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Dome Keeper vale a pena? Análise – Review

Dome Keeper é mais um joguinho bacana com cara, estilo e cheiro da Raw Fury, sua publisher. Com uma pegada aparentemente simples e uma experiência marcante, é mais um título que promete te surpreender – principalmente se você não souber nada sobre ele.

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Quando um gênero ou tipo de jogo específico é explorado muitas e muitas vezes, a tendência é que chegue a hora em que o mercado sature e ninguém aguente mais. Contudo, essas regras parecem não se aplicar aos gêneros de sobrevivência e “fazendinha” – não podemos esquecer dos soulslike, já que o público continua devorando praticamente tudo que tem sido lançado por ai.

Mas qual é a fórmula para se obter sucesso e manter um gênero relevante por anos e anos? Talvez a resposta mais fácil seja apostar em inovação, trazendo experiências que passem uma certa familiaridade, ao mesmo tempo em que desafie o interesse do jogador.

Dome Keeper repete uma fórmula batida, mas insere algumas boas novas variáveis que alteram o resultado esperado. Tem mineração, tem gerenciamento, melhorias gradativas e combate em ondas de inimigos. O que falta talvez seja um pouco mais de direção. Mas sobre isso falaremos mais adiante.

Sem dar maiores detalhes, Dome Keeper coloca o jogador para gerenciar o que parece ser uma pequena estação de mineração, recém-caída em um planeta distante e deveras perigoso. Na primeira partida, perdi tempo demais tentando entender como o jogo funcionava, o que me prejudicou de certa forma. Contudo, logo na segunda,já estava mais ligado e preparado para o que estava por vir.

Reprodução: Raw Fury
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O jogo se divide basicamente, em dois módulos: o de preparação e o de combate. Começaremos pelo primeiro.

Sua principal função em Dome Keeper é investir o tempo disponível explorando os minérios que se encontram abaixo do seu domo. Minerar é bastante simples, mas estranhamente satisfatório. Aos poucos você entende a dinâmica do game e aprende que todo novo minério obtido precisa ser levado para o domo para processamento. Após este processo, você poderá utiliza-lo para investir nos seus equipamentos, da forma como achar melhor.

Depois de algum tempo começam a surgir as primeiras ondas de inimigos. É ai que a atividade tão satisfatória passa a se tornar angustiante, estressante e de certa forma estimulante.

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Reprodução: Raw Fury

Cada onda traz inimigos mais fortes do que a anterior, e talvez um dos pontos fortes seja a estética do jogo, que me fez sentir calafrios e uma imensa ansiedade por estar sempre disposto a me defender do que estava prestes a me atacar.

As criaturas que lhe atacam vão aos poucos, causando dano a superfície do Domo. Ver o vidro quase quebrando, onda após onda, é estimulantemente angustiante. Algo que sinceramente, não sei como explicar.

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Portanto, as coisas funcionam mais ou menos assim: você derrota uma onda de inimigos, abandona a estação de combate e corre para debaixo da terra em busca de minérios que possam te deixar mais forte. Simples, direto e nada confuso, correto?

Reprodução: Raw Fury

Mais ou menos. O fato é que a disposição dos minérios pode deixar o jogador um tanto quanto frustrado nas suas primeiras partidas. Em determinados momento so jogo dá a impressão de que você deve ir para o mais fundo possível, tão logo quanto possível. Já em outros, dá a entender que você deve primeiro procurar nas adjacências de onde já escavou, só para não deixar nada passar batido.

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Quanto mais fundo você vai, mais demorado é para destruir os pequenos blocos de terra e minério. Em uma das partidas que joguei, tive a impressão que de havia um imenso desbalanceamento na quantidade de minérios nos primeiros níveis, o que limitava severamente a minha evolução.

Em seguida, percebi que poderia personalizar – ainda que pouco, minhas próximas partidas através da configuração do menu principal. Isso me deixo mais tranquilo quanto ao andamento das minhas próximas jogatinas, mas me fez perceber que faltou um pouco de direcionamento nas partidas inicias, ao menos para situar o jogador que abre o jogo sem saber de nada.

Reprodução: Raw Fury
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Conforme você coleta novos minérios, vai ganhando acesso a novas tecnologias que distribuem-se em uma modesta árvore de pesquisa. Nas primeiras partidas, fui levado a crer que as possibilidades eram muitas, afinal, cada nova partida poderia exigir uma nova combinação de tecnologias iniciais e novas perspectivas de evolução, correto?

Nem tanto. Lá pela quinta partida tive a impressão de que os estágios iniciais das minhas evoluções eram, de certa forma, engessados. Isso porque a árvore de pesquisas não é tão grande a ponto de permitir abordagens mais ousadas, mesmo quando passamos a nos sentir mais confiantes.

Isso não chega a ser necessariamente um problema. Em nenhum momento, Dome Keeper promete ser um jogo massivo e mirabolante. Na verdade o que mais me chamou atenção é como o jogo consegue oscilar entre momentos “confortáveis” de cuidado e gerenciamento da estação de mineração, ate a completa e absurda angústia ao ver uma onda de inimigos gigantesca quebrando as suas defesas.

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Mesmo assim, a falta de uma árvore de evoluções mais “robusta”, dá a impressão de que o potencial de Dome Keeper é um tanto quanto limitado.

De qualquer forma, ao gerenciar minhas expectativas quanto ao que eu acho que Dome Keeper deveria ser e aquilo que o jogo realmente e, cheguei a conclusão de que a experiência valeu a pena. Me diverti bastante em alguns momentos e gostei muito da montanha russa de emoções que um jogo aparentemente tão simples me fez sentir. Em alguns momentos, me peguei pensando “como ninguém nunca pensou em fazer isso antes”?

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Mesmo que não possa dizer que a experiência de Dome Keeper seja tão deliciosa como outros jogos parecidos – posso citar Kingdom: Two Crows como exemplo, me sinto confortável em afirmar que Dome Keeper é uma das melhores experiência casuais que experimentei em 2022.

Resumo para os preguiçosos

Dome Keeper é um jogo simples que provoca emoções complexas. Enquanto num primeiro momento o jogo ofereça uma experiência relaxante e muito satisfatória de gerenciar sua base de mineração, em seguida acaba surpreendendo pela forma como consegue despertar a ansiedade ao exigir que o jogador explore o máximo possível do mapa atrás de recursos para defender sua base de ondas, ondas e mais ondas de criaturas possessas que querem te destruir.

Apesar de parecer um tanto quanto limitado, a experiência é divertida e emocionante, principalmente para jogadores mais casuais. A árvore de evoluções pode não oferecer tantas evoluções quanto gostaríamos, mas ainda assim consegue entreter por muito tempo.

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Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Mecânica divertida que balanceia exploração e combate;
  • Visual chamativo, principalmente das criaturas medonhas;
  • Controles simples, fáceis e muito responsíveis;
  • Mineração satisfatória e recompensadora;
  • Evolução satisfatória.

Contras

  • Confuso nas primeiras partidas;
  • Árvore de evolução poderia ser mais robusta
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.