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Dead Rising 3 – Review

Quando eu liguei meu Xbox One, a primeira coisa que eu pensei foi “ok, os exclusivos estão com cara de ser melhores do que os do PS4, vamos começar com Ryse” e a decepção foi grande (e justificada no meu review do jogo). Por causa disso, acabei ficando com o pé atrás em relação a Dead Rising. Será que a Capcom tinha conseguido fazer um bom jogo? Será que os problemas que as demos iniciais enfrentavam (constante queda de framerate) estavam resolvidas? A resposta foi não um, mas dois gigantescos “sims”. Aqui é onde a nova geração começa de verdade.

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Em Dead Rising 3, você controla Nick Ramos, um mecânico que se vê preso no meio de mais um apocalipse zumbi no mundo, desta vez em Los Perdidos, uma cidade recriada nos moldes de Los Angeles. Dead Rising 3 começa mais ou menos seguindo o padrão da série, você tem que sobreviver, encontrar armas, salvar outros sobreviventes e usar basicamente tudo o que o cenário te dá para derrotar os mortos vivos, mas aqui há uma pequena diferença em relação aos outros jogos: há muitos zumbis. E quando eu digo muitos, é zumbi pra cacete, algo que seria impossível de fazer na geração passada em mundo aberto.

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Nos primeiros instantes do jogo você já nota essa mudança. Os “mares” de zumbis que andam pela cidade lembram bastante os dos quadrinhos de The Walking Dead: são uma força lenta e desorganizada, mas reze para não ficar no meio de uma delas ou para o seu carro não quebrar, pois você pode ter sérios problemas. É fácil perder a conta de quantos zumbis tem na tela e é mais fácil ainda ter o seu contador de combo beirando os 80 hits e ainda ter inimigos por perto para morrer. É simplesmente zumbi que não acaba mais e sem sombra de lentidão no jogo.

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Mas como um jogo não é feito apenas de zumbis, Dead Rising 3 tem como pano de fundo os acontecimentos que seguem o apocalipse zumbi, com Nick e um bando de sobreviventes tentando sair de Los Perdidos antes que o governo bombardeie a cidade. Para isso, eles têm seis dias para tentar colocar de volta um avião estragado para funcionar e devem sair pela cidade infestada de zumbis procurando o que falta para botar a lata velha de volta nos ares.

Durante esses eventos, você vai encontrar mais uma série de sub-histórias no jogo, como Annie e um grupo de “ilegais infectados” que se opõem ao governo e alguns agentes do governo infiltrados na cidade que estão fazendo sabe-se lá o que (na verdade, você vai descobrir, mas eu prefiro não contar para não estragar a graça). Além da história principal, Dead Rising ainda apresenta uma porrada de missões extras para você, dadas por um sobrevivente chamado Jamie, que garantem novos sobreviventes e volta e meia um arma ou duas para você meter a porrada nos inimigos.

Essas missões dividem-se em basicamente dois tipos, a primeira é a de algum sobrevivente louco que está em algum canto da cidade. Tudo o que você tem a fazer é ir lá e confrontá-lo. Mate ele antes que ele te mate e pronto, você ganha uma porrada de experiência e a arma dele. Já a outra, segue o padrão que lembra GTA, você faz as mais diferentes tarefas para os mais variados tipos de sobrevivente. Quando eu digo variadas tarefas, vão de achar equipamento para um policial, encontrar partes de carros jogadas por aí, etc. É bem variado mesmo.

Para se defender da zumbizada que está vagando por Los Perdidos, a exemplo dos outros  Dead Rising, você vai usar uma porrada de armas e veículos, uma novidade na série. Outra novidade é a possibilidade de combinar essas armas e veículos e arranjar um frankstein que é muito mais poderoso que o anterior e que ainda dá bônus de experiência. Para isso, tudo o que você precisa é de uma planta da modificação, e há uma porrada delas espalhadas pela cidade.

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As combinações, como todo Dead Rising, são bem loucas, como juntar uma foice e uma espada e criar a foice da Morte, ou um rolo compressor e uma motocicleta e criar uma moto com um rolo compressor na frente (meu veículo preferido, aliás). Depois de criar essa modificação uma vez, tudo o que você tem que fazer é ir até o armário de armas de alguma safehouse e lá estará a arma. Já os veículos, basta ir até alguma das oficinas da cidade e fazer o veículo “nascer” de uma maneira semelhante à feita em Borderlands 2, inclusive com ele caindo do céu, como no jogo da Gearbox. Além desses dois, você ainda pode personalizar as roupas de Nick encontrando peças espalhadas pela cidade. As combinações são as mais ridículas possíveis, como uma cabeça de cavalo e cuecas, ou até uma roupa de disco-pop dos anos 70.

Para progredir Nick, você tem que coletar pontos de experiência e isso pode ser feito das mais variadas formas, como explodindo cabeças de zumbis, realizando missões, salvando outros sobreviventes, encontrando colecionáveis pela cidade, destruindo altofalantes, etc. Ao subir de nível, Nick pode alocar pontos em certos atributos como “habilidades de mecânico” ou “habilidades de tiro” etc e liberar bônus como recuperar energia automaticamente, aumentar a resistência das armas e dos carros, enfim, tornar a sua vida mais fácil, se é que é possível, com inimigos em todo canto do jogo.

