Ghost of Tsushima foi um dos melhores jogos do ano passado, e com o anúncio da DLC expansão da ilha de Iki, as expectativas pelas novas aventuras de Jin Sakai foram lá no teto nessa versão do Diretor, que além de novos conteúdos, traz melhorias gráficas do jogo para a versão de PlayStation 5. Mas será que esta nova versão vale a pena?
Para fazer esta análise, vamos dividi-la em duas partes, a primeira falando sobre a nova expansão e a segunda sobre as melhorias gráficas.
Vale ressaltar que esta análise é apenas sobre o que foi adicionado ao jogo base. Para ler o nosso review do jogo base, clique aqui. Como eu mesmo fiz o review, eu já adianto, Ghost of Tsushima é um dos melhores jogos de 2020, ele é realmente muito bom. Se você ainda não jogou e tem um PlayStation 4 ou PlayStation 5, compre-o, pois ele vale muito a pena. Disto isso, vamos à análise do que é novo nessa versão.
Começando pela expansão da ilha de Iki, ela infelizmente é uma decepção. A história começa dentro de Tsushima, com um grupo de batedores do Clã da Águia, que fez atrocidades com uma vila de pescadores.
Aqui, o jogo já introduz a grande novidade desta DLC: os Shamans, uma unidade que é uma espécie de “bardo” que aumenta as habilidades dos quatro tipos de soldados que você já está careca de ter enfrentado e provavelmente já está com um nível tão alto que batê-los é uma brincadeira de criança.
Com o Shaman, agora eles voltam a fazer frente a você, mas a grande dificuldade imposta por esse novo inimigo se encerra no momento em que você o encontra e o abate no combate, porque sem fazer isso, os inimigos normais ficam praticamente impossível de ser vencidos. Ou seja, a nova unidade deixa o jogo tão desbalanceado que a única coisa que você pode fazer é ignorar os inimigos e concentrar-se em encontrar o Shaman e abatê-lo o mais rápido possível.
Partindo para a nova ilha de Iki, você descobre uma área nova razoavelmente grande, onde você terá que enfrentar uma nova antagonista, a Água, que planeja retomar o assalto a Tsushima. Logo no começo da expansão você encontrará com ela, e descobrirá que ela se parece bastante com o Espantalho do universo do Batman, usando alucinações do protagonista para interagir com ela.
Estas alucinações de Jin têm tudo a ver com a ilha de Iki, já que este local foi onde o pai dele acabou morrendo quando o protagonista era jovem. Conforme você vai avançando nas missões da DLC, Jin vai revelando mais e mais sobre o passado dele e sobre a relação conturbada que o clã Sakai tem com os habitantes da ilha, já que o pai de Jin é considerado um tirano assassino pelos habitantes da ilha.
A ideia toda por trás da DLC é bem interessante, o problema é que a expansão da Ilha de Iki em Ghost of Tsushima é desenvolvida de maneira extremamente corrida. Em cerca de 2 horas e meia, eu terminei a campanha principal da DLC e fiquei com a sensação de que a história poderia ter durado pelo menos o dobro desse tempo para ser melhor resolvida, já que em tão pouco tempo, não só Jin consegue vencer uma supostamente temível adversária, mas também resolver todos os conflitos internos que esta viagem para a ilha despertou.
Depois disso, o que resta são as diversas atividades opcionais que Ghost of Tsushima original já oferecia, além de algumas novas, como treino de arco e flecha, lembranças da passagem de Jin e do pai dele pela ilha (que poderiam ter sido incorporadas a essa campanha nova ao invés de estarem soltas pelo mapa para você ir atrás) e um torneio de esgrima onde você enfrenta diversos espadachins da vila dos corsários em busca de um prêmio.
No fim das contas, a sensação que fica é de que a expansão da ilha de Iki é só mais uma lista de atividades para nos sentirmos ocupados, mas que o conteúdo dela essencial mesmo é tão curto que o preço cobrado pela DLC (20 dólares ou 104,90 reais) realmente não compensa.
Já as melhorias gráficas do jogo realmente deixam Ghost of Tsushima num jogo que, não só já possuía uma excelente direção de arte num jogo agora sim realmente bonito também quando colocamos ele diante de um microscópio, mas honestamente? Cobrar 10 dólares (ou 50 reais) para adicionar isso num contexto em que a maioria dos jogos têm upgrade gráfico gratuito acaba depreciando essa atualização gráfica.
Outras melhorias também envolvem o aumento da velocidade de carregamento do jogo. Se ela já era bastante alta no próprio PlayStation 4, agora ela é praticamente instantânea no PlayStation 5, o que é realmente impressionante.
Mas e aí, Ghost of Tsushima: Versão do Diretor vale a pena?
No fim das contas, a impressão que fica é a seguinte: se você ainda não havia comprado Ghost of Tsushima anteriormente, a compra dessa edição do diretor acaba compensando, pois pelo preço que você teria pago no jogo completo anteriormente, você recebe tanto a versão de base do jogo quanto a expansão.
Colocando mais 50 reais na equação, você leva as melhorias gráficas e de velocidade de carregamento da versão de PS5, mas fazer o upgrade do jogo base para ela acaba não valendo muito a pena, já que o conteúdo novo é tão pouco que se esgota rapidamente, e o que sobra são apenas uma série de atividades praticamente iguais às que você já havia jogado no jogo base.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PlayStation 5 fornecida pela PlayStation Brasil.
Resumo para os preguiçosos
Se você ainda não havia comprado Ghost of Tsushima anteriormente, a compra dessa edição do diretor acaba compensando, pois pelo preço que você teria pago no jogo completo anteriormente, você recebe tanto a versão de base do jogo quanto a expansão.
Colocando mais 50 reais na equação, você leva as melhorias gráficas e de velocidade de carregamento da versão de PS5, mas fazer o upgrade do jogo base para ela acaba não valendo muito a pena, já que o conteúdo novo é tão pouco que se esgota rapidamente, e o que sobra são apenas uma série de atividades praticamente iguais às que você já havia jogado no jogo base.
Prós
- Graças ao SSD do PS5, os tempos de carregamento ficam praticamente instantâneos
- A nova antagonista é bem interessante
Contras
- A expansão da ilha de Iki é extremamente curta e mal aproveitada
- Poucas atividades novas que justifiquem a compra da expansão
- Cobrar a mais pela versão de PS5 do jogo é injustificável quando a concorrência oferece o upgrade dos seus jogos gratuitamente