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Game of Thrones – Review

Me disseram. Me avisaram. Não li uma ou duas, mas várias vezes recomendações fortes de não jogar esse jogo. Mas tava só 9,90 no Origin, e eu já ia comprar o Mass Effect 3 pro meu irmão…então por que não, né? E essa é a história de como fiz o meu pior investimento da vida a nível de jogos.
Eu juro que eu tentei. Tentei muito.

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Sou um cara positivo, sempre tento tirar algo de bom das coisas, e joguei me obrigando a relevar o gráfico horrível, os comandos tenebrosos, a mecânica abominável, a animação ridícula pra encontrar algo de interessante no jogo. O sistema de evolução confuso tinha que ser bom. A história tinha que ser boa. Não podia abandonar. Afinal o jogo carrega o logo da HBO, que não faz coisas ruins. O livro é perfeito, a série é impecável. Então é natural que o jogo deveria ter ALGUMA COISA de bom, não é.

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Pois bem, depois de mais ou menos 26 horas de jogo, posso dizer seguramente pra todos: o jogo não é bom. Não vale a pena nem pela história, nem pelo RPG, nem pelos combates…por nada! Mas dizer que o jogo simplesmente é ruim é fácil, vocês querem saber o porquê dele ser tão ruim, não é mesmo? E eu tenho a obrigação de dizer à vocês o que faz esse jogo ser tão ruim, e o primeiro dos Reviews do Critical Hits à não ser recomendado em nenhum nível. Então vamos analisar item por item.

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Os gráficos são ruins. Sim, é simples assim: eles são ruins. Porcamente feitos, toscos no sentido mais literal da palavra, mal feitos ao extremo. Pra não dizer que não falei das flores, os rostos de alguns personagens lembram bastante o de alguns personagens da série, como o Velho Urso e a Rainha Cersei…se estivéssemos falando de gráficos de Play 2. Sério, os gráficos lembram um pouco o Bully (eu achava fantástico como eles conseguiam botar cicatrizes no rosto dos personagens, dando uma riqueza de detalhe tão grande!), mas a ambientação de Bully é muito boa, o que não é o caso de Game of Thrones. Os cenários são péssimos, pobres. Os mapas são pequenos e sem nenhum detalhamento. Mesmo assim são confusos, uma vez que o mini-mapa não te mostra estradas e paredes, apenas uma flechinha indicando teu personagem e outra indicando o ponto onde tu deve ir. O que te faz abrir o menu e entrar no mapa “grande” toda hora. São 2 passos, apertar esc, consultar o mapa, fechar o mapa, dar mais 2 passos…e continuar assim pela eternidade!

O jogo não tem diversidade, não tem exploração, não tem itens escondidos. Se tem uma porta fora do teu caminho, ou ela tem uma pequena bolsa de dinheiro, ou tu vai usar ela mais adiante e ela está trancada agora. É ridiculamente linear. Além da câmera, que fica muito perto do personagem (talvez pra esconder um pouco a pobreza do cenário) e é extremamente ruim de se controlar. Empurrar as bordas da tela pra girar a câmera? Nem pensar! Só clicando com o botão direito do mouse e…ao menor toque a câmera gira mais de 8000º. É ridiculamente impossível não se irritar com a câmera tosca.

Mas ok, daria pra superar isso se as mecânicas de RPG do jogo e a jogabilidade como um todo fosse boa. Mas não é o caso. Durante o jogo teremos 2 personagens: Mors, um patrulheiro da Patrulha da Noite, e Alester, um Mago Vermelho, e a gente pode escolher entre três “profissões” pra cada um deles, que não mudam muito, só algo entre espada e escudo ou duas espadas. Tem pontos pra distribuir em atributos, como espadas e machados, e armaduras leves e pesadas. E eu confesso pra vocês que eu demorei muito pra descobrir que tinham mais de 3 atributos, e aí já era tarde, já tinha posto todos os pontos em espada. Além desses atributos, tem habilidades pra distribuir. Uma pra classe que tu escolheu e outra pela habilidade que o personagem já tem.

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Por exemplo, Mors ganha um ponto de 2 espadas e outra de troca-pele, onde ele usava o cachorro em combate. Alester ganhava um ponto de espada e escudo e outro em Magia Vermelha, onde ele usava técnicas de fogo em combate. Parece legal, né? Mas o jogo não executa bem essa ideia. Na prática, são apenas técnicas empilhadas em fileiras, como em Dragon Age (eu chamo de enfileirar tarefas, como o sistema de pausar e mandar o personagem fazer várias ações antes de dormir, em The Sims).

