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Dropsy – Review

A sua avó já deve ter lhe dito um milhão de vezes: nunca julgue um livro pela capa. Entretanto, essa característica muitas vezes persiste em residir no âmago da grande maioria das pessoas e mesmo aquele mais bem intencionado, vez ou outra, acaba cometendo o erro de julgar algo ou alguém sem ao menos conhecer direito.

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Ué, mas por que abordar esse tipo de assunto no começo de uma análise de jogo? Por que é exatamente assim que eu posso começar descrevendo o personagem principal de Dropsy: um cara com um coração enorme, com desejo de fazer o bem, mas que geralmente é mal interpretado por possuir uma aparência um tanto quanto…estranha.

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Dropsy é um jogo que tenta misturar a nostalgia clássica dos jogos point n’ click dos anos 90 com uma série de inovações e ideias mais recentes. O game foi publicado pela Revolver Digital e chamou a atenção justamente por abordar também alguns temas mais sérios como preconceito e afins. Além disso, o jogo acertou em cheio na escolha dos gráficos, já o visual pixelizado realmente te faz sentir como se estivesse jogando um velho game da Lucas Arts em alguns momentos.

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Logo no início somos apresentados ao personagem, sem muito rodeio. O protagonista é um palhaço com um baita coração e que a princípio não tem nome. No decorrer do game, o objetivo do protagonista fica bastante claro: fazer outras pessoas felizes.

Escolher um palhaço como protagonista foi uma aposta bastante inteligente dos desenvolvedores. Apesar de muitas vezes a aparência destes personagens não ser das mais agradáveis para algumas pessoas, o objetivo principal de um palhaço e te fazer rir, te divertir e te fazer sentir bem, mesmo que ele de longe acabe parecendo um psicopata americano que se vestia de palhaço para sequestrar pessoas na década de 80.

Mas e como será que um palhaço munido de boa vontade pode conseguir fazer as outras pessoas felizes em um munda tão estranho? Ora, resolvendo quebra cabeças, é claro!

Apesar da jogabilidade se resumir a cliques rápidos com o mouse, o jogo está longe de ser simples e fácil. Alguns puzzles requerem tempo e dedicação do jogador, tanto é que até mesmo os diálogos com os NPC’s não é coisa fácil de se entender. Como os personagens do game não se comunicam através de uma linguagem clara e não existe qualquer tipo de legenda, você deve interpretar o que as pessoas te dizem decifrando uma série de imagens que aparecem dentro dos balões de diálogo. Como se isso não bastasse, o jogo também implementa um sistema de dia e noite que pode alterar drasticamente o que cada personagem quer dizer, já que eles mudam de lugar conforme o dia passa e lhe dizem coisas diferentes também.

Dropsy - Screen 3

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Decifrar o que as pessoas querem até que não é difícil, o problema é conseguir fazer o que te pedem. Dropsy não é um dos jogos mais lógicos que existem por ai, o que significa que a maioria dos desafios não fazem muito sentido quando encarados da forma convencional. Por um lado isso acaba sendo legal já que o jogo te obriga a pensar de uma forma diferente para vence-lo, mas em contrapartida isso acaba sendo um tanto quanto chato as vezes. Eu confesso que apesar da “genialidade” dos quebra cabeças apresentados, me senti muito perdido durante a resolução de alguns puzzles, considerando algumas vezes até a recorrer a detonados na internet pra acabar de vez com aquela lamúria.

Algo que chama atenção tambem é que o game nada tem a ver com o horror retratado em alguns trailers liberados em datas anteriores ao seu lançamento. Existem sim algumas cenas um tanto quanto pesadas durante a jogatina – e com pesadas eu quero dizer “psicóticas”, mas talvez o maior horror seja acompanhar a história do protagonista em sua busca pela felicidade, mesmo sabendo que todos os odeiam devido a sua aparência.

Quanto a história, não há muito o que falar. O desenrolar dos fatos podem ter uma interpretação diferente para cada jogador, tanto que alguns encaram toda aquela loucura psicodelica presentes no dia-a-dia do jogo, como produtos da mente afetada do protagonista. De qualquer forma, Dropsy é um jogo divertido, bacana e sombrio que vale a pena ser jogado por qualquer fã que se preze dos antigos point n’ clicks dos anos 90.

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Resumo para os preguiçosos

Dropsy é um jogo que homenageia os clássicos point n’ click da década de 90 ao mesmo tempo que implementa uma série de novidades ao gameplay. Possui gráficos simples porem bonitos, jogabilidade fluída e enredo interessante. A maior dificuldade acabam sendo os puzzles, que na grande maioria das vezes não são tão lógicos quanto se espera, obrigado o jogador a enxergar os objetos e até o próprio cenário sob uma perspectiva diferente.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos interessantes e saudosistas
  • Jogabilidade clássica é misturada com novos elementos que tornam o desenrolar do game mais interessante
  • Boa pedida para quem gosta de desafios

Contras

  • Alguns desafios não são muito lógicos, o que torna a resolução de puzzles difícil e enfadonha em alguns momentos
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.