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Cobalt – Review

A Mojang já se consolidou como uma das grandes produtoras da atualidade com o multipremiado Minecraft, e seguindo o mesmo exemplo de diversas outras publishers que apostam na indústria indie, a companhia encontrou a Oxeye Game Studio, responsável pelo sidescroller Cobalt, um jogo bem simples, mas com muito potencial.

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A grande aposta de Cobalt é no gameplay que funciona com uma mecânica de slowmotion bem interessante. Basicamente qualquer tiro ou objeto que seja disparado contra você fica em slowmotion quando se aproxima, o que nos permite refleti-los com o escudo ou apenas desviar deles. É necessário ter muita atenção, saber usar o cenário, seus equipamentos e controlar corretamente o curso do personagem em relação às balas adversárias.

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Cobalt possui modo campanha e multiplayer e é completamente diferente em um modo e no outro, por isso devemos analisá-lo de duas formas separadas. O modo campanha conta a história do agente Cobalt que deve investigar o desaparecimento da colônia humana do planeta X9CSEC5.5B-blue. Conforme o cara de lata adentra o planeta e começa a descobrir parte do mistério acerca do desaparecimento dos humanos, cada vez mais ele se afunda em mistérios e mitologias do planeta que mistura aliens, máquinas e até magia.

Logo no início de sua aventura, Cobalt descobre que todas as máquinas são hostis e para desvendar os mistérios do planeta ele deve se defender e limpar o caminho que está repleto de robôs. Para isso contamos com um sistema de combate bem rápido e divertido que se baseia em rolar para desviar/refletir os tiros inimigos e atirar de volta, torcendo para que o adversário não pense rápido o bastante para rolar quando você atirar já que isso também refletiria seus tiros.

Este aspecto, que é o mais importante, o jogo explica bem. Basicamente, qualquer tiro disparado contra você pode ser refletido apenas rolando e ele só causará dano se você estiver sobre os pés quando ele te atingir. É coisa muito rápida, fração de segundos, mas o jogo consegue fazer com que isso funcione muito bem com o efeito de slowmotion que qualquer objeto lançado sofre ao se aproximar de nós.

Para nos defender e atacar temos um loadout que é separado em três colunas. Na primeira ficam as armas de curta distância como pás, tridentes ou lanças, cada uma possui características totalmente diferentes das quais falaremos mais tarde e que permitem que o jogador possa escolher qualquer uma, dependendo do seu estilo de jogo. A segunda coluna abriga as armas de longa distância, que também possuem características diferentes podendo ser desde pistolas a lança-foguetes. Já na terceira coluna ficam os itens arremessáveis como granadas, molotovs, ovos, medkits e muitas outras coisas.

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Todos os equipamentos possuem características diferentes como dano, peso, tempo de reload, durabilidade e alcance, e isso faz com que possamos escolher qualquer um nos baseando no estilo de jogo que preferimos ou pensando em uma estratégia específica. Mesmo que isso seja útil, o jogo não explica bem como cada equipamento funciona, o que acaba nos fazendo dar preferência a apenas alguns dos itens e deixemos outros igualmente bons para trás.

Também podemos recorrer a ajudantes como pássaros que nascem dos ovos que jogamos e animais que podem ser montados e atacam os inimigos de maneiras diferentes e volta e meia vão buscar loot que esquecemos em alguma parte do cenário. Cobalt dá nomes engraçados para cada um deles e sempre presta uma homenagem quando um morre o defendendo.

Mesmo que os combates sejam divertidos, eles não ocorrem o tempo todo e o restante do jogo é tomado por uma monotonia chata que torna o modo campanha extremamente maçante. Há sempre alguma coisa pra fazer no caminho das lutas, seja resolver puzzles, desvendar alguns mistérios ou libertar prisioneiros, mas nada que realmente dê graça a essas partes sem combate.

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Também podemos encontrar no meio do caminho personagens amigáveis que nos contam um pouco sobre a história do planeta ou da raça que estamos enfrentando. Temos a opção de escolher entre algumas frases durante os diálogos, mas isso não acrescenta absolutamente nada ao jogo já que elas são basicamente “continuar conversando” e “terminar conversa”. Podemos roubar alguns desses personagens pacifistas e é bem engraçado ver a mudança de humor deles quando percebem que estão sendo roubados pela pessoa que veio lhes salvar.

De vez em quando temos que enfrentar algum boss que é mais forte do que os inimigos comuns, causa mais dano e tem uma defesa mais forte. Eles são sempre a mesma coisa e como são todos overpower, as lutas contra eles são um teste de tentativa e erro que chega a nos deixar irritados, pois exigem que façamos os movimentos corretos no tempo exato.

A grande graça do modo campanha é jogar com algum amigo no cooperativo local ou online, quebrando um pouco a monotonia do jogo e fazendo com que os combates sejam mais fáceis, além de possibilitar o uso de novas estratégias em dupla. Também é possível participar de missões teste (que funcionam tanto jogando sozinho quanto coop) entre as missões da campanha que servem para mostrar como usar melhor as habilidades de Cobalt e como devemos nos virar em diferentes situações.

