Game of Thrones: The Ice Dragon – Review

Atenção, este review contém spoilers dos episódios anteriores de Game of Thrones – A Telltale Game Series e spoilers deste episódio em si.

Após uma difícil escolha em A Nest of Vipers, The Ice Dragon chega para dar um desfecho (ou não) à história da casa Forrester. No episódio temos algumas descobertas interessantes e algumas lutas importantes para o momento, mas que não impactam tanto assim na história em si. Haverá alguns spoilers a seguir, mas nada que vá influenciar a sua opinião quanto ao final do jogo que pode ser muito boa ou muito ruim.

Logo no início do capítulo, Garred encontra o North Grove (sim, ele é real!) e descobre o que de tão precioso Lorde Gregor guardava/escondia lá. Temos algumas lutas bacanas com white walkers e com adversários maiores, mas nada de espetacular e temos a tradicional escolha sobre que fim dar a alguém que gostamos. Essa escolha, apesar de parecer importante, não causa o impacto esperado e, pelo menos pra mim, não fazia diferença alguma eu escolher uma ou outra, ele ia estar morto até se eu não fizesse nada.

No fim, Garred tem que escolher se fica no North Grove ou marcha rumo a Ironrath, mas independente do que escolhemos, o que percebemos é que a história de Garred é totalmente inútil, talvez devido ao desfecho das demais histórias. Ele passou por toda essa aventura mas no fim não estava conectado a nada do que acontecia em sua terra e com sua casa, sua história é completamente descartável.

O arco de Mira é o único com boas reviravoltas. Primeiro temos que escolher entre proteção e fidelidade e tenho que admitir que é uma escolha bem difícil, apesar de ser feita no fim do capítulo, e escolher uma ou outra não impacta no andamento da história. Os soldados Lannister continuam atrás de Mira pela morte do guarda e finalmente descobre quem é que os colocou na cola dela, essa é uma ótima reviravolta.

Mira é finalmente capturada e vai para as masmorras e é aí que temos uma escolha difícil que pode mudar o destino da jovem. Este é um capítulo de revelações e escolhas difíceis e mesmo que no fim o destino de Mira seja o mesmo, ainda temos que escolher entre vida e morte. Após o final, fica a pergunta: Mira serviu de algo para a casa Forrester?

E finalmente temos o esperado desfecho da história de Asher/Rodrick – dependendo de quem você deixou para trás no quinto episódio. O sobrevivente deve salvar Ironrath do ataque dos Whitehill que tentam derrubar os portões e desestabilizar a família com a presença de Ryon entre as tropas e um estandarte inesperado. Após encorajar o povo e os lutadores de Meereen, avançamos contra o exército inimigo e temos que escolher se matamos Ludd ou Gryff Whitehill.

A partir deste ponto o jogador perde completamente o controle da história. O Whitehill que permitimos que vivesse avança sobre nosso castelo e derruba os portões e o que temos após isso é uma série de acontecimentos imutáveis que fazem um plot twist que chega a ser desleal. Nada do que fizemos em todo o capítulo é capaz de mudar isso e achamos que toda a nossa jornada até aqui foi uma completa perda de tempo. E as coisas conseguem ficar ainda piores.

Após o fim de tudo, nosso Lorde é salvo por algum aliado e levado em segurança para longe da guerra por ele e Talia. O que vemos é um final inconclusivo que aconteceria independente de todas as escolhas que fizemos no decorrer do jogo, uma tentativa de cliffhanger desnecessária da Telltale que impacta negativamente nos jogadores, e consequentemente, no jogo.

Com o fim da história, o que percebemos é que a Telltale interpretou errado o mundo de Game of Thrones (só pode). As tragédias não acontecem com todo mundo a todo momento durante o jogo, não é assim que funciona. O Casamento Vermelho aconteceu devido à escolhas erradas que Rob Stark e sua família fizeram, não só porque Walder Frey é um completo imundo. Ned Stark foi morto porque fez uma série de escolhas erradas e colocou a honra e a família a frente de sua própria vida. Por mais que personagens queridos morram em Game of Thrones e em As Crônicas de Gelo e Fogo, suas mortes não são mero acaso, não acontecem só porque alguém quis, são frutos de suas escolhas, o que não acontece em Game of Thrones – A Telltale Game Series.

Ao contrário de The Walkind Dead e The Wolf Among Us, onde temos finais abertos que podem tanto ser o fim como sugerir uma continuação, em Game of Thrones temos um final forçado feito apenas para continuar uma história que poderia muito bem ter um fim e recomeçar algum dia centrando-se em alguma outra família deste vasto mundo.

Talvez sua opinião final seja diferente da minha, não se atente à nota do capítulo, mas aos acontecimentos, ao seu controle sobre eles (que deveria existir) e ao desfecho da história. Talvez você possa ver uma continuação como algo bom, mas o que fica no ar é o modo como a Telltale apostou nesta continuação.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela Telltale.

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