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DmC: Devil May Cry – Definitive Edition – Review

A Capcom é uma companhia que tem aproveitado esse começo de ano e a tradicional “estiagem de jogos” da tempoara para relançar algum jogo remasterizado, além de tentar novas empreitadas que não costumam ter um orçamento lá muito inchado. Neste ano, tivemos Resident Evil HD Remaster e Resident Evil: Revelations 2 suprindo essas categorias, além da remasterização de DmC: Devil May Cry para os consoles da geração atual. O que podemos esperar da versão em mais alta definição do Dante de 9 anos? Mais do mesmo, mas um mesmo de ótima qualidade.

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Em DmC: Devil May Cry, voltamos ao mundo de uma das franquias mais famosas da Capcom e que foi reiniciado pela Ninja Theory. Como eu nunca joguei mais do que algumas horas do primeiro título original para PlayStation 2, eu conheço bem pouco do mundo de Devil May Cry, então falemos mais sobre esse jogo ao invés de ficar comparando-o com o seu irmão mais velho. Aqui, a humanidade foi escravizada por uma grande corporação do mal que encontrou uma forma de batizar uma bebida energética e assim controlar a mente dos humanos, além de vigia-los com o bom e velho Big Brother da televisão e de um sistema de câmeras pelo mundo todo.

Nesse belo mundo, vive Dante, um jovem que não se adapta muito bem, é um badboy e parece mais ter 9 anos de idade. Digamos que o visual do novo Dante não foi bem aceito, e ele até faz uma piadinha com a versão crescida dele logo no começo do jogo, mas no fim das contas ele parece mais e mais com Justin Bieber, conforme esse deixou de ter 13 anos e conseguiu perder qualquer resquício de sanidade que ele tinha.

https://www.youtube.com/watch?v=8MruA6AfRpU

Mas enfim, superado esse trauma inicial, DmC começa com você descobrindo que é o filho de um demônio (que por acaso era amigo do diabo que comandava o mundo) e uma anjo. Mundus, o governante do mundo, não gostou muito do fato do pai de Dante ter engravidado uma anja e baniu-o para sempre, além de ter matado a mãe dele. Dante começa o jogo sem saber disso e descobre sobre seu passado por meio do seu irmão gêmeo, que é o líder da resistência do mundo. Você junta-se a essa resistência e o seu objetivo principal é a boa e velha vingança.

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Para conduzi-la, Dante tem um pequeno arsenal de armas e equipamentos que vai aumentando conforme o jogo progride até praticamente o final. Essa porrada de equipamento é posta em ação num sistema de combate que funciona basicamente apertando os botões de ataque e dando combos e tentando enfiar o máximo de hits o possível desviando dos ataques dos inimigos e tentando sempre acertar alguma coisa. Conforme você vai acertando os inimigos, uma nota vai aparecendo na tela, e ela sobre com o número de acertos e cai caso você fique sem acertar ninguém por muito tempo.

Felizmente, o combate funciona bem o suficiente na maioria do tempo, e ele é bem divertido, apesar de ser meio lento. Para corrigir isso, a Team Ninja implementou um modo turbo no jogo, que aumenta a velocidade do combate em 20%, algo que é realmente muito bem-vindo e que eu recomendo que você ative antes mesmo de começar a jogar, já que esse sistema de combate foi feito para ser rápido e joga-lo em câmera lenta é meio contraproducente.

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Apesar de divertido, o combate tem um pequeno problema: ele dura muito pouco tempo. Eu achei que isso fosse ser um problema do começo do jogo, e que a Ninja Theory fosse me carregando pelo braço até chegar um ponto onde o número de inimigos na tela fosse grande o suficiente para durar mais de um minuto, mas são poucas as situações em que isso acontece. Bem poucas mesmo. O sistema de combate de DmC é de longe o maior ponto positivo do jogo e você passa mais tempo andando por aí e vendo conversas do que enfiando a porrada na cara dos inimigos, o que é uma pena. Mesmo as lutas contra chefes são breves, apesar de chefes que são verdadeiras esponjas de porradas serem um saco, esses realmente são breves.

