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Deus Ex: Mankind Divided – Review

Deus Ex é uma das franquias mais benquistas do começo dos anos 2000 e que, apesar de uma sequência bem mais ou menos em Invisible War, acabou voltando com tudo em 2011 com Human Revolution. A Eidos fez o que parecia impossível na época, pegar uma franquia com um dos fandoms mais exigentes e fazer um prequel para ela. No fim das contas, Human Revolution foi um dos melhores jogos da geração do Xbox 360 e do PlayStation 3, e eu sinceramente não esperava que Mankind Divided fosse tão bom quanto seu antecessor direto, mas não é que ele é?

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Em Deus Ex: Mankind Divided, você novamente controla Adam Jensen, o ex-segurança que nunca quis receber seus aprimoramentos e que acabou envolvendo-se em uma conspiração com os Iluminati em Human Revolution. O que você precisa saber para jogar Mankind Divided caso não tenha passado pelo jogo anterior: próximo ao fim dele, um vírus foi ativado em todo o mundo que fez todas as pessoas com aprimoramentos (ou augmentations, vou usar aprimoramentos nesse review pois esse é o termo usado no jogo) ficassem loucas e atacassem pessoas sem aprimoramentos. Após isso, a tensão entre aprimorados e não aprimorados começou a acontecer, afinal de contas, quem poderia garantir que isso não pudesse ocorrer mais uma vez, não é mesmo? Nesse cenário de tensão social, você volta a controlar Jensen, que agora faz parte da Interpol, investigando sobre a possível ligação de um grupo pró-aprimorados em atentados terroristas que estavam ocorrendo em todo o globo.

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O jogo logo começa com uma pergunta muito importante e que mostra como Mankind Divided funciona: você quer usar força não letal ou letal? Essa pergunta é muito importante pois Adam pode basicamente matar quem ele quiser com o apertar de um botão. Caso você prefira, ainda é possível ser piedoso e sutil, e passar por todos os desafios que o jogo te dá de forma incógnita sem detecção. Ou você pode misturar essas duas características de Adam. Ou você ainda pode usar habilidades de hacking e facilitar a sua vida, seja furtivamente, seja metendo bala em tudo o que você encontra pela frente. Basicamente, Deus Ex: Mankind Divided te oferece uma série de ferramentas para resolver o mesmo problema. Ele não tem uma solução, ele tem várias, e cada jogador joga de uma forma, e isso torna o jogo único.

Assumindo que você nunca tenha jogado Deus Ex, vamos falar sobre cada um desses modos agora. O primeiro é o mais tradicional deles, o combate. Nesse caso, Deus Ex: Mankind Divided funciona como um cover shooter, ou seja, você se esconde atrás de paredes e mete bala nos seus inimigos. Mesmo dessa forma você pode ser furtivo, afinal, dá para usar armas letais silenciadas e nada melhor do que pegar o seu inimigo de surpresa, ao invés de sair por aí entrando pela porta da frente e atirando em tudo e em todos, não é mesmo? Para isso, você conta com um arsenal de armas que vão de pistolas a fuzis, passando por escopetas, e as próprias armas que Adam Jensen esconde dentro do corpo dele.

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Por ser uma pessoa com aprimoramentos, Adam conta com várias armas, sejam elas letais, sejam elas não letais. Numa delas, inclusive, o Tufão, é possível escolher se você vai usar de forma letal ou não e, seja qual a sua escolha, ela é extremamente devastadora. Eu sinceramente acho o combate de Deus Ex um pouco travado, e acredito que quem prefira a rota da porrada não vai se divertir tanto assim com o jogo, já que está na cara que na maioria das vezes ele quer que você seja discreto, e não o John Wayne. Seja como for, o jogo não coloca você em situações impossíveis de combate, apenas dificulta bem a vida de quem não quer ser mais sutil.

Caso você prefira jogar de forma furtiva, o jogo oferece várias alternativas para isso. Adam conta com uma série de aprimoramentos que facilitam a sua vida nesse caso, seja na forma de takedowns, seja num manto de invisibilidade (que drena as baterias dele feito um maluco) que ajuda bastante na hora de atravessar locais completamente vigiados sem ser detectado. Eu sinceramente detesto stealth na maioria dos jogos, mas algo em Deus Ex me faz gostar dessa modalidade. Talvez seja pelo fato do stealth do jogo não ser forçado, e pelo fato de que, caso eu faça alguma burrada, eu ainda posso pegar uma pistola e sair matando todo mundo que me viu (ou incapacitando essas pessoas, afinal, também dá para usar uma arma de choque, que aliás é excelente, já que tira os inimigos de combate com apenas um tiro).

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Já no hacking, que não é nada mais do que o mesmo minigame encontrado em Human Revolution. Praticamente todo computador e terminal do jogo pode ser hackeado e, na maioria dos casos, você vai querer fazer isso. Para hackear um computador, basta ir capturando os nodos dele até chegar na central nervosa do computador. Cada nodo tem uma proteção que vai de 1 a 5. Conforme essa proteção aumenta, mais tempo você leva para capturar o nodo. Caso o computador detecte que ele está sendo invadido, uma contagem regressiva surge na tela indicando quanto tempo você tem para capturar o computador antes que você tenha que tentar novamente (e o alarme soe em alguns casos). O hacking dentro do jogo é extremamente útil não só para obter informações, mas também para desligar câmeras e até fazer os robôs dos inimigos matarem os soldados que estariam tentando matar você. Eu particularmente gosto de combinar stealth com hacking, e assim ver o caos surgindo nas linhas inimigas que deveriam estar se ajudando.

