Drag x Drive – Análise – Review – Vale a Pena

O Nintendo Switch 2 chegou ao mercado com o peso de suceder um dos consoles mais bem-sucedidos da história. Como de costume, a Nintendo aproveitou o lançamento para trazer grandes franquias como Mario Kart World e Donkey Kong Bananza, mas também reservou espaço para projetos experimentais que exploram os recursos exclusivos do hardware.

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É nesse contexto que surge Drag x Drive, um jogo multiplayer online que mistura basquete em cadeiras de rodas, arenas futuristas e um esquema de controle que só poderia ter vindo da mente criativa e excêntrica da Nintendo.

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Drag x Drive é um jogo com sentimentos mistos. De um lado, temos uma proposta diferente, com mecânicas inéditas e foco em acessibilidade temática ao colocar jogadores no papel de atletas cadeirantes. Por outro, a execução apresenta limitações e escolhas de design que podem afastar parte do público, especialmente pela ausência do tradicional “charme Nintendo” e pelo alto nível de exigência nos controles.

Drag x Drive – Análise – Review – Vale a Pena

A ideia central de Drag x Drive é simples: partidas 3v3 de basquete em cadeiras de rodas, com direito a rampas em meia-lua nas laterais da quadra para manobras e acrobacias. O visual aposta em um estilo mais urbanista, com quadras de concreto, iluminação em neon e uniformes predominantemente pretos. É uma estética que contrasta fortemente com jogos coloridos e vibrantes da própria Nintendo, como Splatoon ou ARMS.

Essa abordagem mais contida tem um efeito curioso. Por um lado, confere uma atmosfera diferente, mais “urbana” e competitiva. Por outro, tira um pouco da identidade visual marcante que costuma ser uma das forças da Nintendo. As opções de personalização de avatar são limitadas, com pequenas variações como capacetes com orelhas de gato ou anéis conquistados em minijogos, mas nada que realmente transforme a estética do personagem.

Controles Inovadores e Polêmicos

Drag x Drive – Análise – Review – Vale a Pena
Drag x Drive – Análise – Review – Vale a Pena

O grande diferencial de Drag x Drive está no uso dos Joy-Con 2. O Switch 2 trouxe um novo modo “mouse” para os controles, e o jogo se apoia totalmente nele. Cada Joy-Con representa um braço do avatar. Para avançar, é preciso deslizar os dois controles simultaneamente para trás, como se estivesse impulsionando a cadeira. Para virar, basta mover apenas um deles. Arremessos são feitos levantando um dos controles e fazendo um movimento rápido para frente, enquanto passes usam os botões L e R.

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Essa escolha dá uma sensação tátil única. Correr atrás da bola após um rebote, disputar espaço com o adversário e arremessar no momento certo cria uma imersão incomum. É fácil sentir o peso físico da ação.

No entanto, essa mesma proposta é o maior ponto de controvérsia. O controle exige precisão e velocidade, especialmente em disputas próximas à cesta, onde todos se empurram e tentam roubar a bola. Nesses momentos, a movimentação pode se tornar imprecisa e muito cansativa.

Em sessões mais longas, é comum sentir cansaço nos braços e ombros, e para alguns, dor real após 30 a 45 minutos de jogo. Pior: não há opções alternativas de controle. Ou você joga com o esquema proposto, ou não joga.

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Essa limitação levanta um paradoxo incômodo: um jogo inspirado em um esporte criado para e por pessoas com deficiência física acaba sendo inacessível para parte desse público, justamente pela falta de alternativas de input do controle.

As partidas duram três minutos, o que garante ritmo acelerado e imprevisível. Pontuações podem variar de goleadas para vitórias por décimos de ponto. Além dos arremessos comuns de dois ou três pontos, é possível ganhar frações extras (0,1 ou 0,2) ao executar acrobacias antes de marcar, como saltos nas rampas laterais ou enterradas no ar.

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O contato físico é permitido e incentivado. Jogadores podem roubar a bola colidindo com adversários, o que torna cada posse disputada de forma agressiva. Essa mistura de basquete com um toque de esporte de combate cria momentos caóticos e divertidos, mas também reforça o quão exigente o controle pode ser em situações intensas.

