Granblue Fantasy é uma franquia que explodiu mundo afora atingindo todo tipo de mídia, com um RPG, anime e jogo de luta já lançado, Granblue Fantasy Versus: Rising chega como um “remake” do seu antecessor ‘Granblue Fantasy Versus’, mas classificar ele apenas como um Remake não seria a maneira certa de falar sobre o jogo.
Granblue Fantasy Versus: Rising pega todo o conteúdo do jogo anterior, retrabalha em cima dele e expande bastante o que já havíamos visto no lançamento de 2020, ele é um remake com bastante conteúdo novo. Mas será que realmente vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
É preciso começar o review deixando claro que nunca joguei Granblue Fantasy Versus, portanto não tenho familiaridade com as mecânicas antigas do jogo e não saberei dizer o quão melhor ou pior estão as mecânicas do novo jogo em relação ao anterior.
Esse review foi escrito sob a ótica de uma pessoa totalmente novata na franquia e que pulou de cabeça nesse novo lançamento, ajudando assim aqueles que também nunca ouviram falar de Granblue Fantasy, afinal o jogo nunca foi muito popular no Brasil de qualquer maneira.
Com tudo isso esclarecido, posso começar dizendo que o jogo me agradou bastante em vários quesitos, ao mesmo tempo que deixou a desejar em coisas que considero crucial para um videogame moderno.
O problemático modo história
Ao iniciar o jogo eu me deparei com uma escolha: jogar o modo arcade ou o modo história, achei que seria legal começar pelo modo história pra me familiarizar com o jogo e eu estava completamente enganado, o modo história de Granblue Fantasy Versus: Rising é o pior aspecto do jogo e é um contraste absurdo em relação ao modo arcade, que é onde o jogo realmente brilha.
No modo história, a narrativa é apresentada através de fases de luta ao estilo beat-’em-up. O objetivo geralmente é derrotar inimigos genéricos até que o jogo te permita avançar. Essa sequência de batalhas monótonas e pouco cativantes vira uma experiência repetitiva e sem graça muito rapidamente.
Os inimigos não tem praticamente nenhuma variedade e o modo como se derrota eles é praticamente o mesmo do inicio ao fim. A história é estruturada em um sistema de missões e muitas delas nem mesmo tem lutas, você apenas assiste a ceninha do jogo e a missão completa, enquanto outras vão te dar algumas lutas ali no meio pra derrotar hordas de inimigo do mesmo tipo.
Após cada grupo de três ou quatro fases, o jogador finalmente enfrenta um chefe, frequentemente outro personagem que pode ser desbloqueado para o restante da aventura e esse é o único lampejo de felicidade dentro da história para o jogador.
A trama é completamente sem graça, previsível e monótona, e sinceramente, você pode ignorar completamente o modo história e ir direto para o modo arcade e o online, que é onde a magia realmente acontece.
O combate do jogo
No modo arcade você pode escolher um dentre diversos personagens jogáveis (uma quantidade ‘ok’ para um lançamento) e a partir daí você vai lutando contra diversos oponentes em sequência até chegar ao fim e vencer tudo, podendo escolher entre diversos níveis de dificuldade.
O jogo adota um sistema de controle com quatro botões, sendo três para ataques leves, médios e fortes, e um quarto para habilidades especiais de cada personagem. Diferente da lógica convencional de combos, onde um ataque leve abre caminho para um médio e assim por diante, “Granblue Fantasy Versus: Rising” distingue claramente os três tipos de ataques e cada nível de força representa um combo automático distinto.
Essa mecânica torna os combates mais centrados em ataques a partir de uma posição neutra, diferenciando-se de outros jogos de luta da própria Arc System.
Jogos de luta 2D não são exatamente a minha praia e apenas curto como um jogador casual e que é longe de ser um profissional insano em combos, e Granblue Fantasy Versus: Rising permite que até mesmo jogadores como eu se divirtam bastante nas lutas.
O jogo é acessível para novatos e mesmo assim não perde a profundidade da batalha, existem tantas combinações diferentes entre ataques básicos, ataques especiais e habilidades que um jogador experiente e profissional vai conseguir extrair combos inimagináveis.
Granblue Fantasy Versus: Rising é fácil de aprender e muito difícil de masterizar, e acredito que esse seja o equilíbrio perfeito para esse tipo de jogo e que muitas desenvolvedoras falham em encontrar.
Caso você esteja jogando o modo arcade ou versus contra a máquina, você vai se deparar com vários níveis de dificuldade, sendo os primeiros extremamente fáceis e simples demais, e até mesmo eu que sou um jogador casual de jogos de luta não encontrei desafio nenhum no jogo nesses níveis.
Já nos níveis mais difíceis a coisa fica bem mais interessante, e na minha opinião é onde o jogo realmente brilha, com a CPU fazendo combos malucos e te forçando a melhorar mecanicamente no jogo.
No tempo que tive para jogar e entregar o review, eu pude perceber alguns problemas de balanceamento entre os personagens, que no modo versus contra outros jogadores vai causar problemas e uma experiência ruim pra quem está jogando contra alguém que claramente está abusando de um personagem roubado.
Isso pode ser corrigido facilmente com patchs de balanceamento, mas foi engraçado pegar a personagem Metera pela primeira vez e simplesmente esmiralhar a CPU no nível de dificuldade mais alto apertando apenas 2 botões, eu nem sequer precisei me mexer e sair do lugar pra derrotar os personagens mais difíceis do modo arcade com ela.
Gráficos
Graficamente falando, o jogo é muito bonito e tem uma boa fluidez, já joguei diversos jogos com o estilo de animes e esse é um dos poucos q consegue mesclar bem as partes 3D e 2D das cenas.
É bem natural a transição de uma cena 2D de animação pra engine do próprio jogo, e isso deixa tudo bem mais bonito e da uma sensação de imersão maior.
Dublagem e trilha sonora
No quesito dublagem, infelizmente não temos ela em português, mas temos o jogo completamente legendado para quem quiser aproveitar na nossa língua, a dublagem em inglês não chega a ser ruim, mas em Japonês eu achei bem melhor.
A trilha sonora do jogo não tem muito o que falar, ela é minimamente competente e aparece bem nos momentos certos, mas você pouco presta atenção nesse tipo de coisa enquanto ta esmiralhando o controle.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela Publisher.
Resumo para os preguiçosos
Granblue Fantasy Versus Rising acerta grandiosamente no seu modo arcade e modo versus, com um primor nas lutas excepcional e é uma boa pedida pra quem curte boas lutas em jogos 2D.
Infelizmente o modo história é extremamente mal feito e sem graça, afastando jogadores que poderiam querer comprar para apreciar um modo assim.
Prós
- Sistema de luta
- Acessível
- Camadas de profundidade nos combos
- Bons gráficos
Contras
- Modo história