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Hotline Miami 2 – Review

A violência é algo que está presente no mundo dos videogames praticamente desde a sua invenção. É muito fácil fazer o cérebro de alguém explodir, tripas voarem e o sangue manchar as paredes só pra tentar chocar, mas sinceramente, depois de tanta gente tentando, a ideia da violência em si parece que caiu na banalidade e hoje em dia é necessário algo extremamente poderoso para realmente deixar as pessoas boquiabertas. Até que surgiu Hotline Miami, um jogo que tem uma violência chocante, um estilo de jogo que faz você entrar de cabeça no mundo dela, precisão técnica invejável e uma trilha sonora sensacional.

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Como superar isso? É praticamente um desafio impossível, é praticamente uma fase de Hotline Miami, você pode ser conservador e fazer o que você estava sempre fazendo para obter o sucesso, apesar da baixa pontuação e de não impressionar ninguém, ou você pode fazer o que o jogo meio que recomenda que você faça, entrar na sala matando todo mundo na velocidade da luz e fazer as cabeças rolarem. A Dennaton Games fez com essa sequência exatamente o que ela recomenda que você faça no jogo, e ela está sensacional.

Hotline Miami 2 se passa antes e depois do primeiro jogo. O game assume que a história de Jacket é o arco verdadeiro do jogo, ou seja, ele foi manipulado a matar o chefe da máfia russa nos EUA e preso pela polícia, e o caso teve repercussão nacional. Partido desse ponto, o jogo segue contando várias histórias ao mesmo tempo, algumas após os acontecimentos de Hotline Miami 1, algumas antes e algumas até durante esses acontecimentos.

Numa delas, por exemplo, você está filmando uma cinebiografia de Jacket e tudo o que ele fez. Já em outra, você está no Havaí enfrentando russos em acampamentos militares. Numa terceira história, você controla um grupo de copiadores que estão tentando emular as chacinas praticadas por Jacket, onde você pode escolher algumas das máscaras originais do jogo, assim como novas.

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E assim por diante, o jogo tem uma série de histórias que são tão ou mais confusas quanto às do primeiro jogo. Por mais que Hotline Miami 2 tente ser um jogo que conte mais história, ele não as entrega de forma linear, e no fim das contas parece mais que alguém pegou um caderno com cada uma das histórias separadas, embaralhou-os e deu pra você se virar e tentar adivinhar (e lembrar, no meio de tanta carnificina) o que diabos aconteceu pela última vez com aquele personagem. Isso não é ruim, faz parte do charme, mas eu te desafio a encontrar alguém que não tenha que ter aberto a Wikipedia ou algum outro site depois do fim do jogo pra finalmente tentar entender o que diabos a história conta.

Enfim, o destaque de Hotline Miami nunca foi a história, e sim o combate, e é dele que vamos falar agora. Hotline Miami 2 assume que você jogou o primeiro jogo e isso quer dizer que o ele já começa difícil pra cacete. Não há tutorial, não há arrego, tudo o que há é a sua cara virando uma pústula de sangue nos primeiros segundos de jogo. Sério, o jogo começa bem difícil, no nível das últimas fases da campanha de Jacket no primeiro jogo. Se você é um iniciante, comece por Hotline Miami 1, porque esse jogo não é pra você ainda.

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Passando por essa parte traumática e o batismo de fogo, o que dá para notar é que os cenários do jogo são bem maiores que os do primeiro. E isso tem seu preço, você enfrenta bem mais inimigos por fase e é colocado em situações de perigo bem maiores. Mais do que nunca é necessário usar toda a furtividade e os reflexos que você supostamente conservou do primeiro jogo para sobreviver em Hotline Miami 2, porque nem sempre você vai poder usar a sua máscara preferida (sei que é a do Tony, mas ela vai mudar nesse jogo pra dos irmãos Cisne).

Aliás, isso é uma novidade em Hotline Miami 2, nem sempre você pode usar máscaras, às vezes, você tem que usar uns caras que nem usam máscaras, ou você tem que usar uma máscara em específico em alguma fase. Isso te força a sair da maldita zona de conforto (se é que há alguma num jogo que dá uma paulada nos dedos a cada erro que tu comete) e a ser minimamente bom em vários estilos. Eu sei, você não usava armas em Hotline Miami porque elas faziam barulho demais e chamavam a atenção de todo mundo, né? Bom, surpresa, você vai ter que usa-las em algumas missões, e isso é legal! Afinal de contas, mais do mesmo seria uma sequência meh, não é?

É interessante como Hotline Miami 2 é mais do mesmo, mas diferente pelo tempo suficiente. Você joga uma missão da forma “confortável” que você estava acostumado e depois joga outra num estilo um pouco diferente, e assim as coisas seguem, até que você se acostumou com isso e pensa “Hey, eu não quero mais jogar só com o Tony, ou melhor, eu não PRECISO mais jogar com o Tony, eu posso jogar com qualquer um!”. Aliás, por falar nisso, falemos um pouco das máscaras.

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Há máscaras novas que realmente adicionam ao gameplay e não estão ali só porque sim, como no caso dos irmãos Cisne, onde você controla um homem e uma mulher (a primeira no universo do jogo). Nesse caso, o homem carrega uma serra elétrica e a mulher uma pistola, e você tem que controlar os ataques meio que ao mesmo tempo e tentar não se embolar e morrer. As coisas ficaram fáceis assim? Que nada, as fases ficaram bem mais difíceis e você ainda vai precisar estar no auge do seu jogo pra sobreviver às missões.

Graficamente, Hotline Miami 2 segue o estilo artístico de seu antecessor, com gráficos pixelados, muito neon, sangue e violência extrema. Os visuais estão até um pouco mais bonitos e mais coloridos, se é que é possível.

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A trilha sonora do jogo é outro destaque do game. Ela é simplesmente perfeita e faz você entrar de cabeça no clima do jogo. Psicopatas deveriam baixar a trilha de Hotline Miami 2 pras suas chacinas (brincadeira) de tão efetiva que ela é em colocar você num estado de alerta e adrenalina máximo necessário para sobreviver ao jogo. Eu não achava que Hotline Miami 2 teria uma trilha sonora tão boa quanto a do primeiro jogo, mas a Dennaton conseguiu novamente provar que eu estou errado (e que eu provavelmente vou morrer umas 35 vezes nos próximos 6 minutos).

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pelo desenvolvedor

Resumo para os preguiçosos

Hotline Miami 2 é tudo o que os fãs esperavam do segundo jogo da franquia e mais. Ele mostra que a espera valeu a pena, introduz novidades no gameplay e não dá um segundo de descanso para você. O jogo é brutalmente difícil e viciante e vai fazer você ficar grudado na frente dele querendo só mais umazinha que não acaba nunca. Ah, e ele não é nada recomendado para novatos, comecem por Hotline Miami.

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Nota final

100
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Trilha sonora sensacional
  • Excelente desafio
  • Não perdoa erros
  • Novas máscaras e personagens
  • Viciante

Contras

  • Já começa difícil, não é nada amistoso com novatos
  • História mais complicada ainda que a do primeiro jogo (se é que é possível)
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.