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Gabriel Knight: Sins of the Fathers – 20th anniversary edition – Review

Remasterização, caros leitores. Esta é uma das palavras mais amadas dos gamers, afinal, é a chance de pegar algo que amamos e deixar ainda melhor, utilizando a tecnologia da época em que a ação se decorre. Seja isso para filmes, músicas, gibis e jogos, razão da vida deste adorado site.

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É muito provável que muitos dos nossos leitores não saibam o que afinal este jogo esta comemorando. Se não fosse seu óbivio título para quem concluiu o ensino fundamental com inglês, talvez esse jogo em seu 20º aniversário não signifique nada, mas para aqueles que sabem que Gabriel Knight, umas das jóias raras da Sierra, representou um dos jogos mais aterrorizantes da década de 90, assim como um dos títulos mais amados pela geração de gamers da época, que em seu 20º aniversário (21º na verdade, o jogo foi estreado em 1993, porém a versão especial atrasou um ano) ganha uma remasterização digna de seu predecessor.

Sim, é verdade que o redator que vos dita este texto tem 24 anos, e na data de lançamento do jogo, em 1993, tinha apenas 3 anos. Mas ainda nesta mesma década de seu lançamento, eu lembro que ganhei um daqueles cd’s que vinham com dezenas de demos, e um deles era esse jogo. Não deu outra, o estilo point and click, a atmosfera assustadora e o clima investigativo foram amor a primeira vista. Alguns anos depois comprei o dito jogo, assim como o resto da franquia e terminei eles, e hoje tenho a oportunidade de fazer seu review.

Assim como há 20 anos, voltamos a nossa aventura com Gabriel Knight pelas ruas de New Orleans. Nosso aventureiro com nome de arcanjo é um autor de livros e dono de uma livraria de livros raros. Na aventura, Gabriel está escrevendo seu novo livro, baseado em uma série de macabros assassinatos ao estilo Voodoo ocorrem na cidade. Ele está sempre acessorado pela sua assistente Grace, e também a ajuda de seu amigo detetive Mosely, que lhe da informações cruciais sobre os assassinatos, que é o conteúdo principal de seu livro. Durante a macabra investigação, Gabriel se envolve profundamente nos assassinatos, relacionados também com visões que ele tem em sonhos, dando a atmosfera do jogo. Nada a tirar ou acrescentar do original. Com exceção de algumas missões do jogo original, tudo está praticamente intacto em relação ao gameplay.

Assim como o jogo de 93, este também se passa na mesma época do lançamento do original. Nada de tablets, smart phones e super computadores. Tudo que é feito por Gabriel é ao velho modo de anotação. As informações são obtidas por jornais entregues diariamente e nota-se muitas maquinas de escrever nos diversos cenários em New Orleans e seus arredores.

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Óbvio que uma remasterização não é nada sem levar em conta o principal ponto a ser avaliado: os gráficos, e neste ponto o estúdio acertou em cheio. As mesmas câmeras e pontos do jogo original estão lá, porém em alta resolução e lindos gráficos. Jogar novamente este título lembrando como o jogo foi lançado em 1993, e reparar em como os jogos mudaram neste 20 anos é uma das partes mais prazeirosas do jogo. Este é um título, sem dúvida, feito de veteranos para veteranos dos games. Óbvio que as novas gerações são sempre vem vindas para degustar deste clássico do início da era dos games para PC.

Um ponto a desejar (e este ponto era obvio) foram as dublagens de hoje em dia. Enquanto o original contava com as atuações de Tim Curry (o Dr. Frankenfurter de The Rocky Horror Picture Show) e o próprio Mark Hamill (o Luke Skywalker de Star Wars). Enquanto o original trazia a forte e pesada voz de Curry, nesta aventura trouxeram um Gabriel com uma doce, leve e britânicamente assentuada voz. Não que as dublagens sejam de terceira. Muito pelo contrario, os atores foram muito bem em suas atuações e penetraram completamente em seus papéis, porém as vozes escolhidas não foram aquelas que queríamos na volta de 20 anos. Ainda nesse contexto das vozes, muitos dos dialogos foram um tanto quanto alterados, dando um toque de humor as conversas diversas durante o jogo.

Deixando isso de lado, vamos ao principal do jogo: os Puzzles. Muitos pontos foram perdidos nesta parte do remake. Praticamente todos os puzzles do jogo original estão neste remake, sem tirar nem por (e eles ainda continuam desafiadores), porém muitos deles foram, por algum motivo, retirados desta nova versão do jogo. Esta parte foi uma tanto quanto decepcionante, pois apesar das missões que faltam não acrescentam muito ao jogo original, ainda assim elas fazem parte da essência do gameplay e enriquecem os detalhes do game, assim como dão novas informações da vida pessoal de Gabriel Knight. Além disso, as quests agora tem uma espécie de ajuda. Em seu diário, informações da missão assim como dicas de como faze-las são dadas a cada nova missão e dia. Também são fornecidas informações do que fazer para dar continuidade ao game.
Este ponto em particular foi uma faca de dois gumes, ao menos ao ponto de ser empurrado goela abaixo dos jogadores, ou seja, está lá na marra. Ok, que é legal ter um apoio para jogar, mas este ponto do jogo poderia ser ao menos opcional nas configurações. Há quem goste de ter essa ajuda, há quem prefira ao modo antigo.

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O gameplay continua simples e intuitivo. A navegação com o mouse continua lá, assim como o simples point-and-click, para interagir, fazer ações, combinar equipamentos e investigar. Se há 20 anos atrás você podia fechar este jogo, você ainda pode fazê-lo da mesma forma, com as mesmas habilidades.

Conclusão:

Degustar uma remasterização é como experimentar o velho prato da vovó, recriado pelas mãos de jovens utilizando técnicas que reinam na culinária atual, preservando as queridas lembranças que aqueles sabores e aromas nos trazem. Nesse quesito, esta atualização do jogo foi digna de chefes de primeira qualidade. A atmosfera é a mesma, com toques 3D de primeira e visuais mais que agradáveis. Reviver os dias de terror de Gabriel Knight de 1993, é como comer esse prato antigo refeito por novas mãos, com novos métodos e tecnologias: ao primeiro sabor, todas aquelas boas memórias vêm a tona, e você gosta muito do que está sentindo.

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Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

Resumo para os preguiçosos

Gabriel Knight – Sins of the Fathers está de volta para seu aniversário de 20 anos (21 na verdade), porém em alta e linda resolução. O gameplay está praticamente intacto, porém com algumas novidades como um sistema de ajuda para avançar entre as centenas de desafiantes puzzles, o que é bem útil se você não tem paciência para este tipo de jogo, porém o sistema é viciante e tira um pouco da graça do jogo. O som continua intacto e as dublagens perdem a força por trazer novas vozes. Para aqueles que curtem o ritmo lento de um jogo estilo puzzle, ou então é fã inveterado do clássico original, este é um “must have”, obrigatório em sua coleção de jogos.

Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Sem dúvida um dos mais competentes trabalhos de remasterização já feitos
  • Sistema de ajuda às quests para quem não quer ter tanto trabalho para resolver as quests
  • O jogo está praticamente intacto em relação ao original, dando uma impressão incrível de Deja Vu com novos gráficos

Contras

  • O audio e as dublagens não agradam tanto
  • Sistema de ajuda não é opcional
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