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Destiny – Review

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O casamento entre a Microsoft e a Bungie durou bons dez anos e ajudou a redefinir o gênero de tiro em primeira pessoa nos consoles. Antes de Halo, ninguém levava os shooters a sério no videogame, mas isso mudou com uma legião de fãs dedicados e jogos épicos. Só que o casamento acabou e agora vemos o primeiro filho (ou CD solo, se você preferir fazer uma analogia com bandas ao invés de relacionamentos) da companhia sendo lançado. Destiny é um jogo ambicioso pra cacete, que demorou anos e custou meio bilhão de dólares para ser feito. O jogo tem o que é necessário para ser uma franquia duradoura? É o que descobriremos em breve.

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Em Destiny, você controla um dos diversões Guardiões que existem no universo do game. A história é meio confusa a princípio e, na verdade, não importa tanto assim. O jogo se passa 700 anos no futuro, com a humanidade à beira da extinção. Algum tempo antes disso, os humanos entraram em contato com “O Viajante”, uma entidade que proporcionou uma Era de Ouro, onde o avanço tecnológico nos levou a colonizar outros planetas e a viver prosperamente.

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O problema foi que esse Viajante estava sendo perseguido pela escuridão, que desolou tudo o que encontrou pela frente, incluindo todas as cidades já criadas pelo homem, exceto uma. Antes de partir, o Viajante deixou um presente aos humanos, os fantasmas do Viajante, uns computadores em forma de bolota/quadrado que ajudam a humanidade a enfrentar todos os perigos gerados pela escuridão, que está cada vez mais próxima de destruir os humanos. Será que você consegue salvar a humanidade da extinção?

Vamos começar pela primeira coisa que salta aos olhos: Destiny é bonito pra cacete. Puta merda, que efeitos bonitos de luz o jogo tem, dá pra ficar na Última Cidade olhando pra paisagem por alguns bons minutos sem precisar sentir vergonha de ser feliz. Mas voltemos ao começo, você acorda em Destiny sendo revivido pelo seu Fantasma, que na versão em inglês é dublado por Peter Dinklage, mundialmente conhecido como Tyrion Lannister em Game of Thrones, e deve encontrar uma nave para fugir da Terra e chegar à última cidade.

O que você vê na primeira missão de história do game é basicamente o que vai se repetir até o fim do jogo: você tem que ir do ponto A até o ponto B, matar tudo o que encontra pela frente. Segurar o botão de liberar o Fantasma para ele hackear alguma coisa. Esperar que ele faça isso (volta e meia matando os inimigos que vão aparecendo para dar cabo de você, dica: apesar de aparecer um ícone de escudo próximo ao Fantasma, você não precisa defende-lo, dá pra ficar zanzando pelo cenário e procurando uma posição melhor para não virar peneira), ouvir o Fantasma falando alguma coisa sobre o que aconteceu e esperar uma contagem regressiva para o fim da missão.

Sério, todas as missões são assim, de vez em quando a variação que tem é você matar algum monstro grandão (ou vários deles), mas todas as missões de Destiny são estruturadas dessa forma. É ruim? Não chega a ser ruim, mas um pouco de variação não mataria ninguém. O problema disso é que o modo história é totalmente incompetente em fazer você dar meia foda para a história do jogo. Sério, ninguém se salva aqui. Você não passa a ligar pro motivo dos humanos estão à beira de irem pro beleléu e você não liga para ninguém, nem pro seu personagem, que basicamente é um cara que foi revivido e que tem que fazer um monte de missões e atirar num monte de inimigos. Sabe o que é o mais interessante? A história de Destiny só é interessante fora do jogo.

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A Bungie decidiu que iria integrar a internet com Destiny e o que acontece é que você vai ganhando Cartas de Grimório conforme você vai matando inimigos, encontrando lugares e realizando missões. Essas cartas só podem ser acessadas através do aplicativo de smartphone do jogo ou do próprio site de Destiny. Cada uma dessas cartas conta mais sobre um pouco da história, das raças e dos lugares do jogo de uma forma muito melhor da qual tudo é apresentado no jogo. Você tem três raças para escolher no começo do game, mas ninguém te explica o contexto de nenhuma delas, você enfrenta três tipos de “raças” no jogo, mas ninguém te conta nada sobre elas também. Parece mais que a Bungie achou que o jogador iria ficar de saco cheio de saber mais sobre a história do jogo por meio de diálogos e jogou tudo isso para um plano secundário, como se eles tivessem seguindo aquela máxima dita por John Carmack, onde história de FPS é tão relevante quanto história de filme pornô.

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Mas, como eu havia dito, a história é o que há de pior em Destiny, o que há de melhor? Quase todo o resto. O combate é extremamente preciso. Destiny não é um RPG e isso fica claro nos primeiros minutos de jogo. Destiny é um jogo que vai agradar pra caramba que curte jogos de tiro, incluindo quem está esperando por um próximo Halo ou pela própria coletânea de Halo que está para sair pro Xbox One no fim desse ano. O desafio é bem mais variado do que foi oferecido no Beta, apesar de haver alguns inimigos meio chatos e apelões, você realmente é desafiado aqui, volta e meia tendo que correr pela própria vida sob pena de virar queijo suíço. O esquema de vida funciona de maneira parecida com Halo. Você tem um escudo de três fases que dá um apito após chegar na última (seguida de uma gemidinha do seu personagem) e que recarrega caso você não esteja levando chumbo.

Além das missões de história (que por sinal acaba de maneira abrupta e te deixa pensando “é só isso?” e que eu aconselho você jogar sozinho), o jogo ainda tem outros tipos de missão disponíveis, as de ataque e de patrulha. Nas missões de ataque, você se junta a mais dois outros guardiões e vocês passam por um mapa cheio de inimigos mais difíceis para derrotar algum chefão grande. Basicamente é uma missão do modo história com mais gente.