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Cobalt tem ótimos gráficos, cenários bem diferentes que escondem vários mistérios e possuem entradas e saídas secretas que abrigam inimigos, o que obriga o jogador a estar sempre atento. Talvez o maior destaque do visual seja o modo como o agente Cobalt vai se deteriorando conforme leva tiros, já que isso serve meio como um alerta ao jogador pois como não temos uma barra de vida olhar para o nosso robozinho é a única maneira de saber se ele está bem ou se não aguenta nem mais um tiro.

A trilha sonora do jogo não empolga e nem chama a atenção e isso me desapontou bastante já que espera-se um bom trabalho de áudio para acompanhar a ação frenética. Em algumas salas temos até rádios onde podemos selecionar algumas músicas que serviriam muito bem nos combates, mas elas não ultrapassam as paredes e ficam apenas nestas salas que não nos reservam nenhuma ação.

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O grande destaque de Cobalt é sem dúvidas o modo multiplayer. Contando com 6 modos diferentes e mais de 80 mapas disponíveis, podemos perceber o cuidado dos desenvolvedores de fazer um modo multiplayer de qualidade e devo dizer que o deste jogo é um dos multiplayers mais divertidos que já joguei.

Em alguns modos temos batalhas entre equipes; em outros, duelos individuais; em outros, testes de velocidade ou estratégia, e todos eles são igualmente divertidos. O que mais me chamou a atenção no multiplayer é que a disputa é sempre bem equilibrada, mesmo que sempre haja um jogador que seja superior aos demais, sempre há altos e baixos durante as jogatinas e até aqueles que acabaram de começar podem terminar sendo líderes do round.

Certos modos possuem classes diferentes de Cobalts que possuem loadouts específicos e obrigam os jogadores a se adaptarem a eles. Quanto mais vezes um jogador vence e quanto mais rounds ele passe sem morrer, classes mais fortes vão sendo liberadas e mais vantagem ele e sua equipe vão tendo sobre os adversários. Outra coisa bem divertida é ver que mesmo as classes mais fracas causam a mesma ameaça do que as mais overpower quando o jogo começa, pois tudo depende da atenção do jogador no momento da trocação de balas.

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E por falar em trocação de balas, isso transforma o jogo numa completa bagunça, mas uma bagunça muito divertida. No multiplayer, a não ser que tenhamos olhos de águia, nunca sabemos se um tiro que está vindo é amigo ou inimigo e isso transforma o jogo numa sequência de pular e rolar no ar e atirar enquanto rolamos que é um desafio divertidíssimo e engraçado, pelo menos enquanto ainda há muitos jogadores vivos. Quando sobram poucos, geralmente ninguém tem mais balas e assim o jogo vira um duelo de quem consegue enfiar a espada no bucho ou a pá na cara do outro primeiro. A comunidade do jogo é ótima e durante estes duelos é possível dar boas risadas com a galera tanto BR quanto de fora.

Não enfrentei absolutamente nenhum bug ou problema de performance, coisas que fizeram Cobalt ser bem criticado em seu lançamento. Imagino que devido à ação rápida, é crucial que o jogo rode liso e não apresente problemas que possam comprometer a experiência do jogador e, pelo menos no meu caso, isso não aconteceu.

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Cobalt é mais um daqueles jogos para comprar com os amigos quando todos estão procurando coisas diferentes para jogar. É ótimo para fazer duelos com os companheiros de jogatina ou juntar todo mundo e realizar um mini-campeonato. O modo história chega a ser descartável perto da qualidade do multiplayer que é onde a magia de Cobalt realmente está e é o que entrega a diversão de verdade.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela Oxeye Game Studio.

Resumo para os preguiçosos

Cobalt é um sidescroller com gameplay diferente que utiliza uma mecânica de slowdowns para que o jogador possa se esquivar e repelir tiros inimigos. O jogo contém diversas possibilidades de estratégia para que o jogador jogue do jeito que preferir, porém peca no modo história que é maçante e repetitivo, além de possuir sistema de tentativa e erro que o torna frustrante.

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A magia do jogo está no multiplayer que possui diversos modos e mapas e permite que o jogador aprenda a jogar e se adaptar aos diferentes tipos de loadout que são oferecidos. A ação frenética e balas para todos os lados fazem o multiplayer ser um desafio bem prazeroso de se enfrentar e é com certeza um dos modos mais divertidos que já joguei.

Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Combate acelerado
  • Divertido
  • Possibilita que o jogador utilize estratégias diferentes
  • Engraçado
  • Multiplayer com vários modos e mapas

Contras

  • Sistema de tentativa e erro é irritante
  • Combates repetitivos
  • Trilha sonora fraca
  • Não explica como cada equipamento funciona e diferenças entre eles
  • Singleplayer maçante
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Rafael Oliveira
Rafael Oliveirahttp://criticalhits.com.br
Rafael Oliveira faz análise de jogos, filmes e séries regularmente para o Critical Hits, além de postar notícias e artigos esporadicamente. Acha que Shadow of the Colossus é o melhor jogo já feito, é fanboy de Steins;Gate e tem um lugar especial no coração para Platformers, RPGs e Metroidvanias.