Gears of War: Ultimate Edition – Review

O ano de 2006 foi um dos anos mais importantes para a geração do Xbox 360 e do PlayStation 3. Nele, tivemos o lançamento de Gears of War, o primeiro jogo que, de fato, fez os jogadores se sentirem numa nova geração. O jogo era extremamente bem feito e bonito, e mostrava que um mundo novo de possibilidades era possível com os novos consoles. Nove anos depois, temos Gears of War: Ultimate Edition, a remasterização desse jogo para o Xbox One. Será que esse ainda é um jogo atual e que vale a pena ser comprado?

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Em Gears of War: Ultimate Edition, você controla o sargento (inicialmente soldado) Marcus Fenix, que inicialmente está preso por ignorar ordens militares. Marcus vive num planeta chamado Sera, que foi colonizado pelos humanos e que está em guerra há muitos anos. Tudo começou no Emergency Day, quando os Locust atacaram todas as grandes cidades dos humanos e exterminaram cerca de 1/4 da população do planeta. 17 anos depois, começam os eventos de Gears of War, com Marcus sendo solto por Dom Santiago, e recebendo uma nova missão.

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Para lançar o contra ataque contra os Locust, a COG (organização militar que lidera a resistência contra os Locust) tem um novo plano: usar uma bomba de luz dentro dos túneis do inimigo e extermina-lo na própria casa. Para tanto, eles precisam usar um ressonador dentro dos tuneis para saber onde a bomba deve ser posicionada, o problema é que o ressonador acabou sendo perdido, e é aí que Marcus entra. Ele e a equipe Delta devem encontrar o ressonador e resgatar sobreviventes, enfrentando ondas e mais ondas de inimigos.

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O jogo funciona no esquema de tiro em terceira pessoa com cover que todo mundo que joga há algum tempo já está acostumado: você se esconde atrás de paredes e atira no inimigo, tentando mover-se sem levar tiros e tentando ficar o máximo de tempo possível com alguma espécie de muro entre você e as balas do inimigo. Eu arrisco dizer que eu não vi até hoje um jogo que faça isso melhor do que Gears of War e suas continuações. Atirar, esconder-se, correr quando é necessário é extremamente natural e muito bem executado, exceto por um pequeno problema: os ataques corporais.

Uma das características mais definidoras de Gears of War são as metralhadoras com serra elétrica, e uma das coisas mais chatas do jogo, que acontecia em 2006 e ainda acontece hoje, é o fato dos ataques corporais serem uma loteria, ou você acerta a porrada e mata o inimigo, ou ele te acerta e você ataca o vazio, aí quem se ferrou foi você, isso caso você esteja usando uma shotgun ou algo do tipo. Caso você esteja usando a serra elétrica, volta e meia Marcus demora para entender que ele tem que ligar a maldita, e você fica ali tomando porrada do inimigo no ar enquanto ele pensa “ok, talvez fosse bom eu usar a maldita da serra elétrica antes que esse cara me mate”.

Fora esse pequeno detalhe, o combate de Gears of War continua excelente e muito prazeroso. Algo que eu não lembrava, e lembrei jogando novamente o jogo, foi o fato dos momentos de ação variarem bastante durante a campanha. Mais de uma vez você tem que fazer tarefas que não envolvem atirar em tudo que parece um réptil e se move pela tela, e isso é muito bom, já que Gears of War não sofre daquele problema de ser os mesmos 30 minutos de jogo pelas próximas 8 ou 10 horas. As partes em que você enfrenta os malditos dos Kryll, por exemplo, são uma ótima quebra no gameplay, e que mostram como a Epic Games estava investida em criar uma experiência única para a época, e realmente ajudam a te dar a sensação de que, apesar de ser uma montanha de músculos com uma metralhadora, sim, você é vulnerável.

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Mas o que Gears Ultimate tem de novo em relação ao título de 2006? Para começar, os gráficos foram totalmente refeitos e agora rodam a 1080p e a 60 frames por segundo. Na maioria do tempo, isso funciona muito bem, e não há nenhum slowdown enquanto a porrada come no jogo. Curiosamente, em algumas cutscenes, eu notei que o jogo deu umas engasgadas, mas nada realmente muito grande, foi por apenas alguns breves instantes. O jogo realmente ficou muito mais bonito e as cores estão muito mais vivas na tela. Além disso, a movimentação mais fluída realmente ajuda a dar uma experiência melhor ao game.

Outras novidades que o jogo ainda ganhou foram adições ao gameplay e às mecânicas do jogo que foram introduzidas nos capítulos subsequentes de Gears of War e que realmente fazem sentido estar por ali, além de algumas adições interessantes ao modo multiplayer.

Por falar em multiplayer, infelizmente ficou faltando o modo horda, que era o meu preferido em Gears of War 3. Seria muito legal se a The Coalition tivesse colocado esse modo no jogo, já que é você e mais três contra 50 ondas de Locust trocando tiros, porradas e bombas. Apesar da falta desse modo, o componente multiplayer do jogo continua muito bom e, talvez não receba a mesma atenção que recebeu em 2006, mas certamente é uma alternativa interessante para quem está cansado de trocar tiros em primeira pessoa.

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Outro ponto forte de Gears of War é a dublagem do jogo. Aqui, eu estou falando da dublagem original, é claro. O trabalho foi muito bem feito e ainda hoje é possível acreditar numa boa na emoção e na intenção dos personagens conforme a ação vai desenrolando na tela.

Mas e a pergunta que você deve estar fazendo é: vale a pena? Sim, vale. Eu estava com vontade de jogar Gears of War novamente já faz um bom tempo. Quando o remaster foi anunciado, eu acabei esperando para jogar essa versão definitiva e não me arrependo. Ela não apresenta grandes novidades, mas tendo em vista que o jogo original já tem 9 anos, isso não chega a ser um grande problema. Gears of War continua sendo um grande jogo que merece ser jogado por quem nunca tocou nele e por quem está querendo se aquecer para Gears of War 4.

Review elaborado com uma cópia do jogo pra Xbox One fornecida pela Microsoft do Brasil.

Eric Arraché
Eric Arrachéhttps://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.