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Final Fantasy Explorers – Review

A Square Enix já explorou diversos gêneros de jogos com a sua franquia Final Fantasy, seja no mundo musical (com Theatrhythm Final Fantasy, um jogo cujo nome é mais difícil de decorar do que Schumacher), seja no gênero de corridas (com Chocobo Racing). Algo que ainda faltava, entretanto, era um jogo que estava caindo de maduro: um Final Fantasy no estilo de Monster Hunter, e é exatamente isso o que a Square Enix criou em Final Fantasy Explorers. Será que o jogo consegue ser mais do que uma simples cópia da fórmula de sucesso da Capcom?

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Em Final Fantasy Explorers, você controla um desbravador que viaja para uma ilha repleta de monstros. Lá, você deve explorar a ilha, descobrir novas áreas e derrotar monstros. A estrutura do jogo segue a fórmula de Monster Hunter na íntegra, ou seja, você tem uma cidade, o porto de Libertas, que serve de hub principal do jogo, onde você compra armas, habilidades, pega missões (contratos de caça de monstros, basicamente) e assim por diante. O seu objetivo dentro do game é basicamente vencer monstros gigantes, que não ninguém menos dos que os Eidolons de outros Final Fantasy (ou Summons, ou Guardian Forces, ou os vários nomes que eles já ganharam em outras edições do jogo).

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Para isso, um bom sistema de combate é fundamental, e o sistema de combate de Final Fantasy é melhor do que o de Monster Hunter em alguns pontos e pior em outros. Para começar, marcar inimigos no mapa é finalmente uma função útil e extremamente necessária. Eu joguei como Black Mage durante boa parte do jogo, e era fundamental ter um auxílio na mira para não ficar atirando magias no nada. Felizmente, Final Fantasy Explorers funciona muito bem nesse quesito. O quesito em que o jogo não é tão bom assim é na agilidade das batalhas, não há um botão de esquiva ou rolamento, e você conta apenas com a sua patética velocidade para fugir de monstros cobrindo metade do cenário em frações de segundo. Digamos que você é mais acertado do que desvia, meio que como na maioria dos Final Fantasy. Ok, há uma habilidade para isso que você pode desbloquear, mas nem ela ajuda tanto assim.

Durante o combate, o seu personagem tem duas barras, uma de HP e outra de AP. A primeira serve pra você saber quando está morrendo, como na maioria dos RPGs, já a segunda, serve para você usar suas habilidades e correr, basicamente. A menos que você passe o tempo todo usando habilidades, a sua barra de AP aguenta numa boa durante as batalhas. Ao todo, você pode carregar oito habilidades para o combate, que são mapeadas combinando os botões L e R e os botões normais do 3DS (A, B, X, Y).

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Além das suas próprias habilidades, o seu personagem também pode recrutar monstros para lutar do seu lado. Eles começam meio fracos e não ajudam tanto assim, mas conforme você vai fazendo mais e mais missões, eles ficam mais fortes (nem que seja pra aguentar umas porradas enquanto você fica atirando magia feito um louco nos seus inimigos). Por falar em magias, o jogo te dá ao todo 21 classes para você testar, e, apesar das classes estarem ali, você pode usar praticamente qualquer habilidade em qualquer classe, o que é um grande alívio. É verdade, certas habilidades funcionam muito melhor com certas classes (usar magias sendo um Monge, por exemplo, não é uma boa), mas é bom poder ter uma magia de cura sempre à disposição, não é mesmo?

Além disso tudo, você ainda tem um modo único no jogo chamado Trance, onde você pode transformar-se em personagens de jogos clássicos da franquia, como Cloud. Dito tudo isso, vale ressaltar, o jogo tem uma porrada de possibilidades e builds disponíveis, e dá pra gastar um bom tempo personalizando o seu personagem. Além do modo solo, Final Fantasy Explorers também tem um modo multiplayer onde você pode encontrar outros desbravadores por aí, seja localmente, seja pela internet. O modo é bem divertido e aí sim faz o jogo brilhar.

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Ao todo, Final Fantasy Explorers oferece facilmente até 100 horas de diversão, mas o jogo segue exatamente a mesma tendência de Monster Hunter, ou seja, você está lá para matar monstros, então é só isso o que você vai fazer. Toda variação no gameplay é você que tem que ir atrás, personalizado o seu personagem e procurando amigos ou desconhecidos para jogar com você. Sendo assim, não é o tipo de jogo que a gente joga pela história, e sim pelo Grinding. Considerando que ainda falta algum tempo para o próximo Monster Hunter ser lançado, caso você esteja sofrendo de abstinência e gosta de Final Fantasy, esse é o seu tipo de jogo. Se você nunca gostou de Monster Hunter e gosta de Final Fantasy, pode ser que você se divirta, agora, se você não gosta de nenhum dos dois, é melhor ficar longe.

Vale ressaltar ainda, que eu achei Final Fantasy Explorers muito mais acessível que Monster Hunter. Eu já joguei Monster Hunter 3 e 4, e achei ambos os jogos pouco explicativos, principalmente para dizer o que eles querem que você faça nas missões. Felizmente, Final Fantasy Explorers faz um trabalho muito melhor nesse sentido, inclusive mostrando para onde você deve ir no mapa para encontrar o objetivo da sua missão. Ponto para a Square Enix.

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Mas e aí, caçar monstros é divertido? Sim, é sim! Inicialmente eu comecei o jogo meio com aquela cara de “meh”, pois as missões eram simples demais e demoravam 2 ou 3 minutos para serem concluídas, mas a diversão começa mesmo quando você enfrenta os Eidolons. A primeira a aparecer na sua frente é Shiva, e eu levei uns bons 15 minutos enfrentando ela até ver a Rainha do Gelo cair. Como eu disse acima, o combate não é ágil, e sim um trabalho de estratégia, de bater, saber recuar, e bater de novo, quase que um Active Time Battle em tempo real, onde você tem que pensar o que você vai fazer, ao invés de partir pra cima do inimigo feito um maluco. Apesar disso, vale ressaltar que Final Fantasy Explorers tem alguns problemas de ritmo, e às vezes dá sono de tão lento que progride, mas felizmente esses eventos são mais raros do que frequentes.

Graficamente, Final Fantasy Explorers não chega a ser um belo jogo, mas não desagrada. Os gráficos do jogo, imagino eu, não poderiam ser tão melhores assim por causa da quantidade de coisas que acontecem na tela ao mesmo tempo. Dá pra colocar 10~15 monstros na tela sem encontrar lentidão, o que demonstra o bom trabalho da Square Enix nesse jogo de 3DS. A trilha sonora do jogo também é muito boa, mas eu não gostei tanto assim da dublagem em inglês. Vale ressaltar que o jogo não tem legendas em português, muito menos dublagem, mas não é difícil de entender o que o jogo quer.

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Resumo para os preguiçosos

Final Fantasy Explorers segue a fórmula de Monster Hunter e traz algumas melhorais muito bem-vindas de acessibilidade dentro do jogo. Esse é o tipo de game recomendado para quem gosta de Monster Hunter ou de Final Fantasy, pois, apesar de ser recheado de conteúdo, as missões são basicamente “vá até X, mate Y, repita”. Se isso é o suficiente para você (ou exatamente o que você estava procurando), esse é o seu jogo.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bastante conteúdo
  • Muitas possibilidades de personalização
  • Até 100 horas de conteúdo, ainda mais se você for explorar todas as classes do jogo

Contras

  • O combate é meio lento
  • Sem legendas em português
  • Pouca (ou nenhuma) variação no gameplay
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.