Porém é só colocar várias ali e esperar que ele execute. Começa o combate, ele saca a espada e vai pra cima sozinho. Pra usar as habilidades tem uma barra de energia. Muito pequena. Dá pra recuperar, como nos jogos do Dragon Ball, em que dava pra recuperar um pouco de Ki. Mas demora demais e não vale a pena. Tudo isso junto deixa o combate chato, sem graça, e tu implora pra acabar logo e poder passar pra um pouco mais da história.

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A história. Ah, a história…ela parece ser promissora! Os personagens foram feitos com a supervisão de Martin, o criador da saga, o que os torna bem interessante, sendo todos bem elaborados. O jogo se passa como um spin-off da série e dos livros, contando a história de dois personagens que são exclusivos do jogo. O jogo não dá spoilers sobre a saga do livro/série, porém é possível recuperar vários documentos bem completos e não muito compridos a ponto de serem enfadonhos que contam a história das casas, dos lugares e das pessoas mais importantes de Game of Thrones. O jogo se passa em um tempo um pouco antes de Jon Arryn, o até então Mão do Rei, ser morto. Durante os diálogos, podemos escolher opções de resposta, mas que ficam muitíssimo restritas, sendo basicamente uma pra “sim” e outra pra “não”. Como em Mass Effect, as frase que aparecem nas opções não são as palavras exatas que o personagem vai dizer, como em Skyrim, por exemplo, o que tornaria o jogo um pouco mais divertido, visto que tu deveria pegar apenas a ideia pra tomar a tua decisão, não exatamente as palavras, porém isso não é aproveitado pelo número limitado de opções.

Pois bem, o jogo começa com Mors Westford, um cavaleiro que decidiu se juntar à Patrulha da Noite, e acaba se tornando o patrulheiro-chefe, responsável pelos iniciantes. O rabugento Mors acaba se tornando braço direito do Velho Urso Mormont, encontra traidores e é tentado a se virar contra a Patrulha da Noite, e em determinado momento encontra uma mulher que está se escondendo. Além disso, Mors é um troca-peles, e em determinados momentos do jogo, podemos utilizar seu cachorro como personagem jogável, usando ele pra farejar. O outro personagem do jogo é o Mago Vermelho de R’hllor Alester Sarwyck.

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O pai de Alester morreu e, como primogênito, ele deve voltar pra sua terra natal pra assumir o lugar do pai. Só que os planos da Rainha Cersei são outros: ela pretende casar Valar, o irmão bastardo de Alester, com sua irmã, Elyanna, e assim dar a Valar o título da família Sarwyck, já que Alester passou muitos anos no exterior, estudando a magia vermelha e a doutrina de R’hllor. Tendo que mostrar seu valor para a Rainha Cersei, Alester se junta ao meio-irmão pra desvendarem alguns crimes na cidade. Então Alester descobre a história de uma mulher que foi se esconder perto d’A Muralha, e Valar manda seus homens até lá pra chegarem antes de Alester. Sim, exatamente o que vocês estão pensando: a mulher de ambas histórias é a mesma. Ou seja, em determinado momento as duas histórias se encontram! É uma pena que o jogo não compense esta história. Os diálogos são chatos e intermináveis, muitas vezes repetitivos. As telas de loading são muitas, mas muitas mesmo, e demoram pra caramba.

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Algumas pessoas não gostam de ler. Eu sou um cara que não consigo assistir séries – não consigo ficar com as mãos paradas na frente do computador, preciso interagir, saber que eu sou o responsável pela história passar. Então seria uma boa o jogo contar a história verdadeira da série e dar uma 3ª alternativa à quem quer acompanhar a saga. Porém, trazendo uma história diferente, o jogo traz novos fãs pra saga e mais conteúdo ainda pra franquia. Então são pontos de vista a serem considerados.

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Porém o único motivo que me faz jogar jogos que são baseados em filmes são os cenários. Leio um livro, como Harry Potter ou Senhor dos Anéis. Assisto o filme pra entender como funcionou tal cena, como a da Sala Precisa em chamas ou a dos Olifantes na guerra. Porém no filme, com a cena estática na minha frente, não consigo imaginar como é o cenário de uma maneira realista. E é pra isso que me servem os jogos de filmes. Não tem sensação mais legal que poder passear pelo Ministério da Magia. Mas Game of Thrones traz ruas vazias no meio da capital, e uma Muralha estática, feia, xoxa. Nem pra isso ele serve.

É um jogo medonho, muito promissor em alguns pedaços, mas muito mal executado em tudo o que se propõe (e até no que não se propõe). É um jogo pra passar longe

Resumo para os preguiçosos

Passe longe desse jogo

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Nota final

10
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Promissor no início

Contras

  • Todo o resto
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