Far Cry 6 é o mais novo jogo da franquia de guerrilha da Ubisoft, e desta vez nós embarcamos numa aventura para liberar uma ilha caribenha que é oprimida por um ditador malvado. Será que este novo jogo da franquia, com esse pano de fundo, vale a pena? É o que vamos descobrir.
Em Far Cry 6, você controla Dani Rojas, que pode ter tanto um Dani quanto uma Dani, continuando a tendência atual da Ubisoft de escolher nomes que se encaixam em mais de um gênero, seja pra ser mais inclusivo, seja pra economizar na hora de gravar a dublagem.
https://youtu.be/vhmKqK8vg2I
Dani é um personagem que quer apenas fugir de Yara, ilha em que o jogo se desenvolve, e que acaba envolvendo-se com a resistência local e agora vai lutar para libertar a ilha de Anton Castillo, personagem dublado e interpretado pelo excelente Giancarlo Esposito (o Gus de Breaking Bad).
Apesar de Yara ser sim uma ilha inspirada em Cuba, Far Cry 6 estabelece um pano de fundo bem diferente da realidade nela. Logo no começo do jogo, é revelado que até anos atrás, Yara era dominada por uma ditadura (que aí sim se parece com o regime atual da Ilha no mundo de verdade) que foi derrubado por Anton. Após isso, a ilha desenvolveu um composto que supostamente cura o câncer graças à folha de tabaco produzida na ilha.
Esse composto, entretanto, é altamente venenoso para os que fazem parte do cultivo dele, e por isso, a ditadura de Anton usa escravos Yarenses nestas plantações, e oprime a população com os lucros advindos da produção desse medicamento. Após o começo conturbado do jogo e a apresentação tanto de Anton, Dani e também de Diego, filho de Anton, que está sendo guiado pelo pai para tornar-se o seu sucessor, você acaba caindo dentro de um Far Cry tradicional. O que isso quer dizer? Que agora você deve enfrentar e retomar a ilha de Yara posto de comando após posto de comando, fazendo missões, derrubando bases, etc, para ir retomando o controle dos vários territórios do jogo. Derrote o suficiente uma área e então você poderá enfrentar o “chefão” dela, numa missão de desfecho da área.
No fim das contas, Far Cry 6 é bastante similar ao seu antecessor no desenrolar da campanha e na estrutura das missões. As grandes novidades do jogo estão em algumas adições de gameplay que a Ubisoft fez para dar uma movimentada no tiroteio do jogo. A primeira delas é que agora você tem um especial que pode ser usado para abater inimigos mais rapidamente. Conforme você vai enfrentando inimigos, você carrega uma barra de especial.
Depois disso, basta apertar L1 + R1 (ou LB + RB) e então o seu personagem usará um dos vários especiais disponíveis para você dentro do jogo, como uma saraivada de foguetes, uma nuvem de gás tóxico, um totem que cura a sua vida quando o bicho pega e assim por diante.
Outra novidade do jogo é que você agora pode criar armas personalizadas, chamadas em português de gambiarras, que funcionam como armas únicas dentro do jogo. Estas armas fogem bastante do tradicional onde você tem uma AK47, por exemplo, indo de um lança foguetes improvisado a um escudo e uma pistola grande, por exemplo. Aqui é onde encontramos a verdadeira criatividade de Far Cry 6, já que estas armas servem para que você crie um personagem que foge os moldes dos jogos de tiro que estamos acostumados a jogar.
Além disso, o combate do jogo agora é muito mais estudado. Antes de iniciar o tiroteio, você é fortemente incentivado a usar uma bancada de trabalho para produzir munições específicas contra inimigos em específico, como munições anti-pessoal para enfrentar inimigos sem armadura, munições de penetração que causam dano extra contra inimigos com armadura e munições explosivas, que servem para derrubar blindados e helicópteros.
Algo que eu não gostei dentro do jogo é o fato de que praticamente a todo momento os soldados inimigos pedem ajuda aérea de helicópteros, e a menos que você tenha uma arma com munição explosiva com você (algo que não fica disponível nas primeiras horas do jogo a menos que você tenha comprado um dos pacotes mais caros do game), a vida fica bem mais difícil e chata.
Além das missões principais, Far Cry 6 conta com uma grande quantidade de missões extras, que vão de corridas de carro até mesmo a rinhas de galo, que engrandecem a quantidade de atividades do jogo de uma forma imensa. No fim das contas, é muito fácil perder-se dentro do jogo com a quantidade de conteúdo extra que ele conta.
Como é de se esperar dentro de um Far Cry, nós não chegamos a interagir tanto assim com Anton durante o jogo, mas nos momentos em que ele dá as caras, é simplesmente um show de atuação de Giancarlo Esposito. O ator realmente conseguiu colocar personalidade ao ditador e é até mesmo possível entender em parte a motivação dele a agir daquela forma, ainda que, óbvio, discordemos e estejamos lutando para combatê-lo.
Graficamente, Far Cry 6 é um belo jogo, mas a versão disponibilizada para review dele ainda contava com alguns problemas de otimização nas cutscenes. Os combates felizmente rodavam como esperado no Xbox Series X, mas em diversas cutscenes é possível notar o jogo rodando com uma performance abaixo do esperado.
Como era de se esperar, a trilha sonora de Far Cry 6 é repleta de música latina, e aí o resultado provavelmente vai ser 8 ou 80: ou você vai amar, ou vai odiar a música. Eu sinceramente não esperava que fosse desgostar tanto, mas a música do jogo realmente me deixava irritado e a primeira coisa que eu fiz sempre que entrei num carro foi desligar o rádio. Até aí tudo bem, o problema é que uma das células do grupo de resistência, o Maximas Matanzas, é um grupo cultural, cheio de músicos e tudo mais, e as missões deles geralmente envolvem momentos em que não é possível desligar a música, e aí você já deve imaginar como foi a minha experiência.
Mas e aí, Far Cry 6 vale a pena?
Far Cry 6 é um bom jogo dentro da franquia de guerrilhas da Ubisoft. O jogo conta com uma boa quantidade de novidades em relação aos seus antecessores para se diferenciar bem, como atividades, especiais e um vilão que não tenta imitar os vilões que já deram as caras na franquia. Ainda assim, ele segue bastante familiar a quem já se aventurou por outros campos de batalha da franquia.
Caso você já seja fã dos Far Cry antigos, você certamente vai gostar dele, mas se a franquia não chegou a clicar pra você no passado, isto provavelmente também não vai acontecer aqui. Ainda assim, este é um sólido jogo.
Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox Series X fornecida pela Ubisoft do Brasil.
Resumo para os preguiçosos
Far Cry 6 é um bom jogo dentro da franquia de guerrilhas da Ubisoft. O jogo conta com uma boa quantidade de novidades em relação aos seus antecessores para se diferenciar bem, como atividades, especiais e um vilão que não tenta imitar os vilões que já deram as caras na franquia. Ainda assim, ele segue bastante familiar a quem já se aventurou por outros campos de batalha da franquia.
Caso você já seja fã dos Far Cry antigos, você certamente vai gostar dele, mas se a franquia não chegou a clicar pra você no passado, isto provavelmente também não vai acontecer aqui. Ainda assim, este é um sólido jogo.
Prós
- Boas novidades que adicionam camadas de profundidade ao combate
- Anton Castillo é um excelente vilão
- Diversas atividades extras para fazer em Yara
Contras
- Apesar das novidades, o jogo não muda tanto assim em relação a jogos passados
- Alguns problemas de otimização nas cutescenes
- A trilha sonora é ame ou odeie