Em 2021, Final Fantasy XIV: Endwalker trouxe a conclusão épica de um arco que havia sido iniciado 10 anos antes, finalizando a história de Hydaelyn e Zodyark com maestria. Porém, todos sabíamos que a história do MMO continuaria, mas não tínhamos muita noção de que maneira isso aconteceria, afinal, como dar sequência a um arco que foi explorado durante uma década sem que os jogadores se sintam frustrados com a escala reduzida do novo conflito?
Este com certeza foi um dos maiores desafios que a CBU3 passou durante o desenvolvimento de Dawntrail, e após finalmente sentar e encarar a história da nova expansão, posso dizer com tranquilidade que a barra continua lá em cima, apesar de mudanças drásticas terem acontecido na forma que a história se desenrola.
A premissa de Dawntrail é bem diferente de tudo que vimos anteriormente em FFXIV. Somos convidados por uma das descendentes do trono de um reino que se encontra no continente de Tural, ao extremo oeste de Eorzea, a ajudá-la no Rito de Sucessão, uma espécie de competição que decidirá quem será o novo líder de Tuliyollal e seus povos.
Nosso Guerreiro da Luz, juntamente com alguns dos companheiros de sempre, aceitam o convite e viajam até Tural, que até então nunca havia sido explorado em Final Fantasy XIV. Nosso trabalho é simples: Acompanhar Wuk Lamat durante o Rito de Sucessão e fazer nosso melhor para que ela saia vitoriosa.
Durante boa parte de Dawntrail, não somos tratados como o herói que salvou a Estrela incontáveis vezes, mas apenas como um dos acompanhantes de Wuk Lamat. Tural fica tão longe do resto do mundo que a grande maioria dos moradores do continente não fazem ideia de quem somos, e eu pessoalmente acho isto ótimo.
Depois de lutar incansavelmente para impedir eventos catastróficos de novo e de novo sem pausa, Dawntrail nos dá a oportunidade de sermos apenas uma pessoa comum novamente, trabalhando como um mentor para Wuk Lamat, que começa a história completamente despreparada a liderar Tuliyollal, mas que se desenvolve em uma líder apta rapidamente graças aos nossos ensinamentos e aos acontecimentos do início da expansão.
Dawntrail nos dá a oportunidade de sermos verdadeiros turistas em Tural, visitando cada canto do continente e aprendendo mais sobre a história do lugar e dos povos que vivem lá. Tural é um continente baseado na cultura sul/mesoamericana, com florestas densas, áreas montanhosas, pântanos, cachoeiras e mais.
Os novos mapas incluídos na expansão estão enormes e incríveis. A direção de arte de Final Fantasy XIV sempre foi ótima, mas esta expansão eleva tudo para o próximo nível. Boa parte deste nível de excelência é graças à primeira atualização gráfica que o MMO recebeu desde seu relançamento em 2013.
Os modelos de personagem, armas, armaduras, inimigos, folhagem e muito mais receberam um upgrade muito necessário, trazendo uma verdadeira mão de tinta nova ao jogo, com destaque em especial para a iluminação e sombras, que agora se comportam de forma muito mais realistas e trazem uma qualidade ainda maior para as cenas do jogo, das mais recentes às mais antigas.
Juntamente com esta atualização gráfica e novas áreas de tirar o fôlego está uma nova trilha sonora composta por Masayoshi Soken, que novamente fez um trabalho impecável. A OST de Dawntrail incorpora ritmos e instrumentos muito presentes na cultura sulamericana, além de incluir algumas homenagens a um certo Final Fantasy clássico…
Assim como toda nova expansão, Dawntrail trouxe duas novas clásses. O DPS corpo-a-corpo Viper, que luta com duas espadas e pode uní-las em uma arma só (como Zidane, de Final Fantasy IX), e o DPS mágico Pictomancer, que utiliza telas e tintas para criar artes e criaturas que inundam o campo de batalha.
