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Fatal Frame: Mask of the Lunar Eclipse vale a pena? Análise – Review

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Fatal Frame: Mask of the Lunar Eclipse foi lançado originalmente em 2008 para o Wii e até pouco tempo atrás, era um jogo exclusivo do Japão. Agora, 15 anos depois, o game finalmente foi lançado no ocidente e marca a segunda vez em que a Nintendo libera algo da franquia por aqui, desde que comprou os direitos de Fatar Frame.

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O lançamento original foi um sucesso no Japão naquela época, e provavelmente a Nintendo e a Koei Tecmo esperam obter o mesmo sucesso no ocidente. Porém, nós já sabemos que o jogador nipônico costuma ter hábitos bem diferentes dos nossos, e portanto, é de se esperar que Mask of the Lunar Eclipse não agrade todo mundo, ou até mesmo os fãs, mas assíduos da série.

Ao saber que o jogo original era de 2008, acabei me forçando a não esperar muito dos gráficos, já que imaginava que a Koei Tecmo e a Nintendo iriam tentar vender algo mais “requentando”. Porém, para minha surpresa, Mask of the Lunar Eclipse está lindo e com uma ambientação impecável.

O jogo, que é a quarta entrada da série, conta a história de cinco garotas resgatadas de uma ilha chamada Rogetsu. Tudo que sabemos é que algo terrível aconteceu nesta ilha, mas nenhuma delas consegue lembrar exatamente o que se passou e por isso, decidem retornar para tentar descobrir algo sobre suas vidas.

Esse tipo de decisão questionável já é clichê em jogos e filmes do tipo, mas existe um pequeno adendo que torna essa decisão um pouco mais aceitável: das cinco garotas resgatadas, duas já morreram e ninguém sabe explicar direito o que aconteceu. Portanto, as sobreviventes não só buscam respostas sobre o que aconteceu, como também pretendem descobrir o que está por vir.

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O sistema de jogo é bem diferente dos Fatal Frame’s clássicos e permite que o jogador controle vários personagens “ao mesmo tempo”. Você não os controla simultaneamente, mas cada um deles explora uma parte diferente do mapa e os acontecimentos vão de desenrolando em cadeia, afetando a história como um todo.

Como mencionei acima, o cenário é a Ilha de Rogetsu, mas a maior parte do tempo se passa dentro de um hospital. Na minha opinião, esse é o ponto forte do game, já que os espaços sufocantes permitiram que os desenvolvedores caprichassem na ambientação, e tornassem cada sala única a sua maneira.

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Fatal Frame: Mask of the Lunar Eclipse tem uma aura macabra que não some de jeito nenhum. Algo que te deixa de cabelos em pé o tempo todo e parte disso acontece pelo ambientação, já elogiada acima. Os detalhes nas paredes e até o som do jogo tornam tudo muito mais assustador do que os jogos de terror que estamos acostumados, e confesso que passei alguns momentos complicados tentando encontrar coragem para seguir em frente.

Filmes de terror japoneses costumam ser bem diferentes dos ocidentais, e o mesmo se repete com a série Fatal Frame. Mask of the Lunar Eclipse cansa, mas não no sentido ruim. É que em alguns momentos é tão difícil encontrar coragem para seguir em frente, que é como se o game sugasse suas energias. Uma experiência intensa, que prende atenção até mesmo do jogador mais adepto de devaneios.

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Contudo, existe outro detalhe em Mask of the Lunar Eclipse que cansa de uma maneira negativa: a história. Todo o enredo não é lá muito linear ou autoexplicativo. Os eventos do game não contam tudo que gostaríamos de saber e para se situar em todos os detalhes, o jogador precisa coletar e prestar atenção nas anotações deixadas pelo hospital.

Apesar de gostar bastante deste tipo de abordagem, prestar atenção em todos os detalhes é um tanto difícil quando se está borrado de medo. Não só pelo clima do jogo em si, mas pelo fato de que vencer as assombrações não é necessariamente uma tarefa fácil.

