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Deliver At All Costs – Análise – Vale a Pena – Review

Deliver At All Costs é o mais novo jogo do Studio Far Out Games que, como o próprio nome sugere, chega com a proposta de ser um jogo de entregas — mas com uma abordagem bem atípica e totalmente fora das regras que conhecemos.

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O ano é 1959 quando Winston Green, antes considerado um prodígio, começa a acumular contas atrasadas e se vê prestes a perder sua moradia alugada. Sem muitas alternativas, especialmente em uma época marcada pelo alto índice de desemprego, Winston vê uma esperança ao ouvir, pelo rádio, que uma empresa chamada We Deliver está com uma vaga de emprego aberta. Sem perder tempo, ele vai até o local para tentar a sorte e, quem sabe, conseguir um trabalho.

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Ao chegar lá, conhecemos o CEO da empresa e seu filho, e somos informados de que o anúncio não deveria mais estar no ar, já que eles não precisam mais de um novo funcionário. No entanto, por empatia — ou mero acaso do destino —, o carismático senhor nos dá uma chance: realizar uma entrega e, quem sabe, provar nosso valor para a empresa. E é assim que nossa aventura no mundo das entregas começa.

Reprodução: Deliver At All Costs

Em Deliver At All Costs passamos a maior parte do tempo dentro do nosso carro, realizando as mais diversas e malucas entregas disponíveis no jogo. Porém, isso não significa que ficaremos 100% do tempo sobre quatro rodas. Fora do veículo, especialmente no mundo aberto, podemos explorar livremente quando não estamos em missão, para encontrar colecionáveis, visitar pontos de interesse, aceitar e realizar missões secundárias, além de quebrar e abrir caixotes que contêm itens usados para construir projetos.

Não há muito o que fazer com o personagem: basicamente corremos, pulamos e temos a ação de empurrar — útil, por exemplo, para afastar pedestres furiosos. Além disso, é fora do carro que fazemos pequenos reparos, como consertar um pneu furado. Nesse aspecto, tudo é extremamente simples e sem profundidade, bastam poucos comandos para resolver qualquer problema.

Dito isso, a parte mais divertida do jogo está, de fato, nos momentos ao volante. Sendo um jogo onde o caos é a regra absoluta, passamos a maior parte do tempo infringindo todas as leis de trânsito que a humanidade conhece. A destruição é uma constante em Deliver At All Costs — e ela nos acompanha do início ao fim. Precisa chegar a algum lugar, mas não quer contornar o quarteirão? Sem problemas, jogue seu carro através das casas. O que poderia dar errado?

Para tornar a direção ainda mais insana, as entregas são sempre as mais inusitadas possíveis, elevando ainda mais o nível de caos que levamos à cidade. Em um momento, transportamos fogos de artifício que explodem durante o trajeto; em outro, levamos um enorme peixe para um rapaz que quer cortejar a filha do pescador. E, para desafiar as leis da física, também há missões em que transportamos balões cheios de gás hélio na caçamba do carro. Cada missão é mais inesperada que a anterior, e esse, sem dúvida, é o ponto mais divertido do jogo, quando você acha que já viu de tudo, Deliver At All Costs arranja uma forma criativa de te surpreender.

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Reprodução: Deliver At All Costs

Ainda falando do veículo, o jogo apresenta dois modos distintos de direção, que podem ser escolhidos conforme sua preferência. Logo no início, podemos acelerar, frear, dar ré, virar o carro, controlar as portas (útil para se defender de pedestres furiosos) e até pular — sim, o carro possui um botão dedicado para pular, seja para sair de uma situação presa no cenário, seja apenas pela diversão. Conforme avançamos e desbloqueamos novos projetos, o carro passa a ter outras funções, como um gancho na caçamba para pegar o peixe, por exemplo. Contudo, essas adições são pouco exploradas, sendo utilizadas pontualmente em uma ou outra missão, sem impacto significativo na exploração do mundo aberto.

Entre uma entrega e outra, vamos atualizando o veículo e avançando na história, que nos revela mais sobre o passado de Winston e dos demais personagens. Embora a narrativa não seja o foco do jogo, ela funciona bem como um pano de fundo, equilibrando um pouco o caos das entregas com um toque de humanidade.

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Um ponto que senti bastante falta foi a presença de um sistema de consequências. O que quero dizer com isso? Parece que não há qualquer penalidade real pelas ações no jogo. Tudo é tratado com leveza: você pode atropelar pedestres, destruir casas, causar acidentes — e, quase sempre, sairá impune. Eventualmente, alguns carros de polícia irão te perseguir, mas é muito fácil escapar, seja de carro ou correndo a pé e se escondendo em uma lixeira, por exemplo. Mesmo depois de capotar o carro, bater em todo canto e causar as maiores atrocidades no volante, nada de grave acontece — no máximo, você precisa sair do veículo, apertar um botão para consertar, e pronto, é só voltar ao volante como se nada tivesse acontecido.

Reprodução: Deliver At All Costs

O jogo conta com uma câmera fixa, com a possibilidade de escolher entre dois ângulos diferentes. No começo, achei uma decisão estranha, mas com o tempo me acostumei. Ainda assim, preferiria que fosse uma câmera livre, para ter total controle dos ângulos — questão de preferência pessoal, claro. Os visuais do game são bem charmosos e combinam com a proposta que ele entrega. Durante minha jogatina, não tive problemas de performance nem presenciei bugs significativos, exceto pela necessidade ocasional de usar o pulo do carro para desprendê-lo de algum ponto do cenário.

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Por fim, o jogo está legendado em português, o que é sempre muito bem-vindo. Contudo, há algumas falhas: em momentos como as falas transmitidas pelo rádio, as legendas simplesmente não aparecem, sendo possível apenas ouvir o áudio em inglês. As legendas só surgem nas conversas entre personagens ou durante cutscenes, o que causa certa estranheza.

Mas e aí, Deliver At All Costs vale a pena?

Deliver At All Costs é um jogo que abraça totalmente o caos e o absurdo das entregas, proporcionando momentos genuinamente divertidos, especialmente pela variedade e criatividade das missões. No entanto, peca pela falta de profundidade em algumas mecânicas e pela ausência de consequências para as ações do jogador, o que poderia deixar a experiência ainda mais envolvente.

Ainda assim, é uma experiência descompromissada, ideal para quem busca diversão rápida e sem grandes complexidades. Não espere um jogo com sistemas aprofundados, mas sim uma proposta simples e divertida.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela publicadora.

Resumo para os preguiçosos

Deliver At All Costs é um jogo de ação e comédia que aposta no caos. Com uma proposta simples e divertida, o game oferece missões criativas, boa performance e um visual carismático, embora peque pela falta de profundidade nas mecânicas. É ideal para quem busca uma experiência leve e descompromissada.

Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Missões criativas e variadas
  • Destruição do cenário

Contras

  • Os projetos não são muito bem utilizados
  • Falta de “consequências” por toda a destruição causada
  • Alguns problemas com as legendas
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Giácomo
Giácomo
Apaixonado por Counter-Strike e Souls-Like, escrevo sobre games e animes no Critical Hits. No meu tempo livre, gosto de assistir séries e jogar basquete.