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Death Road to Canada – Review

Nos últimos anos, os jogos de sobrevivência com temática de zumbis começaram a surgir aos montes, chegando a um ponto em que todo lançamento do gênero parecesse o mesmo jogo, apenas com gráficos diferentes. E com essa saturação no mercado, jogos com propostas inovadores começaram a surgir, e Death Road to Canada é um deles.

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Death Road to Canada é um jogo de sobrevivência pós-apocalíptico em que tudo é gerado randomicamente, desde os mapas em que você será jogado, até os personagens que você controlará. Cada personagem tem as suas próprias habilidades, manias e traços, que podem ser boas ou ruins, e que poderão te ajudar (ou atrapalhar) durante os encontros do jogo. Você pode jogar com um personagem aleatório ou criar o seu personagem com as manias e traços que desejar, porém não poderá escolher as suas habilidades.

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Seu objetivo no jogo é atravessar os Estados Unidos até chegar ao Canadá, que supostamente é o último lugar seguro da Terra, e assim como dito acima, todos os seus encontros serão aleatórios. Você precisa encontrar armas e suprimentos (comida, remédios e combustível para o carro), para poder sobreviver até chegar ao Canadá, e a cada dia que se passa dentro do jogo, novos eventos aparecerão, e você terá que escolher o que achar melhor.

Estes eventos podem variar de coisas simples, como escolher procurar por comida em um supermercado ou armas em uma delegacia, à coisas mais complicadas, como ter que escolher se vai entregar toda a sua comida a um grupo de bandidos ou tentar lutar contra eles. Enquanto você procura por suprimentos, você poderá encontrar outros sobreviventes e pedir para que eles se juntem ao seu grupo, aumentando assim o poder de fogo do seu grupo, mas também aumentando a quantidade de comida gasta por noite.

Cada dia é composto geralmente por um evento maior, onde você terá que descer do carro e ir até algum lugar, e por um evento menor, em que você precisa decidir o que fazer em uma determinada situação, mas o resultado da sua decisão será apenas mostrado por texto, sem que você precise sair do carro.

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E são nesses eventos menores que o maior defeito de Death Road to Canada vai à tona: Você não sabe as habilidades que os seus personagens tem até usá-las. Isso quer dizer que se o seu carro quebrar no meio do caminho (e mais cedo ou mais tarde isso irá acontecer), você terá que decidir qual membro do seu grupo tentará consertá-lo, sem saber qual membro do grupo tem a habilidade mecânica para isso, deixando assim quase metade das decisões que você precisará tomar dentro do jogo na mão da sorte. Você pode tentar curar um aliado e piorar a situação dele, por não saber se a sua habilidade em Medicina é suficiente para curá-lo, e isso frustra bastante o jogador na maioria das vezes.

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Outro ponto negativo do jogo é a dificuldade abusiva conforme o jogador chega mais perto do Canadá. Quanto mais perto do fim do jogo você estiver, mais o jogo te jogará em emboscadas onde você terá que permanecer vivo durante um determinado tempo, em um local pequeno com dezenas de zumbis tentando devorar você e seu grupo. Nas primeiras vezes em que isso acontece, não há problema nenhum, mas na reta final do jogo, você é jogado nessa situação muitas vezes seguidas, te deixando sem munição suficiente para acabar com as toneladas de zumbis que aparecerão na tela, e caso você morra, terá que começar tudo outra vez com um personagem diferente que você não saberá quais habilidades tem, o que frustra ainda mais e pode te fazer querer desistir do jogo de vez, como aconteceu comigo.

O combate do jogo foi feito para ser usado apenas como último recurso; os zumbis inicialmente são lentos e não vão te acertar nos primeiros dias, e a cada golpe que você dá em sequência seu personagem demora mais para dar o próximo ataque, até que ele se canse e não consiga mais atacar por um tempo. Com o tempo, a quantidade de zumbis aumentará, juntamente com a sua velocidade, e cada vez mais você se encontrará cercado por dezenas de zumbis que você nem fazia ideia que estavam zanzando pelo mapa.

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A trilha sonora é boa, mas não se encaixa no jogo. A grande maioria das músicas são faixas animadas e “felizes”, que não se encaixam nem um pouco nos momentos que você está cercado e lutando para não perder todo o seu progresso. O jogo também tem uma dose de humor razoável, que pode arrancar umas risadinhas hora ou outra. Você também poderá encontrar personagens raros que são referências a filmes e jogos se tiver sorte, e caso você crie seus próprios personagens, você poderá encontrá-los randomicamente durante a sua jogatina, o que é bem legal.

Death Road to Canada é um jogo que apresenta um conceito inovador em um gênero que está sedento por inovação, porém, sua dificuldade abusiva e a falta de informação que o jogo dá ao jogador pesam muito, fazendo com que você fique com raiva ao invés de ficar tranquilo e feliz ao jogar um jogo.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela produtora.

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Resumo para os preguiçosos

Death Road to Canada traz uma proposta inovadora dentro de um gênero saturado, mas não executa essa proposta tão bem quanto deveria. O jogo é divertido no início, mas a dificuldade abusiva e ter que depender da sorte podem diminuir o ânimo e a vontade de continuar jogando de alguns jogadores, mesmo aqueles que gostam do gênero.

Nota final

65
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Tudo é gerado randomicamente, o que deixa cada playthrough único.
  • Você pode encontrar os personagens que você criou dentro do jogo, se tiver sorte
  • Você pode encontrar cachorros durante sua jornada, e ensiná-los a atirar e dirigir, podendo até mesmo ter um grupo feito somente de cães

Contras

  • Dificuldade extremamente abusiva na reta final do jogo, tornando o jogo praticamente impossível de se completar
  • Você não sabe quais habilidades o seu personagem tem, deixando grande parte das decisões na mão da sorte
  • A trilha sonora não combina com certos momentos do jogo
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David Brito
David Britohttp://criticalhits.com.br
Fã de Roguelikes e J-RPGs, David passa a maior parte do seu tempo livre testando novos jogos e lembrando a todos o quanto ele ama a franquia Persona.