Final Fantasy é uma das maiores franquias da história do videogame, afinal junto com Dragon Quest ela deu o pontapé no gênero de RPG e tornou-o popular no mundo todo, e a Pixel Remaster é mais um relançamento da franquia, desta vez com o objetivo de trazer visuais clássicos e uma atualizada nos jogos para os dias de hoje com opções de qualidade de vida, novas traduções e assim por diante. Será que esse lançamento, que agora chega ao PlayStation e ao Nintendo Switch vale a pena? É o que vamos descobrir hoje.
Apesar de a coletânea Final Fantasy Pixel Remaster ser composta por seis jogos ao todo, falaremos sobre todas as características em comum desta remasterização, já que elas seguem um grande padrão, e depois falaremos um pouco sobre cada um dos jogos. Dessa forma, fica mais fácil de organizar a análise num grande tudo em um, ao invés de fazermos seis reviews individuais de jogos que possuem muita coisa em comum.
Nesta coletânea, Final Fantasy Pixel Remaster traz novos visuais, nova trilha sonora e um monte de opções de qualidade de vida, mas o que exatamente muda em relação aos jogos clássicos?
Bom, começando pelos gráficos, todos os seis jogos ganharam visuais novos, e sim, até mesmo Final Fantasy VI, que poderia muito bem ter sido relançado com os visuais originais. Esses visuais novos se assemelham muito mais aos jogos originais aos quais eles foram lançados ou a relançamentos, como no caso de Final Fantasy I e II, que se parecem bem mais com suas versões para o GBA, e não para o NES.
No geral, esse visual novo ficou bem bonito, e a ideia dele, mesmo no caso de Final Fantasy VI, é tentar mostrar o que seria o visual que os artistas queriam que os televisores de tubo na época em que eles foram lançados exibissem, e que não ficaram bem traduzidos em versões emuladas dos jogos originais nos televisores e telas de LCD de hoje em dia.
Além dos gráficos, Final Fantasy Pixel Remaster também traz uma versão orquestrada das trilhas sonoras dos jogos, mas também dá a opção de você ouvir as trilhas clássicas dos jogos em que elas foram lançadas, aí depende muito da sua preferência pessoal.
Outra novidade é que os jogos contam com algumas das opções de qualidade de vida que a Square Enix colocou nos relançamentos dos Final Fantasy de VII a XII nos consoles mais modernos. Com essas opções, você pode, por exemplo, desligar encontros aleatórios e também aumentar a experiência e o dinheiro ganho em combates.
Além disso, você também tem um modo de combate automático que acelera bastante a velocidade do combate, ainda que não seja possível ter o combate acelerado com você controlando, o que é uma pena, já que pra mim esse é o modo ideal de se jogar, e não ficar assistindo a como as lutas se desenrolam.
Para completar as novidades principais de Final Fantasy Pixel Remaster, todos os seis jogos vieram traduzidos para o português, e eu não consigo reforçar o quanto isso é importante para o nosso mercado. Pela primeira vez, jogadores poderão jogar os jogos clássicos da franquia numa versão traduzida pela Square Enix. Isso é bom demais, ainda que eu teria escolhido algumas coisas diferentes nos nomes de magias por exemplo, pois em inglês, as nomenclaturas seguem algo como Fire, Fira e Firaga, já em português, temos Fogo, Fogo+ e assim por diante, mas isso é detalhe, o importante é que fãs poderão jogar os jogos em português e aproveitar para conhecer melhor sobre personagens como Cecil, Terra, Firion e assim por diante.
Agora sobre os jogos em si. Como eu comentei lá no começo da análise, Final Fantasy Pixel Remaster foi lançado no PS4 e no Switch com os seis jogos clássicos da série disponíveis de uma vez. Este lançamento foi feito em etapas nos celulares e no PC, e em ambos os casos, você não tem um ícone onde você seleciona qual jogo você quer jogar, e sim seis jogos independentes, com características em comum, como universo compartilhado, sistema de batalha onde cada jogo traz algum incremento em relação ao do jogo anterior, magias e assim por diante.
Nada nas histórias e no gameplay em si dos Final Fantasy foram mudados, apenas com alguns retoques feitos no primeiro jogo da série, que segue mais o que foi trazido em Final Fantasy Dawn of Souls do GBA do que no lançamento clássico de NES, que envelheceu bem mal, e felizmente eles seguiram essa mudança.
Mas enfim, caso tivéssemos que classificar essa etapa inicial de Final Fantasy, podemos dividir os seis jogos mais ou menos em duas categorias.
Em Final Fantasy, conhecemos a história dos Heróis da Luz, que carregam os cristais do Fogo, Vento, Terra e Água, e que devem impedir que esses cristais sejam destruídos para salvar o mundo. No começo do jogo, você deve definir as classes e nomes dos personagens, e conforme você avança no game, essas classes recebem upgrades e você pode comprar novas magias para elas, mas não pode fazer mudanças nelas.