O modo patrulha é um pouco diferente: você escolhe um dos planetas disponíveis em Destiny e explora ele, pegando missões que estão espalhadas pelo cenário. As missões em si são bem fáceis de serem feitas, seguindo a linha do “mate x um monte de vezes, colete y itens, vá até o lugar z e faça uma análise”. Algo legal que acontece nessas missões, entretanto, são os eventos que surgem do nada, e que envolvem uma batalha contra inimigos bem poderosos juntamente com os outros guardiões que estão no mapa.

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Ainda falta a Bungie liberar um último modo co-op no jogo, que é basicamente o modo de ataque com seis jogadores. Provavelmente será uma versão com esteroides do modo de ataque, com mais inimigos complicados e sérias dificuldades para os jogadores que não conseguirem fechar um grupo completo (algo que volta e meia acontece).

Além dos modos Co-op PVE, o jogo ainda tem um modo PVP muito bem feito, afinal de contas, é a Bungie. Aqui, você joga como nos jogos tradicionais de tiro com mapas de conquista, team deathmatch e free for all. No geral, eu gostei bastante dos modos multiplayer e dá pra passar tanto tempo aqui quanto no movo PVE ou mais. Minha única ressalva quanto a esse modo é que o auxílio de mira que o jogo te dá no modo PVE também continua aqui, ou seja, qualquer um acerta o outro, é só posicionar a mira perto do inimigo que o jogo corrige. O resultado disso é que nunca tem como escapar de alguém quando essa pessoa mira em ti e todo mundo fica com um ratio perto do 1 no PVP.

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No fim das contas, Destiny tem uma cacetada de coisas para se fazer e você sempre tem a sensação de que está atrás de algo, por mais que seja uma caça a recompensa, só que tudo o que você faz é matar. Não há quase missões variadas, basicamente tudo o que você vai fazer é repetir o que foi feito na primeira missão, ir de A até B, matar os inimigos no caminho, matar as hordas de inimigos que aparecem enquanto o seu Fantasma está fazendo o que ele tem pra fazer e terminar a missão.

Às vezes você tem que usar a sua “moto” para andar por aí, mas ela é bem inútil, e às vezes você até pode usar um veículo diferente numa missão ou outra, mas parece que esses recursos foram mal aproveitados. Seria sensacional, por exemplo, se a Bungie tivesse colocado um modo de corrida de motos, no melhor estilo Star Wars Pod Racer, só para dar uma quebra na eterna perseguição de inimigos.

Por falar em mal aproveitado, eu sinceramente achei que as classes do jogo foram mal aproveitadas. Todas as três classes são muito parecidas até boa parte do jogo, e elas não interagem nada entre si. Para um jogo que foi apresentado como co-op, a Bungie fez um serviço bem ruinzinho em fazer você interagir com os outros jogadores seja dando buffs neles ou qualquer outra coisa além de reviver o amigo depois dele morrer.

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Para finalizar, tem algo que eu realmente desgostei em Destiny: o jogo é obrigatoriamente online, ou seja, se a sua internet cair no meio de uma missão, adeus, vai ter que fazer de novo. Outro problema disso é que os servidores de vez em quando dão umas engasgadas que te fazem perder a missão também. Imagino que isso seja corrigido conforme o jogo evolui, mas até agora nada.

Graficamente, como eu já havia dito, Destiny é bonito pra cacete, os efeitos de luz são muito agradáveis e a ação é fluída, apesar de rodar em 1080p a 30 frames por segundo em ambas as versões de nova geração. Já no Xbox 360 e no PlayStation 3, o jogo tem gráficos bem inferiores por motivos óbvios, mas nada foi cortado do game e não há slowdowns que prejudiquem a partida.

No departamento sonoro, Destiny tem uma trilha bem interessante, pena que ela se destaca pouco e toca muito baixo na maioria das vezes. Obviamente, isso se corrige abrindo as opções do jogo e aumentando o volume do som. Já a dublagem de Peter Dinklage tem seus altos e baixos. Há certos momentos em que ela é legal, já em outros ele parece não fazer a mínima ideia do porque está dizendo o que ele está dizendo. Podiam ter tido mais cuidado com isso já que contrataram alguém tão famoso para ser seu principal companheiro e narrador no jogo.

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Resumo para os preguiçosos

Destiny tenta ser uma cacetada de coisas ao mesmo tempo e acerta em algumas, mas fracassa em outras. As missões não oferecem tanta variação assim e o modo história faz você dar exatamente zero fodas para o destino da humanidade. Sério, a história é tão profunda quanto a de Titanfall, ou pelo menos ela é tão mal apresentada assim no jogo que você não liga pra absolutamente nada com o que possa acontecer com a humanidade ou com qualquer um dos personagens do jogo.

Apesar disso, o jogo é muito bem feito, tem um combate excelente e um monte de coisas para você fazer, apesar delas não variarem tanto assim. Dá para perder bastante tempo jogando Destiny sozinho, com mais gente ou no modo PVP, mas o jogo peca pela falta de variação nos modos PVE.

Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Belíssimos gráficos
  • Combate muito bem feito e preciso
  • Toneladas de coisas para fazer
  • Modo PVP muito divertido
  • Viciante, faz você voltar ao jogo toda hora

Contras

  • História nula
  • Personagens com zero carisma
  • Toneladas de coisas para fazer, mas pouca variação no desafio
  • Sempre online, ou seja, morreu a conexão, perdeu o progresso
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.