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Dark Souls Remastered – Review

O mundo dos games pode ser definido com uma série de “antes e depois de” certos jogos, como Mario, Doom, Final Fantasy e por que não Dark Souls? Desde que foi lançado em 2011, o jogo da From Software revolucionou os RPGs de aventura e os “jogos difíceis” mostrando que dificuldade nem sempre precisa querer dizer mais inimigos mais fortes na tela. Sete anos depois, temos a chance de conferir o jogo em sua versão mais bonita e melhor otimizada e dar mais uma vez o veredito, será que Dark Souls continua atual e envelheceu bem em Dark Souls Remastered?

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Em Dark Souls, você controla um morto vivo que é tido como o “Chosen Undead”, um morto vivo que deve realizar a profecia de tocar os sinos do despertar, viajar até Anor Londo, reunir as almas dos grandes lordes e finalmente suceder Lord Gwyn, reacendendo o fogo e mantendo o ciclo dos mortos vivos aceso para que a idade das trevas não comece. Ou não, você que escolhe.

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Como você deve fazer isso é basicamente uma decisão sua, já que você pode fazer na ordem citada acima, geralmente tocando o Sino das Gárgolas primeiro e depois o de Blightown (excelentemente traduzido como CIDADE DA MOLÉSTIA em português brasileiro) e seguindo o roteiro citado ali em cima. Uma das melhores características de Dark Souls é a liberdade que o jogo dá a quem sabe jogá-lo, e uma das coisas que todo novato vai perceber pela primeira vez ao jogar o jogo é que, sim, ele é difícil como te falaram.

A dificuldade de Dark Souls é diferente da dificuldade que você provavelmente estava acostumado caso você nunca tenha jogado nenhum jogo da franquia (nem Bloodborne, o primo de Dark Souls que toma Ritalina). Não são apenas os inimigos que são difíceis e que usam alguns padrões de ataque inesperados a princípio, o próprio design de cenário do jogo é um desafio por si só, e esse é um dos grandes defeitos dos jogos que tentaram copiar Dark Souls até aqui: geralmente copia-se o combate e se enche o cenário de inimigos difíceis, mas 50% da genialidade do jogo está no cenário dele.

Você muito bem está explorando um calabouço quando abre uma porta e voilá, está de novo no começo dele, e depois quando você começa a jogar o jogo melhor, você percebe que aquele cenário que parecia gigante é bem menor do que você imaginava, você só estava com dificuldade de avançar nele mesmo, seja por causa de armadilhas que o local apresenta (e aqui os locais são muitos) seja por causa dos inimigos que o jogo coloca diante de você.

Dark Souls Remastered, mais do que os seus sucessores, aliás, apresenta uma criatividade ímpar em trazer inimigos que têm apenas um objetivo: fazer você morrer até aprender a combatê-los. Nos jogos sequentes da franquia você encontra mais humanoides e adversários com espada, machado e escudo. Aqui não, você vê mais bestas, árvores, lobos, criaturas bizarras e até mesmo os clássicos cogumelos porradões que te matam com um soco só se você não estiver prestando atenção no que está fazendo.

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Aliás, uma das melhores coisas de Dark Souls Remastered é que o jogo sempre está colocando você em xeque. Dificilmente você vai se sentir confortável dentro do jogo, e se você se sentir, prepare-se para uma viagem de ida sem volta pro Bonfire, pois você vai acabar subestimando algum inimigo e pagando caro por isso. O jogo te faz você respeitar ele, mas também respeita a sua inteligência, mostrando que sempre há uma ou mais formas de derrotar os inimigos que parecem impossíveis, você só talvez não tenha encontrado essa forma.

Alternativas para isso são usar o cenário, usar armas diferentes, ou até mesmo pedir arrego e invocar um amigo ou um fantasma para lhe ajudar. Há batalhas que só jogadores avançados conseguem vencer sem a ajuda de outros fantasmas (olá, Ornstein e Smough, eu estou falando com vocês) e felizmente a From Software aumentou o número de jogadores do multiplayer de Dark Souls Remastered de 4 para 6 participantes, garantindo assim que o PvE e o PvP acabem virando uma verdadeira loucura de gente na tela.

