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Dead Island 2 vale a pena? Análise – review

Dead Island 2, desenvolvido pela Deep Silver, é o tipo de jogo que causa dúvidas por sua proposta e por sua própria história. Sendo uma sequência direta do polêmico Dead Island de 2011, o segundo jogo enfrentou um verdadeiro inferno até ser finalmente lançado, além de ter recebido uma chuva de críticas durante seu período de preview. Mas afinal, será que Dead Island 2 vale a pena?

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Apesar de ser um verdadeiro apreciador de jogos de zumbi, confesso que não estava muito empolgado para Dead Island 2. Pessoalmente, acredito que Dead Island fez um bom trabalho em 2011, apenas para ser superado por Dying Light em 2015. Contudo, como Dying Light 2 não foi tão interessante quanto o primeiro jogo, acreditava que Dead Island 2 também não seria muito do meu agrado.

Ao iniciar o jogo me deparo com uma grata surpresa: aquilo que tornava Dead Island interessante e divertido continuava lá. Dead Island 2 teve a coragem de oferecer um jogo sem mundo aberto, em um estilo teoricamente “batido” e ultrapassado, ao mesmo tempo em que trouxe inovação e um estilo de jogo de duas gerações atrás para os dias atuais. Quando me dei conta, já havia dedicado quase 15 horas a campanha principal, e confesso que me diverti bastante durante todo esse tempo.

Dead Island 2 era um jogo muito aguardado pelos fãs desde o seu anúncio em 2014. No entanto, o desenvolvimento conturbado e os inúmeros atrasos deixaram muitos jogadores céticos quanto à qualidade do jogo final. Não é para menos que praticamente todo jogo que passou por um processo de desenvolvimento parecido acabou sendo uma verdadeira bomba.

Reprodução: Dead Island 2

O jogo se passa em Los Angeles e apresenta locais icônicos da cidade, como Bel-Air e Venice Beach. Apesar de ser um jogo de zumbis, os gráficos são impressionantes e fazem de Dead Island 2 um dos jogos mais bonitos que já joguei. A ambientação é rica em detalhes e permite que os jogadores mergulhem na atmosfera de uma Los Angeles pós-apocalíptica e apesar de toda temática ser focada em agredir zumbis e desmembrar corpos humanos em decomposição, ainda me encontro impressionado pela qualidade gráfica – em todos os aspectos, de Dead Island 2. Desmembrar um corpo nunca pareceu tão realista, por mais estranho que isso pareça.

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Talvez o ponto que mais tenha gostado em Dead Island 2 são os detalhes que cada mapa oferece. Cada um deles oferece zumbis “temáticos”, o que significa que cada tipo de zumbi estará de acordo com o local de onde vem. Em Bel-Air, por exemplo, será mais comum encontrar mortos-vivos usando caras roupas de grife manchadas de sangue, enquanto em Venice Beach você encontrará todo tipo de esportista levantando seus podres corpos das areias da praia mais famosa do mundo.

Reprodução: Dead Island 2

Dead Island 2 é uma sequência direta do primeiro jogo em termos de mecânicas de combate e personalização de armas. A jogabilidade segue o estilo dos jogos anteriores, com um forte foco em combate corpo a corpo e armas improvisadas. No entanto, a personalização de armas foi simplificada e agora exige apenas que o jogador já a tenha desbloqueado, além de ter as peças necessárias para cria-la;

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Os mapas divididos em “fases” diferentes são semelhantes a jogos como Borderlands, com missões principais e secundárias espalhadas por diferentes áreas. Além das missões, os jogadores também podem encontrar desafios aleatórios, esconderijos com loot extra e segredos espalhados pelo mapa. O sistema de loot lembra Borderlands e Diablo, com uma variedade de equipamentos para ajudar os jogadores a enfrentar inimigos cada vez mais poderosos, variando em termos de raridade e poder.

Reprodução: Dead Island 2

A história de Dead Island 2 segue a premissa de que o protagonista, após ser mordido por um zumbi, descobre ser imune à infecção. Decidido a ajudar, ele parte em busca de alguém capaz de desenvolver uma vacina a partir de seu sangue. A narrativa é um pouco mais madura do que a do jogo anterior, com menos humor e situações absurdas. No entanto, a história ainda é secundária à ação e, muitas vezes, os jogadores se veem reduzidos a meras máquinas de matar zumbis.

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O principal atrativo de Dead Island 2 é o seu sistema de level-up, que permite aos jogadores desbloquear habilidades únicas por meio de cartas com efeitos diferentes. Isso proporciona uma experiência de jogo personalizada e, teoricamente, permite que cada jogador tenha uma abordagem diferente para o personagem principal. Há um total de seis personagens diferentes para escolher, embora nem todos sejam igualmente carismáticos. Diferentemente do primeiro jogo, os personagens de Dead Island 2 não são limitados por habilidades específicas, dando aos jogadores maior liberdade para experimentar diferentes estilos de jogo.

Reprodução: Dead Island 2

O mapa de Dead Island 2 é muito bem construído e permite que a exploração ocorra naturalmente entre as mansões de Bel-Air e os pontos turísticos mais famosos de Los Angeles. A atenção aos detalhes e a variedade de locais mantêm o jogo interessante e incentivam os jogadores a explorar cada canto do mapa em busca de segredos e recompensas. A atmosfera pós-apocalíptica de Los Angeles é envolvente e contribui para a imersão na experiência do jogo.

