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Gears of War: Judgement – Review

Uma vez, há um tempo, eu ouvi uma expressão engraçada pra caramba sobre Gears of War: testículos com armas. Essa certamente é a primeira impressão que o jogo passa, afinal, é como se tivessem colocado armas em jogadores de futebol americano. Por trás disso tudo, há uma tentativa de criar um universo de ficção científica profundo, com personagens com passado e crises próprias, além de uma história paralela ao que primeiramente parece um “atire em tudo o que se mover e não for humano”. Com o fim da trilogia inicial, não se sabia o que poderíamos aguardar de Gears Judgement. Será mais do mesmo? Seria algo novo? Bom, de certa forma, a resposta é sim para as duas perguntas.

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Gears of War: Judgement se passa 15 anos antes dos eventos de Gears of War original e conta a história do tenente Damon Baird que, juntamente com o seu fiel companheiro Augustus “Cole” Train compõem o Kylo Squad, acompanhados de Sofia Hendrik e Garron Paduk. O jogo começa com os quatro personagens sofrendo acusações de desobediência num tribunal militar, e a ação se desenrola com cada um dos personagens dando o seu depoimento a respeito dos motivos da desobediência.

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Aí já temos uma diferença entre os Gears tradicionais e o original, o jogo agora é estruturado em sequências curtas, que duram até 7 minutos, onde você deve seguir do ponto A ao ponto B matando tudo o que encontra pela frente e ganhando estrelas por isso. No começo de cada segmento desses, há uma roda dentada vermelha onde você pode ativar o modo “Declassified”, que aumenta a dificuldade do trecho de diversas formas, indo desde ter que usar certas armas (ou começar sem balas, o que é uma puta sacanagem) até visão reduzida. Mesmo não trocando o nível de dificuldade do jogo do normal, algumas partes já oferecem um desafio maior do que o tradicional “mate tudo e não se preocupe tanto assim com o dano dos inimigos” da dificuldade normal.

Essa mudança no modo como a história se desenvolve acaba quebrando um pouco a fluidez da história, apagando toda e qualquer parte mais “grandiosa” que os outros Gears of War tinham, como você poder usar um Brumak e tocar o puteiro nos inimigos, mas, para pessoas ocupadas, como eu, isso acaba facilitando um pouco o jogo, já que é possível fazer duas ou três partes dessas e parar, sem ter que ficar recomeçando sessões toda hora.

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Como eu disse antes, dependendo da sua performance nessas sessões, você ganha estrelas. Acumulando 50 estrelas, o jogo libera o modo Aftermatch, que traz de volta o estilo de Gears of War 3, sem esses cortes a cada 5 minutos nas sessões. Ou seja, dá pra agradar a todos os públicos, mesmo que o jogo sofra de um problema que é a…

… falta de conteúdo! Sim, o jogo é curto demais e essa é a minha principal reclamação. Eu acho que demorei menos de 6 horas para acabar a campanha tradicional do jogo e o modo Aftermatch. Lembro de os Gears of War anteriores durarem pelo menos 10 horas. Isso é pouco demais, ainda mais pelo preço de um jogo novo. Parece que colocaram 2 ou 3 DLCs num DVD só e lançaram, pois fora essa alteração dos capítulos, não há tanta coisa nova assim.

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Uma coisa legal do jogo é contar a história do que aconteceu um ano após o E-Day (dia em que os Locust se revelaram e começaram a atacar a humanidade), mas mesmo assim, a história é brevemente tocada. Para quem gosta da “mitologia” de Gears of War como eu, isso pode ser um problema, afinal, a ideia do jogo era contar a história de Damon Baird e essa história basicamente se resume a “estamos em guerra, Baird desobedece ordens, Baird é preso, Baird mata um cara do mal (que nem é tão difícil assim), Baird é solto”. O pessoal da People Can Fly (que desenvolveu esse jogo para a Epic Games) poderia ter feito um pouco mais.

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O que há de novo em Gears of War: Judgement? Bom, temos algumas armas novas, como a Markza, que virou a minha favorita durante a campanha principal do jogo. Além das armas, há novos modos multiplayer, além dos tradicionais team deathmatch e domination (semelhante a um capture the flag) dos outros Gears of War, o jogo traz os modos Overrun e Survival.

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Os dois modos basicamente são a mesma coisa, mas em lados opostos. No modo Overrun, com os locust, você deve atacar a base dos humanos e destruir os E-Holes dos inimigos. Destrua dois desses e a cena muda para o gerador. Destruído o gerador, você ganha a missão. A cada morte inimiga ou construção destruída, você ganha uma quantidade X de dinheiro. Esse dinheiro pode ser usado para comprar novas unidades Locust. É possível tornar-se até um Berzerker. Caso você seja humano, sua missão é aguentar os ataques inimigos o máximo de tempo possível.

O modo survival é o contrário disso, você e mais quatro amigos devem aguentar 10 ondas de ataque dos locust e proteger a base. Novamente, são dois E-Holes e um gerador. Eu cheguei só até a quarta onda nesse modo pois o meu time não se ajudava muito. Talvez jogando com amigos e conversando pelo headset dê para se coordenar melhor e aguentar os ataques até o fim.

Quanto aos gráficos do jogo, Gears of War: Judgement não traz nada de novo. Isso está longe de ser um defeito, afinal de contas, os gráficos da série Gears sempre foram muito bons, mas realmente, parece que a engine do jogo chegou ao seu limite. Os sons do jogo combinam bem com o ambiente proposto e a dublagem em português até que não está das piores (mas eu prefiro jogar em inglês toda vida, ponto pra Microsoft do Brasil por deixar os diálogos em inglês no DVD do jogo).

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Além disso tudo, ainda há a tradicional caçada dos colares dos Gears que caíram durante a aventura. Ao todo, há 48 colares que devem ser encontrados. Eu encontrei uns 18 durante a minha primeira aventura. Tenho que voltar a jogar para encontrar o resto. Outra coisa que voltou também foram os desafios do jogo, como matar 500 locust com headshots, matar mais 999 com a Lancer e assim por diante. Ao cumprir esses desafios, você ganha caixas que dão recompensas para o seu personagem. Essas recompensas vão de decals novos para as armas até experiência.

Outra maneira de desbloquear mais conteúdo para o jogo é dando level up. A cada x níveis novos, você libera mais personagens para o multiplayer, além de outras coisas legais.

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Resumo para os preguiçosos

Gears of War: Judgement é um bom jogo, mas curto demais. Caso você não tenha jogado ainda o primeiro jogo da série, o novo Gears ainda vem com um voucher para download dele, o que sempre é uma coisa boa. Enfim, vale a pena comprar? Sim, vale, mas prepare-se, o jogo vai acabar bem antes do que você espera, e certamente vai te deixar com um gosto de quero mais na boca.

Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Modo história contado de maneira interessante
  • Novos modos no multiplayer

Contras

  • Curto demais
  • Sem modo horda
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.