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Final Fantasy VII – Review

Após o anúncio do remake de Final Fantasy VII para o PlayStation 4 e o Xbox One, eu fiquei pensando “por que não jogar novamente esse clássico?”. A ideia basicamente foi rejogar um dos melhores jogos da minha pré-adolescência e ver como ele havia envelhecido, após quase 20 anos de vida. Será que Final Fantasy VII ainda vale a pena? A resposta rápida é: depende de qual plataforma você jogar.

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Em Final Fantasy VII, você vive a história de Cloud, um mercenário que juntou-se a um grupo terrorista chamado AVALANCHE. A AVALANCHE está tentando impedir a Shinra, uma empresa de energia elétrica que basicamente manda no mundo inteiro, de destruir o planeta. Todos os reatores da Shinra usam a própria energia vital do planeta para gerar eletricidade, e isso vem a um custo: o planeta está lentamente morrendo. Cabe a você impedi-los.

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Obviamente, a história de Final Fantasy VII apenas começa dessa forma, ela vai muito além disso. Ao invés do clássico império do mal que decidiu conquistar os outros reinos, você vive uma história pela própria salvação do planeta, além de uma busca de Cloud pela própria identidade. Conforme o jogo começa a avançar, você nota que vários detalhes da história dele estão confusos, além de certos ataques que ele tem, ou seja, a história de Final Fantasy VII vai muito além do que uma simples sinopse poderia mostrar.

Esse detalhe, aliás, é algo um pouco diferente do que estávamos acostumados até então nas histórias de Final Fantasy. Por mais que o sexto capítulo da série seja considerado o melhor de todos, nenhum deles até então tem uma virada na história tão grande quanto Final Fantasy. A Shinra pode até ser um inimigo durante o jogo todo, mas ela não é o vilão principal. Este só dá as caras após algumas horas de jogo, e tem algumas sutilezas que você talvez deixe passar reto.

Outro ponto muito forte da história de Final Fantasy VII são os personagens. Cada personagem é interessante e tem sua própria história, sua personalidade, e basicamente o seu motivo por estar ali, lutando pela salvação do planeta. Como é dito próximo ao fim do jogo, cada um está ali por um motivo pessoal, salvar o planeta é apenas uma consequência disso, e, durante as 30 ou 40 horas de campanha, você acaba conhecendo mais sobre cada um dos personagens e gostando deles exatamente por causa dessa personalidade, dos defeitos de cada um, enfim, Final Fantasy VII é um jogo com personagens extremamente humanos e orgânicos.

A narrativa do jogo também se desenvolve com um ritmo muito bom. É verdade, o planeta está em crise, mas mesmo assim há momentos em que a narrativa faz uma pausa nisso para alguns momentos engraçados, seja a visita na Gold Saucer (quando você pode sair com algum dos personagens do jogo), seja no momento em que você tem que impedir o carro dos seus amigos de ser destruído pelos motoqueiros da Shinra. Durante o jogo todo, praticamente, há esse tipo de quebra, para evitar que o game seja basicamente “vá de A até B, mate tudo o que você encontrar pela frente, mate o chefe, veja a cutscene, siga a vida”.

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Vale lembrar que estamos falando de um jogo de 1997, ou seja, um jogo de 19 anos para um console de três gerações atrás. Há muitos jogos que não fazem isso hoje em dia. Final Fantasy VII realmente é um jogo à frente do seu tempo em diversos quesitos.

Um desses quesitos não é o sistema de batalha. O jogo usa o sistema Active Time Battle, que tem muita gente que não gosta, mas que eu sinceramente adoro. É praticamente impossível de fazer estratégias e combos pensados nos Final Fantasy recentes (estou falando de você, XIII), já, com Final Fantasy VII, você faz o que quer durante a batalha, e controla os seus três personagens, ao invés de assistir dois lutando no automático enquanto você controla apenas um.