No geral, para quem já jogou Dark Souls em alguma outra oportunidade, o que você vai encontrar aqui é exatamente o mesmo jogo de antes com as seguintes mudanças: resolução melhorada e framerate travado nos 60 quadros por segundo nos consoles (seja em 1080p, seja em 4k), e no seu PC, se ele conseguir rodar o jogo numa boa, é claro. Além disso, o jogo ainda ganhou legendas em português, algo que a versão original não possuía e que acabou sendo uma adição muito bem-vinda a quem quer aprender mais sobre o Lore do jogo.

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Fora essas mudanças, Dark Souls Remastered é exatamente o mesmo jogo de 2011, e, sim, respondendo à pergunta que eu fiz na introdução desta análise, Dark Souls Remastered é tão bom hoje quanto o jogo que revolucionou a indústria de jogos há sete anos. É verdade que as sequências Dark Souls II e Dark Souls III ganharam algumas modificações que poderiam ser implementadas aqui (a velocidade de conjuração de magias e piromancias é uma) mas de modo geral, é legal ver que a essência de Dark Souls permanece intacta, e é muito bom ver que quem jogar o jogo pela primeira vez vai ter exatamente a mesma experiência que quem jogou ele em 2011, como eu, teve.

Um detalhe ainda que merece o meu reconhecimento aqui é: rapaz, como esse jogo é difícil. Eu não jogo Dark Souls desde 2014 ou 2015, e tinha partido para os outros jogos da franquia (leia-se terminar Dark Souls II umas três vezes, Dark Souls Scholar of the First Sin uma vez, Bloodborne três vezes e Dark Souls III mais umas duas vezes) e achei que eu iria atropelar tudo e todos dentro do jogo. Grande engano. Diferente dos outros jogos posteriores, você não tem uma arma forte logo de cara em Dark Souls Remastered, e cabe a você se virar e usar o cérebro pra ficar mais forte e vencer os chefes do jogo. Quem está acostumado também com os jogos seguintes da franquia certamente vai sentir um impacto aqui.

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Apesar de todas as mudanças serem positivas, ainda vale ressaltar um problema que a versão de PC está apresentando nesse momento: o excesso de cheaters no PvP. Enquanto a Bandai Namco e a From Software não resolverem esse problema, a versão de PC acaba ficando devendo em relação a de consoles, mas fora isso, Dark Souls Remastered é basicamente como deve-se lidar com a remasterização de um clássico: sem invenções, apenas o excelente jogo que ele já era no passado com uma pintura nova e gráficos extremamente fluídos.

Mas e aí, Dark Souls Remastered vale a pena?

Dark Souls Remastered é como uma versão definitiva do jogo que mudou o gênero dos RPGs de ação em 2011. Se você nunca jogou esse jogo e quer saber se Dark Souls é tudo isso, comece por aqui e vá jogando os outros jogos da franquia. Você não vai se arrepender. É difícil colocar em palavras a experiência de se jogar Dark Souls pela primeira vez, mas é algo tão sensacional que eu gostaria de ter essa oportunidade novamente. Mais do que recomendado.

Resumo para os preguiçosos

Dark Souls Remastered é a verão definitiva de Dark Souls original. Se você nunca jogou o jogo, esse é um daqueles títulos que todo mundo precisa jogar pelo menos uma vez na vida, afinal, é uma experiência única. Se você já jogou Dark Souls e quer ver o jogo rodando com toda a glória do 4K a 60 quadros por segundo, ele também é para você. Mais do que recomendado

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Nota final

100
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Blighttown finalmente é um desafio apenas pelas criaturas e não pela performance do jogo nesse local
  • Gráficos a 4k e 60 quadros por segundo sem travamentos no Xbox One X e no PS4 Pro, e 1080p e 60 fps no PS4 e no Xbox One, além do que o seu PC rodar
  • Um desafio memorável e extremamente atual
  • Legendas em português que não existiam na versão original do jogo
  • DLC Artorias of the Abyss já incluído no jogo

Contras

  • Problemas com cheats na versão de PC
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.