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Para completar, ainda há o método social de resolução de problemas. Nem sempre ele vai estar disponível, mas às vezes é possível resolver algumas quests simplesmente batendo um papo com alguns NPCs. Para isso, Adam conta com um melhorador social (não, isso não ajuda ele a fazer mais amigos) que indicam as reações dos personagens do jogo conforme a resposta que você vai dar. Ele não ajuda 100% a sair de algumas situações, mas tendo ele, você vai saber se está indo bem ou não no diálogo (e ganhar mais pontos de experiência caso esteja).

Como eu falei em alguns pontos, Adam é um aprimorado, e isso é um ponto central do jogo não só nas habilidades dele. Como Praga está num cenário de tensão social por causa dos aprimorados, você acaba sendo vítima do preconceito das pessoas e de uma certa rigorosidade exagerada dos policiais. Volta e meia você vai ser parado por eles para que eles verifiquem os seus papeis e se você é um cidadão com permissão para estar onde você está. O próprio Adam fica de saco cheio disso em certo momento do jogo, e o game faz um bom papel em criar um clima de tensão entre aprimorados e não aprimorados, lembrando até um pouco o preconceito que as pessoas comuns costumam expressar contra Geralt em The Witcher 3.

Por ser um aprimorado, você conta com um monte de melhorias que uma pessoa normal não tem, e é assim que o sistema de level up do jogo funciona. Cada melhoria deve ser desbloqueada com Praxis, que são os pontos de level up do jogo. Após subir um nível, você ganha uma praxis nova para desbloquear alguma habilidade. Seria uma boa você descobrir no começo do game que tipo de campanha você quer fazer, pois infelizmente não dá para ser bom em tudo. Além das habilidades que Adam já continha em Human Revolution, Deus Ex: Mankind Divided ainda dá a você uma série de melhorias novas que funcionam numa espécie de overdrive do personagem. Para usá-las, você deve desligar algumas melhorias normais que o seu personagem tem (até uma missão extra ser concluída, aí você fica full power mesmo) e, apesar delas não serem essenciais para você completar o jogo, elas são uma adição interessante, principalmente a melhoria de hacking remoto que facilita e muito a sua furtividade dentro do jogo.

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Apesar de Deus Ex: Mankind Divided não contar com uma história tão profunda quanto a de Human Revolution, o jogo faz um bom serviço em mostrar a continuação da vida de Adam Jensen, e também introduz uma série de personagens interessantes na história. O jogo também conta com uma série de sidequests muito boas e que rolam paralelas à história principal do jogo. Caso você não queira, é possível ignora-las, mas eu não faria isso, até porque algumas delas servem para desbloquear bônus que valem a pena mais para o final do jogo.

Até aqui, eu só falei bem do jogo, então vamos aos três únicos pontos negativos que eu encontrei em Deus Ex: Mankind Divided. O primeiro deles é que o jogo acaba de forma muito abrupta. Ao que tudo indica, ou a história dele vai continuar numa sequência que, espero eu, não leve 5 anos para ser lançada, ou nos DLC que estão programados para o jogo, mas o final do game é tão abrupto que você vai se perguntar “mas já?”. Dica: ele ocorre depois de uma luta contra um chefe (que, por sinal, é a única luta assim do jogo, para quem detestou as lutas de chefes de Human Revolution). A outra são as quedas de framerate dentro do PlayStation 4. Volta e meia elas ocorrem, principalmente quando você está dentro de Praga. Para completar nos pontos negativos, o jogo conta com microtransações. Elas não atrapalham o jogador em nada, mas é sempre bom notar que não é legal ver microtransações dentro de um jogo completo, não é mesmo?

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Graficamente, Deus Ex: Mankind Divided é um jogo muito bonito e, fora o problema supracitado de framerate (que felizmente nunca ocorre durante os combates e que talvez seja consertado depois em atualizações), eu sinceramente não tenho nenhuma reclamação extra aos gráficos do jogo. A trilha sonora do jogo também é muito boa, e a dublagem é um espetáculo a parte. Vale ressaltar ainda que você pode escolher o idioma de áudio e o idioma das legendas, ou seja, dá para jogar o jogo com áudio em inglês e com as legendas em português. O jogo ainda vem dublado em português, mas eu não consegui jogar dessa forma por muito tempo pois a dublagem em inglês está em outro nível de qualidade. Não que a dublagem em português seja ruim, ela só não é tão boa quanto a dublagem americana.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PlayStation 4 fornecida pela Square Enix

Resumo para os preguiçosos

Deus Ex: Mankind Divided é tudo o que os fãs da franquia esperariam. O jogo segue a mesma linha de Human Revolution e conserta alguns problemas do jogo anterior, além de oferecer uma continuidade na história de Adam Jensen e um monte de sidequests interessantes. Ao todo, você vai gastar algo entre 30 e 35 horas dentro do jogo, e, apesar do final abrupto, elas vão ser muito bem aproveitadas.

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Nota final

95
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Excelente enredo
  • Jogabilidade sensacional, dando liberdade ao jogador para jogar da forma como ele prefira
  • Várias sidequests que adicionam ao enredo do jogo e à diversão do jogador
  • Excelente dublagem e trilha sonora
  • Dublagem e legendas em português

Contras

  • Quedas de framerate em alguns pontos do jogo
  • Final abrupto na história do game
  • Microtransações
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.