Clash: Artifacts of Chaos chega com um estilo de arte visual que chama muita atenĂ§Ă£o, alĂ©m de um combate um tanto quanto diferente e que tenta inovar em alguns aspectos. Mas afinal, o jogo realmente vale a pena? É o que vamos descobrir na anĂ¡lise de hoje.
Ao inciarmos o jogo jĂ¡ Ă© possĂvel perceber que essa serĂ¡ uma experiĂªncia bem diferente do que estamos geralmente acostumados, os grĂ¡ficos e estilo de arte escolhido pela desenvolvedora chamam atenĂ§Ă£o pelo jeito Ăºnico, usando tĂ©cnicas tradicionais para parecer uma ilustraĂ§Ă£o animada.
Os desenvolvedores de Clash: Artifacts of Chaos utilizaram um estilo de renderizaĂ§Ă£o chamado hachura cruzada, que Ă© de longe um dos pontos mais altos do jogo, pois trouxe uma identidade visual Ăºnica e que os jogadores vĂ£o dificilmente esquecer, com uma ambientaĂ§Ă£o incrĂvel combinada com uma bela trilha sonora e dublagem (em inglĂªs, portuguĂªs somente as legendas) que te fazem entrar de cabeça na histĂ³ria do Pseudo, o protagonista do jogo que estĂ¡ tentando salvar um garoto que ele encontra logo no inicio da jornada.
E como o jogo funciona?
Pseudo Ă© um eremita de uma raça extraterrestre desconhecida e ele Ă© versado em diversos tipos de artes marciais, logo no começo temos algumas demonstrações de combate com alguns animais hostis, onde podemos atacar com socos e chutes, esquivar e bloquear ataques inimigos. O combate Ă© simples, o que nĂ£o Ă© algo necessariamente ruim, mas faltou um pouquinho mais de dinĂ¢mica e velocidade de combate, jĂ¡ que assim que vocĂª pega o jeito, Ă© fĂ¡cil ficar entendiado derrotando um inimigo atrĂ¡s do outro.
Esquivar-se Ă© estranho, seus movimentos sĂ£o muito limitados em alcance e dar um soco na hora errada geralmente significa morte. Portanto, para jogar com segurança, vocĂª deve atacar e recuar quando a stamina estiver baixa. O problema Ă© que o jogo nĂ£o pode ser jogado com segurança, jĂ¡ que dar espaço aos inimigos Ă© absolutamente a pior coisa que vocĂª poderia fazer.
O combate de Clash: Artifacts of Chaos geralmente Ă© completamente desajeitado, especialmente por causa da detecĂ§Ă£o de acertos e da fĂsica inconsistentes do jogo, que aparentemente tĂªm vontade prĂ³pria. Por sorte, o combate tem uma outra mecĂ¢nica chamada de “ritual” que da uma boa diversificada nas coisas.
Ao avançarmos um pouco no jogo, somos apresentados a um senhor de idade e uma pequena criatura que chama o senhor de avĂ´, este idoso estĂ¡ prestes a enfrentar um inimigo em um ritual. Este ritual consiste em jogar dados que podem causar debuffs no final dele, e sĂ³ aĂ a luta realmente começa.
Quando desafiamos alguĂ©m para um ritual, escolhemos que tipo de debuff queremos aplicar e apĂ³s rodar os dados, utilizamos de algumas ferramentas a disposiĂ§Ă£o para tentar diminuir o valor dos dados do oponente, e ele tambĂ©m tentarĂ¡ fazer a mesma coisa, se transformando em uma espĂ©cie de mini-game antes do combate de verdade para decidir algumas vantagens e desvantagens para ambos os lados.
ApĂ³s o senhor de idade morrer, a criaturinha Ă© protegida pelo protagonista, que vence o adversĂ¡rio e acaba ficando com os dados do avĂ´ da criatura, assim podemos desafiar mais criaturas inteligentes para esse ritual antes do combate.
A mecĂ¢nica do ritual diverte e ajuda bastante caso vocĂª vença o ritual, mas isso ainda nĂ£o remove completamente o problema de que o combate em si Ă© um tanto quanto truncado demais e que Ă© fĂ¡cil perder o interesse em qualquer luta de Clash: Artifacts of Chaos.
As desvantagens do ritual variam de ter seu movimento reduzido a ser atacado por um enxame de abelhas. Embora alguns dos efeitos sejam interessantes, outros praticamente arruĂnam as lutas, como o Artefato de NĂ©voa, que embaça a arena e torna o inimigo incrivelmente difĂcil de ver.
Mas um ponto de destaque do jogo Ă© a exploraĂ§Ă£o do seu mundo, que apesar do mapa ser pequeno, ele varia entre dia e noite e as coisas que vocĂª pode fazer nele tambĂ©m. Ao explorar a noite, vocĂª Ă© capaz de acessar lugares que nĂ£o estĂ£o disponĂveis durante o dia, mas as criaturas tambĂ©m sĂ£o muito hostis e vocĂª precisa tomar cuidado em dobro.
Inicialmente, Pseudo tenta deixar a criaturinha que acabou de perder o avĂ´ em um lugar seguro, mas rapidamente temos que nos tornar o guardiĂ£o do moleque, jĂ¡ que algumas pessoas mĂ¡ intencionadas estĂ£o a todo custo tentando acha-lo, e o mistĂ©rio do jogo começa a se desenrolar sobre quem Ă© essa criatura misteriosa e o que supostamente devemos fazer com ela.
A histĂ³ria do jogo atĂ© que agrada com seus mistĂ©rios, com uma Ă³tima dublagem de personagens (em inglĂªs, portuguĂªs somente as legendas) e uma trilha sonora espetacular que te da um pouco mais de imersĂ£o dentro do jogo, mas infelizmente tambĂ©m nĂ£o Ă© o suficiente para te manter motivado a encarar os vĂ¡rios problemas que o combate tem.
Mas e aĂ, Clash: Artifacts of Chaos vale a pena?
Clash: Artifacts of Chaos Ă© um jogo que impressiona bastante pelo estilo Ăºnico dos grĂ¡ficos e visuais mais estilizados, e isso Ă© de longe o ponto mais forte do jogo. Infelizmente o combate peca bastante e atĂ© tem umas ideias legais, mas a execuĂ§Ă£o nĂ£o agrada e desestimula muito o jogador. Caso Clash: Artifacts of Chaos te prenda pelas beleza dos grĂ¡ficos e pela histĂ³ria que Ă© atĂ© interessante, Ă© um jogo que sim vale a pena, mas para quem estava esperando um combate imersivo e legal, infelizmente nĂ£o Ă© isso que vocĂª encontrarĂ¡ aqui.
Resumo para os preguiçosos
Clash: Artifacts of Chaos Ă© um jogo que tem um dos melhores visuais de 2023 e tem uma histĂ³ria interessante com pequenos mistĂ©rios. Infelizmente o jogo deixa a desejar no combate que tem vĂ¡rios problemas e Ă© meio sem graça.
PrĂ³s
- GrĂ¡ficos belĂssimos
- MecĂ¢nica de virar dia e noite Ă© muito legal
- HistĂ³ria cativante
Contras
- Combate absolutamente desastroso
- InconsistĂªncia e bugs durante as lutas