Apesar de não ter tido tempo de testar o Viper em detalhes, a classe parece muito fluída, com uma rotação um pouco complexa recompensa o jogador com toneladas de dano e animações incríveis. Já o Pictomancer luta de maneira um pouco mais lenta e calculada, mas que também causa dano massivo durante sua rotação, que conta com invocações de Moogles e martelos tirados diretamente de um desenho animado.
Ambas as classes são belíssimas adições ao MMO, que permite que um personagem mude de classe com um único botão e encoraja o jogador a masterizar várias classes diferentes. No futuro, Dawntrail ainda contará com uma classe a mais, o Beastmaster, uma classe limitada similar ao Blue Mage, que permitará aos jogadores capturar e treinar feras espalhadas pelo jogo, mas que não poderá ser usada livrememente como as demais classes.
A versão de lançamento de Final Fantasy XIV: Dawntrail já conta com muito mais de 70 horas de conteúdo da mais alta qualidade. Da nova história (que estou fazendo o máximo para não soltar nenhum detalhe) as novas Dungeons, Trials, áreas e classes, há o suficiente para prender o jogador por semanas. Porém, a vida útil desta expansão está apenas começando.
Nas próximas semanas, a primeira onda de novas Raids será lançada, trazendo 4 novos desafios na dificuldade normal e Savage para testar os Guerreiros da Luz e dar equipamentos ainda mais poderosos. No decorrer dos próximos dois anos, Dawntrail receberá uma nova série de Raids de Aliança (3 Raids massivas para 24 jogadores) baseada no MMO anterior da Square Enix, Final Fantasy XI, uma nova classe limitada, um modo de jogo casual similar à Island Sanctuary (lançado em Endwalker) e um novo conflito de larga escala (similar à Eureka e Bozja), que aparentemente se passará na versão de Final Fantasy XIV do Triângulo da Bermuda.
Tudo isto é para dizer que Final Fantasy XIV: Dawntrail é uma expansão que contém tudo que um fã do MMO possa querer já no lançamento, mas que só ficará ainda melhor com o tempo. A atualização gráfica também dá um ar de vida nova ao jogo, criando um momento perfeito para novos jogadores embarcarem na jornada do Guerreiro da Luz e conhecerem Eorzea.
Há muito a se aprender sobre Tural e seus habitantes e apesar do início da história ser mais lento que o de expansões passadas, chega uma hora em que o Guerreiro da Luz precisa usar todo o seu poder e conhecimento para impedir uma nova catástrofe de acontecer.
Com novos gráficos, músicas, classes e um continente inteiro para se explorar, Final Fantasy XIV: Dawntrail é uma continuação mais do que digna de Shadowbringers e Endwalker, e apesar de possuir uma história um pouco mais lenta que o normal, fica bem claro que a expansão está apenas apresentando conceitos e pontos da história que serão muito explorados nos próximos 10 anos.
Resumo para os preguiçosos
Final Fantasy XIV: Dawntrail continua a história do MMO após a conclusão de uma saga de 10 anos de forma incrível, introduzindo um novo continente, Tural, que é belíssimo e esconde diversos mistérios. O conteúdo novo é da mais alta qualidade e prenderá os jogadores durante muito tempo, e ouso dizer que o conteúdo mais divertido da expansão ainda está para ser lançado. Dawntrail também trouxe uma atualização gráfica muito necessária, dando um retoque no visual de praticamente todos os personagens e áreas. Nunca houve um momento tão bom para jogar o aclamado MMORPG, seja você um Guerreiro da Luz experiente ou apenas alguém que tem curiosidade de conhecer Eorzea e seus personagens.
Prós
- História muito interessante e repleta de surpresas inesperadas
- Atualização gráfica que rejuvenesceu o jogo
- Trilha sonora impecável
- Novas classes distintas e divertidas
- Muito conteúdo por vir
Contras
- O início da história é bem mais lento que o de expansões anteriores, o que pode acabar entediando alguns jogadores durante as missões iniciais