Ao iniciar uma partida em Drag x Drive, o ponto de encontro é o Park, uma espécie de lobby social onde jogadores aguardam para formar partidas. Enquanto esperam, é possível participar de minijogos espalhados pelo local: corridas, desafios de arremesso, perseguição de bolas e provas de desvio de obstáculos. Vencer nesses eventos rende anéis cosméticos, que podem ser perdidos se você perder no próximo jogo.

Drag x Drive – Análise – Review – Vale a Pena
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No modo offline, há partidas contra a IA com nove níveis de dificuldade e desafios cronometrados que exigem completar tarefas específicas para desbloquear cosméticos adicionais. Algumas dessas metas, porém, são excessivamente rigorosas. Um exemplo é o desafio de realizar 100 saltos consecutivos de corda sem errar, usando um movimento que já é naturalmente difícil com os controles. Esses desafios acabam funcionando mais como testes de paciência do que como incentivos divertidos.

Infelizmente, não é possível jogar partidas privadas menores que 3v3, mesmo com bots para preencher vagas. Isso reduz a flexibilidade para quem quer competir apenas com um amigo, e pode afastar jogadores que não tenham um grupo completo.

Já em termos técnicos, Drag x Drive roda de forma estável no Switch 2, o que não é surpresa dado o visual simples. Ainda assim, o estilo gráfico minimalista não impressiona e reforça a sensação de que falta personalidade.

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A ausência de trilha sonora marcante ou de elementos visuais mais ousados torna o jogo visualmente esquecível, especialmente quando comparado a outros títulos da própria Nintendo.

Mas e aí, Drag x Drive vale a pena?

Drag x Drive – Análise – Review – Vale a Pena
Drag x Drive – Análise – Review – Vale a Pena

Drag x Drive é uma das apostas mais ousadas da Nintendo nos últimos anos, e também uma das mais frustrantes. Seu esquema de controle único proporciona momentos de pura adrenalina, mas exige esforço físico e precisão que nem todos estarão dispostos (ou aptos) a encarar. A proposta de levar o basquete em cadeira de rodas para um contexto futurista e competitivo é louvável, mas a execução peca pela rigidez e pela falta de alternativas.

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É um jogo que brilha em doses curtas, especialmente quando jogado com amigos que entendem e abraçam sua estranheza. Mas também é um título que corre o risco de ser esquecido rapidamente se não receber atualizações de conteúdo, ajustes de acessibilidade e melhorias de qualidade de vida.

Para quem busca algo diferente no Switch 2 e não se intimida com controles desafiadores, Drag x Drive pode oferecer diversão por algum tempo. Para todos os outros, vale a pena testar antes de investir, ou esperar para ver se a Nintendo vai dar a esse experimento o suporte que ele precisa para realmente decolar.

Análise feita com uma chave para Switch 2 cedida pela Publisher.

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Resumo para os preguiçosos

Drag x Drive é um jogo multiplayer online exclusivo do Nintendo Switch 2 que mistura basquete em cadeiras de rodas com arenas futuristas e um esquema de controle inovador usando os Joy-Con 2 para simular o movimento dos braços.

Embora ofereça partidas rápidas, caóticas e imersivas, o título sofre com controles fisicamente exigentes e obrigatórios, falta de opções de acessibilidade, conteúdo limitado e visual pouco inspirado, o que pode comprometer sua longevidade online. É uma experiência única e divertida em doses curtas, mas que precisa de ajustes e suporte para realmente se destacar.

Nota final

50
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Conceito inovador
  • Partidas rápidas
  • Minijogos

Contras

  • Controle por mouse obrigatório
  • Conteúdo limitado
  • Visual pouco inspirado
  • Trilha sonora praticamente inexistente
  • Cansativo para sessões longas
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Valteci Junior
Valteci Junior
Me chamo Valteci Junior, sou Editor-chefe do Critical Hits, formado em Jogos Digitais e escrevo sobre jogos e animes desde 2020. Desde pequeno sou apaixonado por jogos, tendo uma grande paixão por Hack and slash, Souls-Like e mais recentemente comecei a amar jogos de turno e JRPG de forma geral. Acompanho anime desde criancinha e é um sonho realizado trabalhar com duas das maiores paixões da minha vida.