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As cinemáticas e set-pieces do jogo também merecem destaque positivo, já que foram muito bem construídas e, principalmente, otimizadas! Apesar da grande quantidade de itens na tela, não consegui perceber drásticas quedas de quadros durante o meu gameplay, demonstrando que pelo menos no PS5, Dead Island 2 esta muito bem otimizado.

Reprodução: Dead Island 2

Além dos zumbis comuns, Dead Island 2 apresenta uma variedade de zumbis mutantes que oferecem desafios adicionais e uma camada extra de diversão ao jogo. Esses inimigos mais poderosos e imprevisíveis exigem que os jogadores adaptem suas táticas e usem suas habilidades e armas de maneira mais estratégica.

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Dead Island 2 também não chega a ser o tipo de jogo que pode ser considerado como “terror”. Focado principalmente na ação, o jogo parece fazer uma forcinha para que o jogador sinta-se empoderado o suficiente para descer o sarrafo em qualquer tipo de oponente, inclusive os mais fortes. Porém, em alguns momentos Dead Island 2 é bastante competente em passar um clima aterrorizante, principalmente nas missões do parque de diversões, que inclusive tem uma pegada bem “Palhaços Assassinos do Espaço Sideral.”

Reprodução: Dead Island 2

O resultado final de Dead Island 2 é uma agradável surpresa, especialmente considerando os problemas de desenvolvimento e as expectativas iniciais pouco promissoras. O jogo consegue manter a essência do original, ao mesmo tempo em que introduz novas mecânicas e melhorias para aprimorar a experiência geral.

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No entanto, Dead Island 2 não está isento de falhas. Algumas das missões secundárias podem se tornar repetitivas e a história, embora mais madura, ainda deixa a desejar em termos de profundidade e envolvimento emocional. Além disso, a IA dos inimigos nem sempre é consistente, o que pode levar a momentos de frustração ou facilidade excessiva.

Reprodução: Dead Island 2

Há também alguns bugs bem preocupantes que com sorte, estarão resolvidos logo no lançamento. O primeiro deles faz com que a seta do mapa sempre esteja apontando para o lugar errado, dificultando o jogador a encontrar a direção onde deve ir. Além disso, uma série de problemas de renderização fez com que personagens aparecessem sem pernas durante as cinemáticas, além de um irritante delay entre áudio e som, que tornava o processo de acompanhar o desenrolar da história num verdadeiro desafio.

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Apesar dessas questões, Dead Island 2 é um jogo divertido e envolvente que oferece horas de entretenimento para os fãs do gênero zumbi e jogos de ação em geral. A riqueza de conteúdo, a variedade de personagens e a flexibilidade nas opções de jogo fazem dele uma adição valiosa à série Dead Island e um título que vale a pena conferir. Pessoalmente, colocaria Dead Island 2 acima de Dying Light 2 na minha lista de jogos de zumbis preferidos, por mais incrível que isso possa parecer.

Reprodução: Dead Island 2

Embora possa não ser um jogo perfeito, Dead Island 2 é, sem dúvida, uma melhoria em relação ao seu antecessor e uma prova de que um projeto problemático pode resultar em um produto final de qualidade. Em resumo, Dead Island 2 é uma joia de sangue e vísceras e uma grata surpresa tanto para fãs antigos como jogadores novos dessa franquia, e com certeza um dos jogos mais criativos e lindos dessa geração.

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Resumo para os preguiçosos

Dead Island 2, desenvolvido pela Deep Silver, enfrentou um processo de desenvolvimento turbulento e recebeu críticas durante seu período de preview. No entanto, o jogo acabou se revelando uma agradável surpresa, mantendo a essência do original e introduzindo novas mecânicas e melhorias. Ambientado em uma Los Angeles pós-apocalíptica, o jogo apresenta gráficos impressionantes, uma variedade de zumbis “temáticos” e um sistema de level-up inovador.

Apesar de algumas falhas, como missões secundárias repetitivas e problemas na inteligência artificial dos inimigos, Dead Island 2 oferece uma experiência envolvente e divertida para os fãs de jogos de zumbi e ação. A riqueza de conteúdo, a variedade de personagens e a flexibilidade nas opções de jogo fazem de Dead Island 2 uma adição valiosa à série e um título que vale a pena conferir, superando as expectativas iniciais e provando que um projeto problemático pode resultar em um produto de qualidade.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos impressionantes e riqueza de detalhes.
  • Variedade de zumbis “temáticos” e ambientação envolvente.
  • Sistema inovador de level-up e personalização de armas.
  • Mecânicas de combate e jogabilidade aprimoradas em relação ao jogo anterior.
  • Mapa bem construído com diversos locais icônicos de Los Angeles.
  • Maior maturidade na narrativa.
  • Diversidade de personagens jogáveis e estilos de jogo.
  • Desafios adicionais com zumbis mutantes.
  • Horas de entretenimento e conteúdo variado.
  • Superação das expectativas iniciais e melhoria em relação ao jogo anterior.

Contras

  • Missões secundárias repetitivas.
  • História ainda deixa a desejar em termos de profundidade e envolvimento emocional.
  • Inteligência artificial dos inimigos inconsistente.
  • Bugs preocupantes, como problemas de renderização e áudio dessincronizado.
  • Direção no mapa imprecisa, dificultando a orientação do jogador.
  • Algumas falhas de otimização nas cinemáticas.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.