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Grand Theft Auto V – Review

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O momento finalmente chegou. Depois de quase 14h de download e o alívio do meu PS3 não ter queimado durante o download, GTA V estava ali, instalado e pronto para a ação. O que ele poderia trazer de novo que outros desafiantes de peso ainda não fizeram com realismo (Sleeping Dogs) ou exagero completo (Saints Row IV)? Bom, vamos descobrir em breve.

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Para começar, esqueçam a novidade. Já se foram bons anos que GTA III revolucionou o mundo dos jogos e apresentou uma porrada de novidades que as outras companhias levaram anos para alcançar. Como então criar um jogo novo, que não caísse na mesmice do policial infiltrado nas gangues que começa a se relacionar de verdade com os membros dela ou do membro de gangues chinelão que sobe até a estratosfera do mundo do crime? Começando exatamente com o que acontece depois disso. Ou melhor, com uma mistura dos dois, com a possibilidade de atropelar pessoas, claro.

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GTA V conta a história não de um, mas de três protagonistas, Michael, Franklin e Trevor. Michael é o assaltante de bancos que entrou pro programa de proteção a testemunhas e agora passa o dia todo bebendo e odiando a vida dele com sua mulher e dos filhos que o odeiam. Ele quer voltar à ativa. Quer voltar à adrenalina de outrora.

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Franklin é o esteriótipo do personagem de GTA, um negro gangster zé ninguém que quer ser mais do que isso, ao invés de provavelmente acabar com uma bala na cabeça no meio de uma briga com algum grupo rival. Ele trabalha como cobrador de dívidas para um agiota de uma loja de carros que costuma fraudar seus clientes.

Já Trevor é provavelmente o personagem mais sensacional de todos os tempos. Trevor é um psicopata completo. Não o contrarie ou você provavelmente passará vergonha e terá seu rosto esmagado em algum lugar. Trevor é um ex-quase piloto do exército americano que não conseguiu sua licença no exército por não ter passado no teste psicotécnico. Desolado, ele acaba conhecendo Michael e é convencido a entrar pro ramo de assalto a bancos. Hoje em dia, Trevor vive no deserto, contrabandeando armas e vendendo metanfetaminas.

Esses três personagens de GTA serão seus companheiros pelas próximas quase 100 horas e, acredite, você vai conhecê-los bem. Dessa vez não há grandes chefes do crime para obedecer e depois tomar o lugar deles. Vocês são os caras e vocês vão voltar aos negócios. GTA V conta a história de personagens que pararam no tempo e agora querem recuperar o tempo perdido, apesar do mundo se mover numa velocidade muito maior do que eles conseguem acompanhar, algo semelhante aos problemas que muitas das pessoas enfrentam hoje em dia. Os personagens são incrivelmente humanos, incluindo o psicopata Trevor nisso.

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A história de GTA V é contada em pedaços. Primeiro você começa num prólogo com Trevor e Michael e a história de como eles chegaram onde chegaram. Logo depois disso, você controla Franklin, indo buscar carros com pagamentos atrasados. Segue um tempo e Michael e Franklin estão juntos, e logo depois você está atirando em alguns caipiras controlando Trevor, para finalmente controlar os três ao mesmo tempo. O jogo leva um tempo para cruzar a história dos três protagonistas, mas nada que não te deixe com mais vontade de jogar para saber o que acontece depois.

Mas ok, temos os personagens, e o que eles fazem da vida? Praticamente tudo. GTA V apresenta uma variedade de missões incrível, de cozinhar metanfetamina a assaltar bancos, você vai coletar dívidas, passear com o cachorro, fazer uma aula de ioga, apostar corridas (de carro, a pé ou de bicicleta), ir num estande de tiros, contrabandear armas, atirar em coiotes… enfim, a escala de GTA V e de Los Santos é brutalmnte gigante.

Ao completar uma missão, você ganhará uma medalha, bronze, prata ou ouro, que depende de vários aspectos dela, como tiros na cabeça, tempo de conclusão, opcionais etc.

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Esqueça tudo o que você viu em qualquer outro jogo, Los Santos é um verdadeiro colosso em termos de tamanho, de proporções e de escala. Eu estou com boas horas de jogo e ainda consigo me perder na cidade, ou me arrepender ao pegar uma via que não tem como dar a volta, a menos que eu ande na contra mão (algo como na vida real).

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Por falar em andar, dirigir em Los Santos é uma experiência e tanto. Eu não me adaptei bem aos carros no começo (eles pareciam sambar na estrada), mas depois de algumas boas batidas (e críticas nos vídeos de gameplay), finalmente deu para dominar os rudimentos básicos da habilidade de dirigir em GTA V. Você dirige para praticamente tudo na cidade, não dá para ir andando até os pontos da missão, a menos que você seja meio louco ou tenha um bom tempo livre, pois o mapa é gigantesco.

