espécie de vergonha alheia pela qualidade da narrativa, e uma raiva tremenda pelos diálogos longos demais, em situações em que o silêncio seria a melhor alternativa.

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Mesmo o modo história de Humanity sendo bem constrangedor, o jogo acaba progredindo de maneira bem satisfatória. O jogo constantemente introduz novos comandos ou conceitos de quebra-cabeça que impede que as fases caiam na mesmice e é isso que te segura por um bom tempo fazendo pessoas seguir um cachorro por ai. Humanity sabe como manter a experiência interessante com o passar das fases e dominou a sua própria mecânica.

Quanto a sua dificuldade, Humanity conta com alguns níveis particularmente desafiadores. No entanto, o jogo inclui soluções para todos os níveis, acessíveis no próprio jogo. A adição dessa funcionalidade pode acabar frustrando o jogador mais hardcore, que perde a satisfação de ter que resolver todos os desafios sozinho. Contudo, é preciso entender que ela possui uma função clara de acessibilidade, o que faz com que Humanity se torne, no fim das contas, em um jogo para todo mundo. Sendo assim, se você quer uma experiência mais hardcore, simplesmente evite ver as soluções – acredite, vai ser difícil.

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Reprodução: Humanity

Conforme mencionado acima, uma das características mais notáveis de Humanity é o seu modo de criação de níveis. Isso permite que os jogadores projetem seus próprios estágios, repletos de obstáculos, pontos de entrada e saída, e comandos pré-definidos. O modo de criação de níveis é simples e intuitivo, fornecendo aos jogadores um conjunto de ferramentas e recursos que podem ser usados para criar níveis verdadeiramente interessantes. O jogo também inclui um navegador no jogo que classifica esses níveis originais em várias categorias e listas de reprodução, facilitando a busca pelo tipo de nível que se deseja jogar. Este talvez seja o ponto mais forte de Humanity, já que se a comunidade abraçar o jogo, ele acaba se tornando infinito.

Humanity apresenta um estilo visual minimalista e diorâmico que como mencionei antes, lembra bastante o visual de SUPERHOT, só que visto de outro ângulo. A música atmosférica do jogo também contribui para a experiência geral, criando um senso de tensão e imersão. Porém, depois de um tempo a música acaba irritando, o que tira um pouco da graça e até mesmo da imersão. Confesso que não conseguir ficar jogando por muito tempo sem deixar outra coisa tocando em simultâneo, já que a trilha sonora pode soar um tanto perturbadora em alguns momentos.

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Reprodução: Humanity

Em conclusão, Humanity é um título de destaque no gênero de jogos de quebra-cabeça. Suas mecânicas inovadoras, quebra-cabeças desafiadores e design de nível único fazem dele um jogo indispensável para os fãs do gênero. Embora a narrativa do jogo e a curva de dificuldade possam não ser a melhor parte do jogo, esses aspectos não tiram o valor da experiência geral. Seja você um veterano em jogos de quebra-cabeça ou um recém-chegado ao gênero, Humanity oferece uma experiência de jogo refrescante e envolvente que certamente fará você voltar para mais.

De fato, o poder de Humanity reside em sua capacidade de envolver o jogador através de seu design de quebra-cabeça dinâmico e criativo. É um jogo que desafia não apenas as habilidades de resolução de problemas do jogador, mas também sua capacidade de pensar estrategicamente e sincronizar suas ações. Os desenvolvedores fizeram um excelente trabalho ao criar um ambiente de jogo que equilibra desafio e diversão, e cuja experiência é aprimorada ainda mais pela capacidade de criar e compartilhar seus próprios níveis. Isso, junto com o design visual minimalista e a música atmosférica, eleva Humanity além do comum, estabelecendo-o como um título marcante no mundo dos jogos de quebra-cabeça.

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Resumo para os preguiçosos

“Humanity” é um jogo de quebra-cabeça inovador desenvolvido pela Enhance Games e THA Limited, onde os jogadores conduzem grandes grupos de pessoas através de diversos obstáculos. Com mecânicas de jogo únicas, design minimalista, e um sistema de competição envolvendo figuras colecionáveis chamadas “Goldys”, este jogo proporciona uma experiência envolvente e desafiadora. Destacam-se ainda o dinâmico design de níveis, que evolui à medida que o jogo avança, e a inclusão de um modo de criação de níveis que permite aos jogadores projetarem e compartilharem seus próprios estágios.

No entanto, “Humanity” apresenta falhas na narrativa e em seu modo história, que foram descritos como constrangedores e frustrantes. Além disso, a inclusão de soluções no próprio jogo pode decepcionar jogadores mais experientes, que preferem resolver os desafios por conta própria. Por fim, a música atmosférica do jogo, embora inicialmente contribua para a imersão, pode tornar-se irritante após algum tempo de jogo.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Conceito de jogo inédito baseado na fusão de elementos de outros jogos populares.
  • Mecanismos de jogo únicos aliados a um design minimalista e atmosférico.
  • Sistema de competição com os Outros.
  • Mecânicas de jogo progressivas.
  • Level design diversificado que encoraja a criatividade.
  • Modo de criação de níveis.

Contras

  • Narrativa fraca e frustrante.
  • Diálogos muito longos em situações onde o silêncio seria mais adequado.
  • A música do jogo pode se tornar irritante e perturbadora após um tempo, diminuindo a imersão.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.