No tempo que você não está batendo nos inimigos, você está navegando pelo cenário e assistindo às cutscenes do jogo. DmC tem uma série de partes de jogo de plataforma que, pelo menos para mim, não funcionam muito bem. Digamos que, se Mundus realmente quisesse acabar com Dante, ele simplesmente precisaria fazer uma espécie de Olimpíadas do Faustão com circuitos de obstáculos e plataformas infinitos, porque o sistema de controle dessa parte lembra o clássico Crash Bandicoot do PlayStation, e isso não é um elogio. Teve vários momentos em que eu errava pulos porque eu não sabia se era pra eu dar um pulo duplo ou simples (e acabava ultrapassando o ponto onde eu deveria cair) ou porque os locais onde Dante deveria encaixar as correntes do personagem diziam “que tal você cair aí nesse buraco e perder um pedaço da sua energia?” e não funcionavam.

Apesar dessas dificuldades criadas pelo próprio ambiente do jogo, DmC é um jogo bem fácil. Eu comecei a joga-lo na dificuldade normal e logo tive que aumentar o nível do desafio, porque o desafio era quase inexistente.

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Outros pontos clássicos da franquia Devil May Cry também foram incluídos nesse jogo, como o fato de você comprar upgrades e itens de recuperação em certos pontos e poder ressuscitar usando certo itens que você compra, além de procurar por segredos pelos cenários, apesar de certos pontos sem retorno bloquearem eles caso você pegue a única das saídas que leva a esses pontos sem retorno. Obviamente o jogo não avisa quando você chega nesses pontos, mas eu perdi vários segredos por causa disso.

Para completar, no fim das fases você também ganha notas por absolutamente tudo o que você fez. E o jogo é bem rigoroso com isso. Aliás, a verdadeira dificuldade do jogo não é não morrer e sim ficar com uma nota boa, algo que só acontece mesmo se você tentar a mesma fase várias vezes e ir aperfeiçoando-se em termos de velocidade, melhor caminho pra pegar todos os itens, etc. Enfim, se eu fosse ser tão rigoroso no meu review com DmC como ele foi comigo durante as partidas, ele estaria com sérios problemas.

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Quanto as novidades da edição definitiva do jogo, temos o já falado Turbo Mode, algo que é obrigatório, o modo hardcore, que deixa os inimigos mais fortes e a campanha Virgil’s Downfall inclusa sem custo adicional.

Graficamente, DmC chegou ao PlayStation 4 e ao Xbox One com belos visuais atualizados. O jogo está rodando a 1080p e a 60 frames por segundo sem lentidões e, o melhor de tudo, com tempos de carregamento bem baixos. O jogo realmente não desaponta e está muito bem polido. A Capcom realmente fez um bom trabalho nessa remasterização. A trilha sonora do game é bem feita e a dublagem bem executada também. O jogo não vem com dublagem em português, mas tem legendas no nosso idioma para você não perder nenhum detalhe da trama.

Resumo para os preguiçosos

DmC é um jogo que muita gente vira o nariz por causa do visual de Dante, que mais parece ter 9 ou 10 anos e uma atitude de fedelho mal educado do que a de um herói de verdade, mas se você ignorar os primeiros 10 minutos de jogo e partir dali, ele acaba virando um ótimo hack and slash, ainda que bem fácil. A versão remasterizada do jogo não traz grandes novidades em relação às versões de PS3, Xbox 360 e PC, mas é um jogo que vale ser jogado por quem não teve a oportunidade ainda.

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Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos em 1080p e a 60 frames por segundo
  • Ótimo sistema de combate
  • Trilha sonora bem feita

Contras

  • Fácil demais
  • Poucas novidades em relação à versão de Xbox 360, PS3 e PC
  • Sistema de plataformas bem ruim
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.