Dragon Quest I & II HD-2D Remake – Análise – Vale a Pena – Review

Criada pela Enix muito antes de se unir com a Square e virar um nome gigantesco dos RPGs originais, Dragon Quest é uma série que ao mesmo tempo que evoluiu, sempre se manteve bastante próxima de seus raízes. E nenhum outro lançamento recente da série mostra isso tão bem quanto Dragon Quest I & II HD-2D.

Critical Hits
Entre nos canais oficiais do Critical Hits e acompanhe as últimas notícias, guias e novidades sobre games, animes e cultura pop

A coletânea de remakes que chega ao PC e aos consoles de mesa segue a iniciativa da Square Enix de recontar a história e o legado do herói Erdrick. O primeiro passo dessa jornada foi contado em Dragon Quest III 2D-HD Remake que, lançado em 2024 — e que, apesar de seu título, marca o ponto cronológico que inicia essa história.

PUBLICIDADE
Critical Hits
Entre nos grupos de promoções do Critical Hits e receba as melhores ofertas de games, tecnologia e cultura geek

No entanto, não é obrigatório ter jogado o game anterior para conseguir aproveitar as duas aventuras criadas pela Square Enix. É possível inclusive jogá-las na ordem que você desejar, embora fazer isso signifique perder algumas referências da história e dos locais por onde os heróis passam.

Dragon Quest I & II HD-2D Remake reproduzem a luta do bem contra o mal

Dragon Quest I & II HD-2D Remake – Análise – Vale a Pena – Review

Os dois jogos presentes em Dragon Quest I & II HD-2D Remake partem de premissas bastante semelhantes. Ambos começam muito tempo depois da jornada de Erdrick, em momentos nos quais o mundo está sob a ameaça crescente das forças das trevas. Como um descendente do grande herói, cabe a você reunir aliados e artefatos antigos para garantir que a paz vai voltar a reinar.

A principal diferença entre os dois games é que o primeiro capítulo disponível é uma jornada solitária. Do começo ao fim, controlamos um único herói que se mostra bastante flexível tanto no uso de armamentos físicos quanto de magia — o que compensa um pouco a grande quantidade de inimigos que surgem pelo caminho.

Já em Dragon Quest II, controlamos três descendentes distantes de Erdrick, que também são acompanhados pontualmente por alguns aliados convidados. Isso traz uma maior variedade estratégica para o título, já que cada um deles traz uma especialização. O primeiro personagem controlável, por exemplo, simplesmente não pode usar magias.

Apesar dessa diferença, os dois jogos da coletânea têm muito mais semelhanças do que diferenças. Todas as batalhas acontecem por turno, com golpes que são executados em primeira pessoa. Além disso, os dois games são bastante difíceis, e focam muito no grind para você evoluir seus personagens e ter força suficiente para conseguir derrotar os inimigos que aparecem pelo caminho.

Também é preciso dedicar um bom tempo às batalhas para conseguir o dinheiro necessário para manter seus equipamentos atualizados. Se você está acostumado com RPGs mais recentes, nos quais os itens equipados nem sempre fazem diferença, Dragon Quest vai abrir seus olhos: nos jogos, cada ponto de defesa ou ataque realmente faz diferença entre a vida e a morte.

Clássico renovado

Dragon Quest I & II HD-2D Remake – Análise – Vale a Pena – Review
Dragon Quest I & II HD-2D Remake – Análise – Vale a Pena – Review

Outro aspecto da série que Dragon Quest I & II HD-2D Remake mantem intocado é a incapacidade de verificar facilmente o quanto falta para subir de nível. Esse é um serviço exclusivos das igrejas espalhadas pelas aventuras, que também são os únicos lugares onde você pode salvar sua jornada.

No entanto, essa filosofia old-scholl não significa que os jogos não trazem algumas comodidades. Além dos visuais, que ajudam a desenvolver melhor os mundos apresentados, também é possível acelerar a velocidade das batalhas (o que é essencial para não enlouquecer com o ritmo lento dos games), bem como diminuir o nível geral de dificuldade.

É até mesmo possível ligar um modo invencível, para aqueles que não querem nenhum desafio e só querem aproveitar as histórias. Por falar nelas, esse é um elemento que a Square Enix desenvolve muito bem. Trechos que eram super simples nos RPGs originais agora ganham maior dramaticidade, além de ajudarem a explicar melhor as motivações dos heróis e os lugares que eles visitam.

Enquanto as mudanças funcionam em geral, em alguns pontos parece que a empresa forçou um pouco a mão. O primeiro Dragon Quest é o que mais deixa isso evidente, com alguns elementos de história que parecem existir somente para inflar a experiência — que tem a simplicidade justamente como um de seus maiores destaques.

Para completar a lista de comodidades, Dragon Quest I & II HD-2D Remake também traz atalhos para curar rapidamente seu grupo, bem como saves automáticos após lutas e eventos importantes. Ele também permite automatizar os ataques de seus grupos dependendo de táticas pré-programadas, mas não recomendamos fazer isso: tal qual no remake do terceiro jogo, isso significa lidar com companheiros que gastam excessivamente seus pontos de magia e atacam sem muita lógica.

Dragon Quest I & II HD-2D Remake vale a pena?

Dragon Quest I & II HD-2D Remake – Análise – Vale a Pena – Review

Com duas aventuras simples, mas desafiadoras e divertidas, Dragon Quest I & II HD-2D Remake é uma bela prova dos motivos pelos quais a série continua relevante até os dias atuais. Enquanto o foco no grind pode chocar os jogadores mais atuais, a solidez do sistema de combate e as histórias aprimoradas justificam o investimento nos dois RPGS.

O que mais se destaca no pacote é justamente o primeiro game, que é uma jornada solitária que não é mais comum no gênero — e, com isso, traz um grau maior de dificuldade. No entanto, isso não faz dele um jogo menor, cuja simplicidade funciona mais a seu favor do que para seu detrimento.

Com uma trilha sonora excepcional e pequenas comodidades modernas, Dragon Quest I & II HD-2D Remake pode ser considerada a versão definitiva dos games. Pena que, assim como na atualização do terceiro capítulo, a Square Enix não trouxe nenhuma tradução para o português brasileiro, o que seria a verdadeira cereja no bolo do pacote.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Nintendo Switch, fornecida pela Square Enix.

Resumo para os preguiçosos

Dragon Quest I & II HD-2D Remake mistura elementos clássicos a algumas pequenas comodidades para entregar a versão definitiva de dois RPGs. Com visuais aprimorados e roteiros mais elaborados, os games mantém o foco no grind e a dificuldade que é marca registrada da série. As adições só pecam um pouco por nem sempre ajudar no ritmo da história, que poderia ser mais bem-aproveitada caso tivesse uma tradução disponível para português brasileiro.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Belo upgrade visual
  • Histórias atualizadas funcionam bem (na maior parte do tempo)
  • Melhorias de qualidade de vida pequenas, mas importantes
  • Duas aventuras completas em um único pacote

Contras

  • A IA dos companheiros não é das melhores
  • Alguns pequenos slowdowns em cidades mais povoadas
  • Não tem qualquer adaptação para o português
  • O roteiro estendido do primeiro game quebra um pouco de seu ritmo