Se você nunca jogou Fatal Frame, precisa saber que para “derrotar” os fantasmas, precisa captura-los em uma foto com sua câmera fotográfica. Mask of the Lunar Eclipse até inclui uma nova mecânica onde um dos personagens se utiliza da lanterna para vencer os espíritos malignos, de uma forma que lembra um pouco Alan Wake. Contudo, com as demais personagens, você literalmente evita a morte batendo fotos das assombrações.

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O problema aqui é justamente conseguir “controlar” a câmera, algo que não foi muito fácil para mim. Sinceramente, Fatal Frame: Mask of the Lunar Eclipse foi o primeiro jogo a me fazer pensar se não estou velho demais para este tipo de experiência, já que morri tanto que às vezes não sabia se estava jogando Fatal Frame o Dark Souls.

Apesar de a minha habilidade ser bem questionável, os controles da câmera não são lá grandes coisas. Às vezes sentia que o controle não obedecia meus comandos plenamente e não sei dizer se esse aspecto é algo proposital ou falha na otimização. No Switch, as coisas fluiram um pouco melhor, já que é possível utilizar o controle de movimento para obter melhores resultados.

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É fascinante como Fatal Frame: Mask of the Lunar Eclipse consegue ser uma mistura plena de jogo clássico de PS2 com um título de última geração. Apesar da crítica aos controles, acredito que isso só pode ser alcançado com um meticuloso planejamento de portabilidade, que permitiu que Mask of the Lunar Ecplise praticamente habitasse duas linhas de tempo simultaneamente.

Também gostei bastante da “dosagem” de desafios, já que os fantasmas não aparecem o tempo todo e você tem tempo para explorar entre uma parada cardíaca e outra. Cadenciar os encontros me deu a sensação de valorizar cada uma das “batalhas” que tive, pois era como se eu não conseguisse me acostumar com as assombrações que me encurralavam e me tiravam o ar de tanta tensão em alguns momentos.

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Mas e aí, Fatal Frame: Mask of the Lunar Eclipse vale a pena?

Enquanto jogava Fatal Frame: Mask of the Lunar Eclipse, tive boas memórias com outros jogos clássicos de terror como Silent Hill 2, por exemplo. Sinceramente, sinto falta de algo do tipo nos dias de hoje e nem sei se um jogo nos mesmos moldes seria plenamente aceito pelo mercado hoje em dia. É como se Mask of the Lunar Eclipse tentasse resgatar aquele clima opressivo de antigamente, e mesmo não sendo uma experiência perfeita, ele obtém bons resultados.

Portanto, é compreensível que parte do público não aceite tão bem a experiência de Mask of the Lunar Eclipse. O foco original era um público diferente de uma época diferente, mas é tranquilizante perceber que ainda existe espaço – mesmo que pequeno, para experiência do tipo. Fatal Frame: Mask of the Lunar Eclipse é um jogo divertido e praticamente obrigatório para você que gosta de suar frio.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher e Nintendo Switch comprada pelo avaliador.

Resumo para os preguiçosos

Fatal Frame: Mask of the Lunar Eclipse é o segundo lançamento da série para o ocidente desde que a Nintendo comprou os direitos da franquia. Diferente do seu antecessor, Mask of the Lunar Eclipse consegue ser um jogo competente em quase todos os aspectos e impressora por ter sido tão bem adaptado para os dias de hoje. Sua principal falha são os controles, que poderiam ser melhores – principalmente no controle da câmera fotográfica.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos bonitos e ambientação impecável;
  • No Switch, os controles de movimento funcionam melhor do que o esperado.
  • Boa adaptação de um jogo de 15 anos atrás

Contras

  • História pode ser difícil de compreender e exige coleta de anotações pelo cenário
  • Controle da câmera podia ser melhor
  • Personagens demais deixam a história um pouco inchadas as vezes.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.