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Por falar em dirigir, fugir de policiais é implementado de uma maneira bem mais realista e melhor do que nos capítulos anteriores da série. Dessa vez, os carros têm uma espécie de cone de visão. Ao sair desse cone, as estrelas de procurado ficarão piscando e, caso você fique na moita por tempo o suficiente, ou troque de carro, elas somem, algo bem mais plausível do que policiais com um radar na suas costas até que você entre no Paint Shop na cara deles e saia com outra cor de carro.

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Aliás, continuando com as mecânicas melhoradas, atirar no jogo é bem melhor do que em episódios passados também. Além de usar uma mecânica mais ou menos de cover, a mira é um pouco assistida (apesar disso poder ser desligado nas opções) e as habilidades especiais de Trevor (tirar mais dano e receber menos dano) e Michael (bullet time no estilo Max Payne) ajudam bastante na hora que o bicho pega.

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Mas obviamente GTA V não é só melhorias, é também novidades. A transição entre personagens é uma das melhores adições ao gameplay que eu já vi. Não está afim de dirigir de volta até a cidade após aquela missão na pqp? Troque de personagem duas vezes e ele magicamente aparece perto de casa ou de algum lugar aleatório de Los Santos. É como se o mundo não parasse enquanto você está chutando velhinhas na rua e fugindo da polícia, e, na verdade, é exatamente isso.

Essa mecânica de troca de personagens é um dos fatores principais do jogo, ainda mais em missões como grandes assaltos. Cada personagem tem uma especialidade, como entrar e meter bala em todo mundo (Michael), Sniper (Franklin) ou dar o suporte (Trevor). A troca de personagens é feita com um toque de botão. Rápido e indolor. Os outros personagens obviamente são controlados pela inteligência artificial enquanto você controla um deles, e a IA não prejudica em nada as partidas.

Além das missões principais, o jogo ainda oferece missões aleatórias que acontecem no mapa enquanto você passeia por aí. Isso pode variar entre assaltar um carro forte ou pegar alguém que roubou a carteira de uma velhinha.

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Outra novidade interessante é a possibilidade de navegar na internet em sites como o da bolsa de valores (e ganhar ou perder milhões no mercado de ações) ou o Life Invader, o Facebook de GTA, que é constantemente atualizado conforme a história do jogo progride e é um belo meio de saber como outros personagens reagem às suas ações. Aliás, é possível chamar personagens que você conhece para dar uma volta por aí, seja para ir ao strip club, seja para passar um “quality time” juntos.

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Os visuais de GTA V não chegam a tirar o seu fôlego. Os modelos dos personagens, dos carros e dos prédios não impressiona, mas isso é mais culpa dos consoles tendo atingido o seu ápice de performance há algum tempo do que da Rockstar. Eu imagino que quando GTA V saia para PCs, nós poderemos babar bastante diante de uma Los Santos colossal (e bonita) como ela é. A performance gráfica não teria como ser melhor do que é com uma cidade tão monstruosa como ela foi feita e isso deve ser levado em conta.

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A trilha sonora de GTA V é muito bem executada. Além disso, há uma cacetada de músicas nas mais variadas estações de rádio do jogo. Uma das melhores características do jogo, entretanto, não está na música em si, mas nas estações de notícia, seja para falar sobre o que você fez, seja para dar um panorama cultural de Los Santos e dos EUA em geral. É incrível como a Rockstar gastou tempo construindo essa identidade cultural e é aí que está o principal diferencial de GTA V em relação aos outros concorrentes do gênero. A Rockstar pensou em absolutamente tudo o que envolve o universo, criando uma bela paródia do nosso mundo, que pode ser muito bem confundida com ele em diversos aspectos.

Enfim, GTA V é uma verdadeira obra prima. É um jogo para ser degustado, destrinchado e jogado em sua completude. Isso tudo sem termos nem tido acesso ao modo online dele, que começa a funcionar à partir do dia 1º de outubro. GTA V é provavelmente o maior lançamento desse ano e merece toda a sua atenção (e o seu dinheiro). Mais do que recomendado, é fortíssimo candidato a jogo do ano.

Review elaborado com uma cópia de PlayStation 3 adquirida pelo site.

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Resumo para os preguiçosos

GTA V é o maior e o melhor sandbox do mercado, simplesmente. O jogo é absurdamente grande e bem feito, e nem parece ter dado as caras no PS3 e no Xbox 360 e sim numa geração completamente nova. Soma-se à grandeza a excelentes personagens e temos aqui um clássico instantâneo. Sem falar ainda no modo online, que é um game profundo a parte.

Nota final

95
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Ótima história
  • Personagens carismáticos
  • Modo online traz uma longevidade gigantesca ao jogo

Contras

  • Tempo de carregamento brutalmente demorado antes do jogo finalmente iniciar
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.