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Além de controlar você, é possível chamar outros sobreviventes para te ajudar na confusão toda, mas eu não diria que isso ajuda muito, pois eles são meio lentos de raciocínio e volta e meia acabam sendo mais um fardo para você do que uma verdadeira ajuda. Aliás, não esqueça de armá-los, pois é crueldade chamar um amigo para enfrentar zumbis na porrada.

Graficamente, Dead Rising não apresenta o pulo gráfico que Ryse apresenta, mas é muito mais fluído e não tem nenhuma movimentação desengonçada. O avanço do jogo claramente está em conseguir colocar centenas de modelos detalhados na tela e não apresentar quase nenhum sinal de slowdown (sério, eu tive um durante todo o jogo) nesse processo. É fácil se perder no mar de zumbis que aparece na tela, e faz qualquer outro jogo que tente simular o mesmo simplesmente uma brincadeira de criança.

Algo que a Capcom havia prometido para o jogo acaba sendo entregue mesmo, os zumbis são bem diferentes um dos outros, não é aquela coisa chata de dois ou três tipos de roupas e pronto, eles são mais ou menos gerados aleatoriamente e, exceto pelos zumbis especiais (que podem ser bombeiros, agentes da força de segurança, ou até presidiários do tamanho do Shaquille O’Neal), você não vai encontrar mesmo zumbis repetidos. Não que você fosse prestar muita atenção nisso enquanto gira uma marreta pela tela acertando tudo o que ousar entrar no raio de ação dela.

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O jogo ainda oferece suporte tanto ao Kinect quanto ao smartglass, de maneira secundária. O Kinect é usado como reconhecedor de voz dentro do jogo. Todos os comandos que podem ser executados em menus têm suporte para isso, ainda que ele não funcione tão bem assim às vezes e demore um tempinho para ser reconhecido pelo jogo.

Já o Smartglass funciona como se você estivesse mexendo no celular de Nick. Você usa o seu aparelho para localizar objetos no mapa por ele, para chamar ataques aéreos, para encontrar as lojas dentro do jogo e para uma série de outras funções que são liberadas conforme você vai encontrando atualizações de apps dentro do mapa. O recurso não é obrigatório, mas é legal pra caramba e só ajuda.

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Outra coisa que eu gostaria de comentar sobre o jogo é o tamanho de Los Perdidos. A cidade certamente não é tão grande quanto Los Santos em GTA V, talvez nem tão grande quanto Liberty City foi em GTA IV, mas o seu progresso pela cidade certamente será mais lento do que nesses jogos, afinal, você tem que navegar pelos zumbis a todo instante e não pode dar mole, senão as coisas podem ficar complicadas. Eu não sei se a Capcom simplesmente não tinha interesse em fazer uma cidade maior (até porque você tem um tempo limitado para terminar o jogo e não poderia ficar cem horas ou mais dentro da cidade) ou o que, mas não espere uma cidade massiva como as que a Rockstar faz.

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Além do modo história, Dead Rising ainda oferece um modo coop online onde você e outro sobrevivente saem por aí metendo bala nos inimigos e realizando as missões. É igual ao modo história, mas com outra pessoa te ajudando. Outro modo que o jogo apresenta é o nightmare, onde as coisas ficam bem mais difíceis e você tem que voltar a salvar como nos jogos antigos, indo a alguma patente fazer coco. Não bastasse isso, volta o limite clássico da série de três dias para fazer tudo e tanto zumbis quanto os psicopatas do jogo acabam ficando mais fortes. Um verdadeiro pesadelo.

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Para completar, caso você seja detalhista, ainda há o overtime mode, onde você pode continuar em Los Perdidos após a cidade ser bombardeada e fazer todas as tarefas que acabaram faltando. Só não esqueça que toda missão tem uma contagem regressiva de tempo para ser realizada, então não dá para fazer aquelas do começo do jogo.

Enfim, Dead Rising 3 é um jogo extremamente competente no que se propõe, jogar hordas massivas de zumbis atrás de você e te oferecer tudo o que você imaginar para defender-se. O jogo é divertido pra caramba e realmente dá um belo cartão de visitas do que a próxima geração tem a nos oferecer. Se você só tem dinheiro para um jogo no Xbox One no momento, vá de Dead Rising 3. Você não vai se arrepender.

Resumo para os preguiçosos

Dead Rising 3 é o melhor título de lançamento do Xbox One e de longe o melhor exclusivo da plataforma. O jogo cumpre muito bem a função de demonstrativo da próxima geração, ao colocar hordas e mais hordas de zumbis atrás de você. Comece por Dead Rising 3 a próxima geração que você não vai se arrepender.

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Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Muitos zumbis e nenhum slowdown
  • Ótima amostra do que a próxima geração vai nos oferecer
  • É extremamente divertido sair por aí atropelando mortos vivos com um rolo compressor e depois atirar neles com um lança mísseis.
  • Gameplay sólido e envolvente

Contras

  • Como o jogo não salva automaticamente, você vai se odiar algumas vezes por sair do jogo sem ter salvo e perder o progresso
  • O começo do jogo é um pouco frustrante pois a dificuldade começa alta e vai caindo aos poucos
  • Falta um modo de viagem rápida em certos momentos
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.