O sistema de batalhas do jogo é subordinado por um sistema de Materias, que são cristais que contém magias ou habilidades para o seu personagem usar. Cada Materia contém uma ou mais dessas, e elas podem ser combinadas para gerar efeitos novos, como soltar uma magia de fogo e ela absorver HP do inimigo e assim por diante. O sistema parece bem simples a princípio, mas conforme você avança no jogo, é possível personalizar os seus personagens para eles fazerem praticamente o que você desejar, ainda mais no fim do jogo.

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Um detalhe que vale ressaltar caso você esteja jogando uma versão mais antiga do jogo (a de PS3, PS Vita, ou PC, por exemplo): o sistema de batalha é lento pra caramba. Felizmente, a Square Enix adicionou uma novidade bem interessante nas versões de iOS, Android e PS4 do jogo: é possível acelerar a batalha em 3x, tornando assim os enfrentamentos bem rápidos. Isso é particularmente útil quando você precisa pegar nível para os seus personagens, tornando assim o processo bem mais rápido do que o normal.

No fim das contas, eu fiz quase 100% do que Final Fantasy VII tinha a oferecer em menos de 30 horas graças a esse acelerador. Ele resolve um dos principais problemas que haviam sido criados com o envelhecimento do jogo. Os outros problemas também foram cuidados, já que também é possível desligar encontros aleatórios quando você quiser. Isso significa que, caso você queira sair de um lugar, ou ir de um lugar a outro sem ver batalhas, é possível, e caso você seja preguiçoso e só queira ver a história de Final Fantasy VII, também é possível. Isso poupa tempo pra caramba e é uma verdadeira mão na roda para quem jogou o game há quase 20 anos e hoje não tem tempo para perder.

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Graficamente, Final Fantasy VII envelheceu de uma maneira meio estranha. Os gráficos misturando polígonos com cenários pré-renderizados não chegam a desagradar, mas, em alguns momentos, há umas combinações que não parecem tão legais assim. Outro detalhe estranho dos gráficos é o fato da Square ter decidido na época por quatro tipos de modelo para os personagens. Há os modelos de personagens no mapa, os modelos de batalha, os modelos de computação gráfica baseados nos modelos de cenário (ou seja, os personagens super deformados) e os modelos realistas das computações gráficas, ou seja, não há exatamente uma concisão durante o desenvolvimento da história. Fora isso, os gráficos eram revolucionários para a época.

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A trilha sonora de Final Fantasy VII continua espetacular ainda hoje. Eu não me lembrava como ela era tão boa quando comecei a jogar o game, e há momentos em que ela chega a provocar arrepios no jogador de tão boa que é. Nobuo Uematsu estava na ponta dos cascos quando compôs as músicas do jogo, e a trilha continua sensacional ainda hoje, seja no tema principal do jogo, seja no tema de Aerith, seja no de batalha, no de JENOVA, enfim, há tanta música boa que dá pra encher umas duas horas de game music fácil sem se cansar.

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Mas e o jogo vale a pena? Claro que vale. Se você está interessado em Final Fantasy, vale muito a pena. Esse é um dos melhores, senão o melhor capítulo da franquia e é cheio de momentos memoráveis. Poucos jogos causaram tanto impacto cultural quanto Final Fantasy VII, e todas as adições feitas pela Square Enix (por mais sutis que sejam) melhoraram muitos dos pontos de fadiga que o jogo poderia ter.

Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia comprada pelo Critical Hits.

Resumo para os preguiçosos

Final Fanatsy VII continua um excelente RPG mesmo hoje e o relançamento do game para PS4 corrigiu alguns dos problemas que haviam surgido com a idade do jogo. Extremamente recomendado para quem quer se aquecer para o remake ou para quem quer visitar a série pela primeira vez.

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Nota final

95
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Uma das histórias mais belas já criadas para videogames
  • Personagens extremamente carismáticos
  • Cheio de subquests e quebras na monotonia
  • Trilha sonora espetacular
  • Adições sutis que resolveram quase todos os problemas de envelhecimento do jogo

Contras

  • Ainda não é possível pular cutscenes
  • Sem legendas em português
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.