Em Final Fantasy II, conhecemos a história de Firion, Maria, Guy e Leon, que lutam contra o império maléfico de Palamecia, que busca controlar todos os reinos e subjugar seus habitantes. Esse jogo é o mais estranho dos seis por contar com um sistema de evolução onde quanto mais golpes você leva, mais HP você ganha, quanto mais magia você usa, mais inteligência você ganha, quanto mais ataca, mais força ganha e assim por diante. Felizmente, a Square abandonou esse sistema depois desse jogo, pois ele pode quebrar completamente o jogo em pouco tempo de aventura.
Em Final Fantasy III, conhecemos a história de quatro jovens heróis embarcam em uma aventura para impedir um poderoso mago de invocar uma entidade maligna que ameaça destruir o mundo. Esse jogo apresenta o sistema de classes clássico de Final Fantasy, que viria a ser usado novamente em Final Fantasy V e Final Fantasy Tactics, além de outros jogos da franquia.
Em Final Fantasy IV, conhecemos a história de Cecil, um Cavaleiro Negro que após um evento traumático acaba voltando-se contra o seu rei e partindo numa jornada para pagar pelos crimes que ele cometeu. Aqui, a franquia Final Fantasy deu uma verdadeira guinada de qualidade, com um enredo muito bom, personagens bem desenvolvidos, reviravoltas e um mundo realmente impressionante.
Em Final Fantasy V, conhecemos a história de Bartz, um jovem que parte numa jornada com seus amigos para impedir que um vilão obtenha o poder de controlar as forças dos quatro cristais elementais. O jogo tem uma pegada que lembra bastante uma evolução de Final Fantasy III, já que você pode trocar as classes dos seus personagens livremente.
Finalmente, em Final Fantasy VI, conhecemos a história de Terra, uma jovem misteriosa que é a única pessoa viva que consegue usar magia, um poder místico que se perdeu um milênio antes após uma guerra envolvendo magia quase destruir a civilização. O jogo conta com um grande elenco de personagens, reviravoltas e um dos vilões mais icônicos da série.
Como dá pra notar, há muitos jogos para se escolher jogar, e você não precisa começar do começo para mergulhar na franquia Final Fantasy, já que cada jogo conta uma história independente em um mundo independente dos outros jogos e alguns envelheceram muito melhor do que os outros. Nesse sentido, inclusive, eu ranquearia os jogos na seguinte ordem, do melhor para pior: VI, IV, V, III, I e II. O único realmente que é mais difícil de se jogar por causa do sistema completamente maluco é o II, e o I é um grande grindfest, onde você precisa upar muito no começo porque ou você é muito fraco, ou muito pobre ou os dois em diversos momentos do começo do jogo.
Ainda assim, é importante ressaltar que a série clássica de Final Fantasy conta com pelo menos três dos melhores RPGs japoneses de todos os tempos, que são Final Fantasy VI, IV e V. Os três da fase do Super Nintendo são simplesmente maravilhosos, com o VI contando com um dos melhores antagonistas da franquia até hoje, e que não perde nada para o lendário Sephiroth, por exemplo.
Com tudo isso, fica a dúvida: vale 80 dólares? E a resposta é… depende. Se você for muito fã de Final Fantasy, eu acredito que valha sim jogar novamente os jogos da franquia clássica no seu tempo e economizar, pois individualmente os jogos custam mais, mas caso você não tenha a necessidade imediata de jogá-los, dá pra ir comprando aos poucos, quando eles aparecerem em promoções e assim por diante.
Mas e aí, Final Fantasy Pixel Remaster vale a pena?
Final Fantasy Pixel Remaster é uma coletânea que atualiza os visuais dos primeiros seis jogos da franquia clássica, além de trazer opções de acessibilidade e também de qualidade de vida e ainda por cima trazer todos esses jogos traduzidos para o português pela primeira vez na história da franquia.
Se você é fã de Final Fantasy, tanto a coletânea quanto os jogos individuais são imperdíveis. Caso você esteja querendo conhecer a parte 8 e 16 bits da série, vale a pena comprar pelo menos os melhores títulos dela para viver estas experiências, já que estes são jogos memoráveis ainda hoje.
Review elaborado com uma cópia do jogo para Nintendo Switch fornecida pela publisher. Jogo disponível para PC, PS4, Switch, Android e iOS.
Resumo para os preguiçosos
Final Fantasy Pixel Remaster é uma coletânea que atualiza os visuais dos primeiros seis jogos da franquia clássica, além de trazer opções de acessibilidade e também de qualidade de vida e ainda por cima trazer todos esses jogos traduzidos para o português pela primeira vez na história da franquia.
Se você é fã de Final Fantasy, tanto a coletânea quanto os jogos individuais são imperdíveis. Caso você esteja querendo conhecer a parte 8 e 16 bits da série, vale a pena comprar pelo menos os melhores títulos dela para viver estas experiências, já que estes são jogos memoráveis ainda hoje.
Prós
- Seis jogos memoráveis da fase clássica de Final Fantasy
- Diversas opções de acessibilidade
- Trilhas sonoras orquestradas ou clássicas
- Pela primeira vez a parte clássica da franquia está em português
Contras
- A opção de acelerar o combate poderia manter o controle do jogador ao invés dele ficar repetindo a última ação configurada.