Dark Souls II foi um dos principais lançamentos do ano passado. Pouco mais de um ano depois, o jogo é novamente relançado para as plataformas nas quais ele já estava disponível e no Xbox One e no PS4. Apesar disso, a From Software promete que esse jogo é muito mais do que um remaster, e sim uma versão do diretor, atualizada e melhor do que o jogo original. Essa promessa é verdadeira?
Em Dark Souls II: Scholar of the First Sin, você continua sendo o morto vivo que foi escolhido para acabar com a maldição. O mundo de Scholar of the First Sin é basicamente o mesmo que você já visitou anteriormente, o que muda mesmo é o recheio dele. Pouca coisa encontrada por você anteriormente está no mesmo lugar, algo que nos lembra um pouco o bom e velho Resident Evil Director’s Cut para PlayStation, onde itens e inimigos mudaram de lugar. Aqui, é basicamente a mesma coisa, e a sua surpresa ao dar de cara com um dragão que não deveria estar onde ele está será bem engraçada.
Aliás, uma das principais reclamações que os jogadores fizeram de Dark Souls II é que o jogo geralmente é bem mais fácil do que o predecessor, e isso tem mais a ver com o design adotado do que com os inimigos em si. A From Software parece ter adotado uma (chata) mania de povoar as áreas com três ou quatro inimigos com armas, seguidos de dois ou três arqueiros que vão te forçar a ficar rolando constantemente pra evitar aquela flecha chata nas costas que sempre está a caminho. Felizmente, a companhia mudou isso em alguns pontos, e você vai ter que usar um pouco mais o cérebro e menos os músculos para prosseguir nas áreas.
Aliás, como vocês devem lembrar, a principal mente por trás de Dark Souls e Bloodborne, Hidetaka Miyazaki, não se envolveu diretamente com o projeto. Ele foi citado como supervisor da franquia, mas, comparando honestamente com seu predecessor, dá para notar porque a mão dele foi exatamente o que faltou em Dark Souls II e o que sobrou em Bloodborne, ainda que aquele jogo aproxime-se mais deste do que Lords of the Fallen, por exemplo. Scholar of the Frist Sin é uma tentativa da companhia de aproximar-se mais ainda do Dark Souls “de raiz”. O jogo consegue? Não, mas consegue ser um produto muito melhor do que o já muito bom Dark Souls II.
E por que isso? Exatamente por causa de todas as mexidas que a From Software fez no jogo. Os inimigos estão em lugares diferentes, há surpresas novas, não é sempre pular para a esquerda, e vários dos detalhes que faziam a gente pensar “é muito bom, mas ainda não é Dark Souls” sumirem. Curiosamente, eu resolvi começar a minha jogada como Deprived só para dar uma olhada inicial no jogo e depois sim jogar de verdade, e a quantidade de surpresas que eu tive após esse “ato de coragem” (ou melhor, de ignorância audaz) foi bem grande. Foi até meio tragicômico, na verdade, ver o meu personagem correndo por aí sem espada e dando socos em inimigos bem mais fortes do que eu.
Outra novidade no miolo do jogo são novos NPCs e um novo chefe final. Aliás, caso você não queira perdê-lo, aqui vai uma dica para não jogar diversas horas de gameplay no lixo, mas antes VAMOS AO SPOILER ALERT, NÃO LEIA CASO VOCÊ NÃO QUEIRA SABER COMO ENCONTRA-LO: o chefe final só pode ser encontrado se você vencer Vendrick antes de derrotar Nashandra. Caso você não faça isso, você precisa usar um Bonfire Ascetic no Bonfire final do jogo e aí ter que pegar uma versão bem mais difícil de três chefes na sequência.
A pergunta que fica é: vale a pena comprar de novo? E a resposta é: se você gostou, com certeza, prepare-se para morrer mais uma vez. Já se você não gostou a coisa fica um pouco mais complicada. Se você não gostou porque o jogo é muito difícil, bom, Scholar of the First Sin realmente não é pra você. Se você não gostou porque não é tão bom quanto Dark Souls, é possível que esse jogo te conquiste, afinal, em termos de game design, ele é bem melhor do que Dark Souls original.
Além das melhorias de gameplay, o jogo ainda traz um aumento na quantidade de jogadores no multiplayer (para as versões novas para PC, PS4 e Xbox One) para até seis jogadores. Essa combinação pode ser de pessoas te ajudando ou pessoas tentando te sacanear, o que pode servir para criar batalhas bem divertidas dentro do jogo.
Dark Souls II: Scholar of the First Sin ainda ganhou uma atualização gráfica para DirectX 10 no PC, PS4 e Xbox One. Os gráficos geralmente não mudaram em muita coisa, exceto por um efeito de luz aqui, e outro lá. Nos consoles de mesa, o framerate do jogo foi atualizado para 60 FPS. Já no PC, o jogo já rodava nesse framerate, então nada de novo no front.
Resumo para os preguiçosos
Dark Souls II: Scholar of the First Sin é mais do que um remaster, é uma versão do diretor de Dark Souls II. Mesmo veteranos do jogo vão acabar encontrando várias pedras no sapato nesse jogo, o que é muito bom, afinal de contas, a Namco Bandai está cobrando por um jogo novo de quem compra-lo no PS4, PC ou Xbox One. Recomendado tanto pra veteranos da franquia quanto para os que estão procurando um desafio de moer os ossos.
Prós
- Inimigos em novas posições são um sopro de vida ao jogo
- Seis jogadores no multiplayer
- Novos NPCs, inimigos, e chefe
Contras
- Alguns detalhes que incomodam de Dark Souls II ainda continuam aqui
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