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Dragon’s Dogma: Dark Arisen – Review

As vezes eu fico me perguntando por que a Capcom não lança mais jogos como antigamente. Não me refiro somente ao estilo que ela mesma consagrou em clássicos como Resident Evil e DmC, mas também a quantidade de games que nos últimos anos não vem sendo tão grande assim.

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A verdade é que os tempos mudaram. Hoje em dia não é mais tão fácil lançar um título de sucesso e arrecadar rios de dinheiro. Na verdade a Capcom bem que vem tentando, mas alguns títulos como Lost Planet que tinha tudo pra dar certo, acabaram tornando-se franquias medianas e com pouco apelo do público.

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Entretanto, as vezes ela acerta na mão e nos traz grandes jogos como é o caso de Dragon’s Dogma: Dark Arisen. Não se engane amigo leitor, ele não é um jogo exatamente “novo” como os que você provavelmente esta acostumado. Na verdade, a primeira vez que Dragon’s Dogma apareceu por ai foi no PS3 e no Xbox 360, mais tarde ganhou uma versão para PS4 e depois ganhou uma versão pra PC, que foi a que eu analisei, mas não vamos nos ater a isso já que a cronologia de lançamentos do jogo pode ser um pouco confusa.

Outra coisa que não podemos confundir é Dragon’s Dogma com Dragon’s Dogma: Dark Arisen. Quando a Capcom resolveu lançar o segundo, ela decidiu fazê-lo como se fosse um jogo independente já que o conteúdo adicional “não caberia” no jogo original. Parece estranho, mas é basicamente a mesma coisa que acontece toda santa vez que a Capcom resolve lançar uma nova versão de Street Fighter, por exemplo.

Portanto, nosso review se dividirá em duas partes, a primeira tratará do jogo base e a segunda mais especificamente da “expansão” abordada em Dark Arisen. Vamos lá!

Falando inicialmente sobre Dragon’s Dogma:

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A primeira coisa que você vai notar ao iniciar o jogo é que os gráficos não estão tão bem otimizados como em outros jogos portados da Capcom. Nas legendas por exemplo, da pra ver nitidamente um serrilhado que de tão gritante chega a incomodar em alguns casos, já que ele da a impressão de que você esta jogando em um resolução de 640×400.

De qualquer forma, o game começa com um guerreiro desconhecido desbravando uma dungeon e sendo desafiado por uma série de goblins e harpias, até que um dragão aparece e a coisa fica mais frenética. Entretanto, a parte que mais merece destaque é a que você enfrenta uma Chimera, o primeiro inimigo com tamanho mais avantajado do game. Essa primeira batalha serve não só pra mostrar ao que o jogo véio, mas também pra te apresentar o sistema de combate e a possibilidade de “agarrar-se” aos inimigos, muito semelhante ao que a gente já viu em Shadow of the Colossus.

Sim, isso significa que você pode escalar inimigos a fim de tentar acertar golpes em deteminados pontos que causem mais danos. Alem de ser uma mecânica que foi muito bem implementada pela Capcom, essa possibilidade torna o jogo muito divertido e impede que a maioria das lutas com seres enormes acabem se resumindo a ficar surrando o pé do monstro até que ele venha a falecer.

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Após essa parte introdutória, o game passa para uma parte da história alguns anos no futuro e mostra o mesmo dragão atacando um vilarejo e transformando o seu personagem em um Arisen. Só que pra te transformar nisso, ele precisa roubar o seu coração, dando ao jogo um enredo de novela mexicana bem estranha. Todos os acontecimentos a seguir são em decorrência disso e do fato de que você precisa matar o dragão para recuperar o seu coração, e por enquanto você não precisa saber muito mais sobre isso. Logo após essa parte é que você tem a possibilidade de criar o seu char da forma como desejar, e caso você goste de customizar bastante, vai perder algum tempo por aqui.

É aqui também que você escolhe a classe do seu personagem. Inicialmente são apenas três, mas conforme o jogo se desenrola você ganha a possibilidade de se especializar e até mesmo mudar a sua vocação. Vale ressaltar que o sistema de “leveling” do game é bastante interessante e muito customizável, já que você pode ir assimilando habilidades aprendidas aos botões de ataque e “emendar” diversos combos durante os combates.

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Mas por mais que o seu personagem acabe tornando-se o maior bicho piruleta das galáxias, você provavelmente não vai poder sair por ai enfrentando toda a sorte de monstros sozinho. Pra isso você precisa de um grupo e esse talvez seja um dos pontos principais do jogo.

