Jogos indie já passaram da fase de crescimento no mercado de jogos. Agora, já são um gênero estabelecido que têm trazido ótimos jogos nos últimos anos. E, percebendo isso, a Sony vem investindo forte em não só trazer jogos indies de fora para o PS4 e PS3, mas também financiar alguns estúdios para que criem alguns exclusivos desse gênero. E um fruto dessa estratégia é Everybody’s Gone to the Rapture, da desenvovedora The Chinese Room
Eu já vou adiantar uma coisa aqui: segure o botão R2 para correr. Muita gente não sabia disso no lançamento (o que é compreensível visto que em nenhum lugar isso é informado ao jogador) e acabou passando o jogo inteiro caminhando de forma irritantemente lenta. Com isso resolvido, vamos falar do jogo (me abraça quem entendeu a referência).
De cara, a primeira coisa que é percebida são os gráficos. O exclusivo tem um visual e atmosfera de encher os olhos, e a pequena cidade inglesa de Shropshire toma vida enquanto o jogador caminha por ela. Nas transições entre “seções” do jogo (não vou entrar em detalhes), o jogo se altera de certa forma e os jogadores são presentados com vistas de tirar o fôlego. Um feito incrível considerando que se trata de um estúdio independente que provavelmente trabalhava com um orçamento menor.
A ideia do jogo aqui é basicamente caminhar pela cidade e investigar o que aconteceu com a população, que simplesmente sumiu. O jogo não faz um trabalho tão bom em guiar o jogador em dados momentos, e eu algumas vezes fiquei meio perdido. Mas o objetivo é caminhar e encontrar os pontos de luz que ativam os diálogos. Esses diálogos, alguns diretamente referentes ao “setor” que o jogador está e outros mais numa vibe de side-story, vão dando pistas do que aconteceu no vilarejo e, aos poucos, a história vai se desenrolando.
E amigos, que história bem desenvolvida e personagens bem escritos. Por nos dar pedaços pequenos do enredo por vez, o estúdio faz com que os jogadores fiquem intrigados tentando ligar tudo o que está acontecendo. A natureza livre do jogo faz com que reviravoltas (expressão de toiozão, eu sei) sejam apresentadas em momentos inesperados, o que deixa tudo ainda mais interessante. Apesar de não atingir os patamares de Gone Home e Journey, o jogo ainda consegue envolver e contar uma história envolvente e interessante.
Por ser um título sem muita firula de assistência ao jogador, é fácil ficar perdido no mapa, sem saber exatamente para onde ir. O jogador tem a opção de seguir o ponto de luz da história principal e ignorar todos os outros, mas aí ele perderá uma boa porção da história completa, deixando de lado alguns pormenores interessantes que a The Chinese Room fez questão de incluir para ampliar esse belo universo do jogo.
O jogo se encaixa na categoria que os jovens de hoje em dia estão chamando de First Person Experience, ou Experiência em Primeira Pessoa. Não ficou claro? Lembra de Gone Home? Então, é basicamente isso. O jogador anda pelo (belo) cenário e vai interagindo com as coisas e se envolvendo na história. Não tem plataforma pra pular, bazuca pra atirar nem combo de Hadouken. É realmente só pra quem curte esse estilo de jogo.
Por último, quero destacar a trilha sonora do jogo. O arranjo musical de Everybody’s Gone to the Rapture é sensacional, com certas trilhas tocando em momentos específicos que criam um ambiente e sensação única ao jogador. O trabalho nesse departamento foi de primeira linha, podendo bater de frente com outros jogos de orçamentos milionários sem qualquer problema.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS4. Código fornecido pela PlayStation Brasil.
Resumo para os preguiçosos
Everybody’s Gone to the Rapture é um ótimo jogo para os fãs do gênero de exploração em primeira pessoa. Se você gostou de Gone Home e jogos do tipo, vai encontrar um ótimo jogo com belos gráficos, história envolvente e trilha sonora impactante. Se você não é fã desse estilo, bola pra frente, tem outros jogos.
Prós
- Belíssimos gráficos e ambientação
- História intrigante
- Trilha sonora explêndida
Contras
- É muito fácil se perder e ficar sem rumo no jogo
- Grande número de nomes de personagens pode tornar difícil acompanhar a história
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