Front Mission 1st Remake vale a pena? Análise – Review

Front Mission 1st Remake é um jogo que pode muito bem ter ou a missão mais fácil ou mais difícil do mundo: que é trazer um clássico que praticamente não precisa de melhorias para o ano de 2022. Será que esse jogo consegue cumprir essa meta?

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Em Front Mission 1st Remake, conhecemos a história da ilha de Huffman, uma ilha criada por atividade vulcânica do México, e que é disputada por duas superpotências: a USN, United States of the New Continent, composta pela união das Américas do Norte, Central e do Sul, e a OCU The Oceania Cooperative Union, composta pelo Sul e Sudeste da Ásia e Oceania.

No meio dessa guerra, controlamos Roid Clive, capitão da OCU, que acaba perdendo sua noiva num incidente que dá começo ao conflito entre as duas superpotências durante uma missão de reconhecimento. Depois disso, ele é expulso do exército e se torna um mercenário,  juntando-se aos Canyon Crows em busca de vingança pela morte do amor dele.

É assim que metade de Front Mission 1st começa, já que o jogo possui uma campanha que conta o lado da OCU no conflito, e que é recomendada para quem está começando o jogo, e uma campanha que conta o lado da USN, recomendada apenas para quem já é veterano em Front Mission, já que ela é muito mais difícil.

Logo de cara, o jogo apresenta os Wanzers, robôs gigantes armados até os dentes que servem de meio de locomoção e combate dentro dos cenários. Sendo um RPG Tático, boa parte da ação de Front Mission 1st acontece durante os combates, e eles são compostos de altos e baixos em termos de dificuldade.

A primeira batalha do jogo é bastante fácil, mas a segunda batalha do jogo me fez ter que tentar umas 3 vezes até conseguir completá-la, algo que também havia me custado um bom número de tentativas na vez em que eu joguei esse jogo no Nintendo DS. Depois dela, o jogo fica bem mais fácil de se manejar, mas esse pico de dificuldade logo no começo do jogo talvez faça novatos em Front Mission desistir de Front Mission 1st logo no começo do jogo.

Na maioria dos casos, você e seu esquadrão estarão em menor número do que o seu adversário. Além disso, raramente você terá apenas a missão de derrotar todas as unidades inimigas. Há missões onde você precisa escoltar pessoas, há personagens a mais que você pode recrutar em batalhas caso eles sobrevivam e assim por diante. A quantidade de desafios variados que Front Mission 1st Remake é um dos pontos fortes do jogo, além de toda a sua história envolvendo uma guerra tensa e as reviravoltas políticas que rodeiam ela.

Além das batalhas, a outra parte da ação do jogo acontece na parte de gerenciamento dos pilotos e dos Wanzers, dentro das cidades. Nelas, você pode comprar novas peças para os seus robôs e equipá-los de formas diferentes, já que eles podem possuir equipamentos de ataque corpo-a-corpo, metralhadoras de curta distância e lançadores de granadas e mísseis de longa distância. Cabe a você montar um Wanzer que se adapte melhor às características do seu piloto, e esse é um processo bem divertido que vai fazer você gastar um bom tempo gerenciando o seu esquadrão.

Além disso, as cidades ainda proporcionam a oportunidade de você conhecer mais sobre o mundo do jogo e também de recrutar novos membros para o seu esquadrão no bar, receber novas quests e assim por diante.

Por ser um remake, Front Mission 1st Remake tem como objetivo modernizar um jogo lançado inicialmente nos anos 90 e depois 2000 quando o jogo chegou ao PlayStation. O que a Forever Entertaniment, estúdio responsável por esse remake, fez foi recriar todos os gráficos e visuais de interface de usuário do jogo.

Cada personagem ganhou um porta-retrato novo, as batalhas contam com ângulos de câmera, é possível rotacionar o cenário para enxergar melhor os movimentos que você vai fazer e assim por diante. No geral, o trabalho ficou muito bom, mas eu sinceramente senti que faltou um pequeno detalhe: um botão de acelerar a movimentação das animações, a exemplo do que a Algebra Factory colocou em Tactics Ogre Reborn, outro RPG Tático também da Square Enix que ganhou um remake recentemente.

Graficamente, Front Mission 1st Remake ficou bem bonito dentro do estilo de arte escolhido pela Forever Entertainment para o jogo. O game oferece um estilo de arte que lembra os gráficos poligonais de jogos de PS1, mas com a resolução dos dias de hoje. O resultado acaba sendo bem positivo, já que ele agrada aos olhos e assume uma identidade visual que pode ser replicada para os remakes subsequentes da série.

A trilha sonora de Front Mission 1st Remake continua excelente, e o jogo dá a opção de ouvirmos ou a trilha sonora clássica, ou uma refeita com novos instrumentos e tal. As músicas agradam e ajudam a fazer você entrar de cabeça no que o jogo oferece. Vale ainda ressaltar que infelizmente Front Mission 1st Remake não vem com legendas em português brasileiro, mas pelo menos o jogo veio em português de Portugal, só que essa tradução está bem ruinzinha também. Se você tem um bom domínio do inglês, vale mais a pena jogar o jogo em inglês mesmo.

Mas e aí, Front Mission 1st Remake vale a pena?

Front Mission 1st é um jogo que cumpre a contento a missão de modernizar um clássico mantendo a essência dele. O jogo basicamente moderniza os gráficos e interface de usuário da versão do jogo lançada para PS1 e Nintendo DS, mantendo todo o resto, como missões, batalhas, itens e assim por diante, ou seja, é um jogo que vai agradar muito quem é fã da franquia, e uma ótima porta de entrada para quem quer conhecer mais sobre o mundo de Front Mission, já que os remakes dos dois jogos seguintes da série estão a caminho.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Nintendo Switch fornecida pela publisher