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Logo no ínicio você é apresentado ao sistema de “Pawns”, guerreiros que não são humanos – por mais que aparentem ser – e que tem como principal objetivo seguir os seus passos onde quer que você vá. Esses fieis guerreiros podem ser gerados aleatoriamente pelo game, criados por você, ou emprestados de outros jogadores e acabam dando a impressão de que Dragon’s Dogma é na verdade, um grande MMO offline. Não entendeu? Eu explico: enquanto você descansa em um hotel e esta longe do jogo, o seu Pawn pode ser utilizado por outro jogador. Isso faz com que o seu companheiro evolua enquanto você descansa, o que pode tornar a sua jornada mais fácil caso você saiba como aproveitar essa característica do jogo.

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Seria até um ultraje caso a Capcom tivesse se esforçado tanto para colocar um sistema de criação de personagens tão bem feito, mas esquecesse de criar personagens marcantes, certo? Pois bem, nem todos os NPC’s que você encontrará pelo caminho serão necessariamente carismáticos, mas a grande maioria deles pelos menos vai possuir alguma característica única que te fará lembrar dele até o final do game. Uns são extremamente feios, outros possuem um sotaque singular enquanto outros só agem feito babacas mesmo. De qualquer forma, essa é uma dos pontos fortes do jogo.

Outro ponto forte do jogo é como ele usa esses NPC’s para contar histórias. Em alguns momentos da até pra esquecer o objetivo principal enquanto você se aventura numa quest secundária fornecida por um cidadão desesperado, como limpar um poço repleto de inimigos ou sair à caça de goblins que estão tocando o terror nas redondezas. São tantas quests secundárias, que dá até pra ser perder no que fazer primeiro.

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Talvez uma das características mais fortes do jogo seja a forma como ele pode envolver o jogador através da história e dos ambientes altamente imersivos. Em alguns momentos você se apega tanto aos personagens da sua party, que passa a se importar com eles. Sem contar que eles são tão úteis durante o combate e dão dicas tão preciosas em alguns momentos, que seria uma experiência totalmente diferente sair em busca do Dragão que roubou o seu coração e te transformou em um “Arisen” sozinho.

O mundo de Dragon’s Dogma também é caso a parte. O mapa é gigante é repleto de pequenos detalhes e aventuras. Aliás, o sistema de quests lembra bastante, em alguns momentos, o que já vimos em Skyrim e jogos do gênero. O jogo também traz alguns elementos familiares de Dark Souls, como por exemplo, a stamina. Entretanto ele muito mais amigável nesse quesito.

Essa mistura de elementos de vários jogos diferentes faz com que a campanha de Dragon’s Dogma seja uma experiência bem satisfatória. Essa primeira parte da aventura leva em torno de 40~50 horas para ser finalizada, mas o jogo não termina por ai, afinal de contas ainda temos todos os desafios da expansão Dark Arisen.

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E agora sobre Dark Arisen:

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Terminou a campanha principal? Pois bem, agora chegou a hora de aventurar-se em Bitterblack Island, um território afastado do mapa principal e muito, mas muito mais hostil.

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O objetivo principal aqui é a caçada aos novos monstros e tesouros adicionados ao game. Claro que também foram adicionadas novas habilidades para cada classe de personagem, muitos novos equipamentos, sets de armas e armaduras e até mesmo mais opções de customizações.

Alguns jogadores não gostaram tanto do conteúdo oferecido por Dark Arisen, já que o seu lançamento obrigava a compra de um novo jogo só pra conferir as novidades da expansão. Para alguns, ela também é uma forma mais “Dark Souls” de jogar Dragon’s Dogma já que a dificuldade e o desafio aumentam bastante, mas a verdade é que todo o novo mapa veio somente para dar mais ao que fazer aos jogadores, sem tanta preocupação assim em continuar a história.

Isso quer dizer que o jogo não vale? Não. Vale, e vale muito. Como o game já foi lançado há algum tempo e a versão do PC é muito mais barata, os problemas enfrentados pelos jogadores dos consoles na época do lançamento do game não se aplicam mais. Se você realmente gosta de jogos amplos, com mecânicas de RPG e combates desafiadores, a compra de Dragon’s Dogma é quase que obrigatória.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para PC comprada pelo autor da análise.

Resumo para os preguiçosos

Dragon’s Dogma: Dark Arisen traz de uma vez só, todo o conteúdo aclamado jogo aos PC’s. O game possui um sistema de combate único, inspirado nos melhores jogos da Capcom e de quebra, uma história muito bem elaborada. Como se isso não bastasse, a expansão Dark Arisen adiciona muitas horas de desafios ao jogo, a fim de que você possa utilizar todo o poder do seu personagem para enfrentar criaturas muito mais fortes e coletar tesouros muito mais valiosos.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Sistema de combate dinâmico e inovador
  • Boa história
  • Apanhado de inúmeras boas qualidades de vários jogos do gênero

Contras

  • Gráfico não parece ter sido otimizado o suficiente
  • Falta de um sistema mais amigável com o jogador no início do jogo.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.