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Hatred – Review

A violência é algo presente em vários jogos, mas raramente é o fim, e sim um meio para conseguir algo. Apesar disso, alguns jogos sobre o assunto foram criados anteriormente, como Manhunt, ou o próprio Postal, que acabaram sendo definidos como “o tipo de jogo que os seus pais não gostariam que você jogasse”. Hatred quer ser um desses jogos, após chocar boa parte do mundo com um trailer cru e cruel. Muita antecipação pelo que o jogo poderia trazer foi criada, mas será que ele consegue transformar isso em algo?

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Em Hatred, você é um cara revoltando com o mundo que um belo dia resolveu sair pelas ruas matando as pessoas, simplesmente porque você odeia a sociedade, e as pessoas vivem na mentira, então, em algum lugar perturbado da sua cabeça, você decidiu que era o seu direito de tira-las de lá e acabar com a sujeira da sociedade. Essa é basicamente toda a profundidade da crítica social que o jogo tenta apresentar, um cara revoltado, vestido de preto com o cabelo sujo querendo matar todo mundo. Quem nunca viu esse clichê adolescente por aí? Muita gente, mas muitos desses casos se resolvem com uma boa surra e um propósito na vida.

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Hatred é um jogo que é tão profundo quanto esse tipo de crise adolescente. Você começa o jogo no porão da sua casa treinando tiro ao alvo e matando um cativo. O tutorial do game tenta explicar os comandos básicos do jogo, mas falha miseravelmente em ser um tutorial por explicar apenas a metade das funções do jogo. A outra metade, eu tive que descobrir durante as telas de loading, depois de morrer algumas vezes em situações que eu poderia ter usado esses comandos.

Após o “tutorial” ser concluído, você sai de casa e começa a matar pessoas, e aí você descobre que os controles não eram ruins porque você estava num espaço fechado e sim porque eles são bem ruins. “Mr. Not Important”, como ele diz ser o nome dele, se move como se ele tivesse os pés chatos e atira como se fosse míope e tivesse dois braços esquerdos. O seu objetivo é basicamente matar todo mundo que você encontrar, com alguns objetivos específicos, como metralhar uma festa, matar todo mundo num supermercado, enfim, basicamente brincar de Columbine em lugares cheios de pessoas.

Conforme você vai matando, mais e mais você chama atenção, e as pessoas começam a fugir de você, além da polícia tentar responder (assim como alguns cidadãos armados, viva a segunda emenda) e fracassar tentando. Aqui, a inteligência artificial do jogo mostra o quão ruim ela é, seja nos pedestres, que volta e meia saem correndo pra parar 2 metros depois como se nada tivesse acontecido (mesmo que eu tenha baleado alguém ao lado deles). Os policiais também não têm a melhor da inteligência artificial pois não trabalham em conjunto e adoram correr pra morte caso você fique em algum canto esperando eles com alguma arma.

Para recuperar energia, nosso justiceiro sem nome tem que executar as pessoas. Isso significa que você deve derrubar algum pedestre e executa-lo, ou algum policial também serve. A execução é basicamente o que nós vimos no trailer, ou seja, ele degolando alguém, alguma pessoa tomando um tiro na cabeça, enfim, nenhuma grande novidade e realmente nada demais. E o pior é que isso é o que o jogo tem de melhor a oferecer ao jogador, porque o resto não funciona direito.

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Além das falhas de combate, Hatred também tem um sistema de direção onde você pode roubar alguns carros no mapa e ir de um lugar ao outro de forma mais rápida. Ou melhor, tentar ir, já que dirigir é uma experiência bem frustrante no jogo. Se você quiser um conselho de amigo, vá a pé. É mais seguro.

Outro detalhe interessante é que Hatred é incrivelmente curto. Cada um dos objetivos que eu falei acima ficam relativamente próximos um do outro, e cada um deles que for completo te dá direito a um respawn point novo no mapa do jogo. O problema é que, se você morrer, você perde um desses respawn points, e se você ficar sem nenhum, é game over, comece novamente. Eu não sei se o desenvolvedor fez isso de propósito pra fazer o jogo durar mais ou o que, mas se você quiser chegar ao fim de Hatred, prepare-se para muita repetição.

Graficamente, Hatred tem um estilo de arte interessante. O jogo é todo em preto e branco, salvo por alguns detalhes, como o sangue os televisores. Talvez o desenvolvedor tenha feito isso para os gráficos parecerem mais bonitos, ou mais Dark, eu não sei, mas pelo menos ficaram legais. A trilha sonora do jogo não é nada demais, assim como o voice acting do jogo. Aliás, o nosso justiceiro revoltado tem uma voz parecida com a do dublador do Duke Nukem.

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Hatred é um jogo tão profundo quanto uma revolta adolescente de quem tem cabeça fraca e acha que matando toda a sociedade vai resolver alguma coisa. O jogo falha miseravelmente em diversos pontos, como controles, inteligência artificial e até no maldito tutorial dele. Eu realmente não tenho como recomenda-lo pelo preço completo, e talvez nem em promoção. Ele realmente não vale o seu tempo.

Resumo para os preguiçosos

Hatred é um jogo tão profundo quanto uma revolta adolescente de quem tem cabeça fraca e acha que matando toda a sociedade vai resolver alguma coisa. O jogo falha miseravelmente em diversos pontos, como controles, inteligência artificial e até no maldito tutorial dele. Eu realmente não tenho como recomenda-lo pelo preço completo, e talvez nem em promoção. Ele realmente não vale o seu tempo.

Nota final

20
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Estilo gráfico interessante

Contras

  • Controles mal feitos
  • Inteligência artificial fraquíssima
  • Jogo curto que tenta se alongar fazendo você joga-lo novamente várias vezes
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.