Civilization 6 foi pra mim uma das melhores surpresas deste ano. Com a quantidade de jogos decepcionantes lançados em 2016, o meu detector de furada apitou constantemente até o momento em que finalmente comecei a jogar o game. Sorte a minha que ele estava completamente enganado.
A serie criada pelo lendário Sid Meier ainda consegue se manter relevante, mesmo após tantos anos depois de ter apresentado seus primeiros conceitos de “jogo de tabuleiro” virtual. O mais interessante disso tudo, é que o sexto capítulo dessa franquia surpreende justamente por apresentar solidas mecânicas consagradas no seu antecessor, ao mesmo tempo que traz novidades formidáveis. Sinceramente, não sei se um dia conseguirei jogar Civilization 5 novamente.
Alguns vêm taxando o jogo como uma espécie de expansão de Civilization 5, e eu até consigo entender os motivos que levaram à esse tipo de crítica. Todavia, o que eu não consigo compreender é por que isso deveria soar como algo ruim, já que o resultado final é divertidíssimo.
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A novidade que mais me agradou até agora foi a implementação dos sistemas de distritos, que permite o aproveitamento de um hexágono para construção de um prédio adjacente as suas cidades, capaz de oferecer benefícios especiais. Algo parecido já existia em Civ 5, mas o fato de colocar os distritos fora da cidade permite que você não só possa manejar tudo de maneira mais fácil por questões visuais, mas também permitiu que os desenvolvedores trabalhassem a ideia de maneira mais eficiente. Dessa forma, você descobre que pode atualizar seus distritos conforme avança na árvores de tecnologias, cultura ou cívica.
Os líderes de civilização também sofreram uma repaginação. Com visual mais cartunesco do que antes, o game acaba ficando mais bonito e agradável aos olhos. Na realidade, outra coisa que me chamou a atenção foi a inclusão de mais de um líder para algumas civilizações. A Grécia por exemplo, possui dois líderes que tornam o gameplay totalmente diferente, mesmo tratando-se da mesma civilização. Enquanto um é mais focado no desenvolvimento militar, o outro permite que o jogador tenha mais vantagens culturais.
Num primeiro momento, a quantidade de civilizações disponíveis me pareceu pouca, mas logo lembrei que o pessoal da 2K costuma liberar mais algumas através de DLCs e expansões. Outra coisa que eu acredito que vá ser disponibilizada da mesma forma são mais líderes da mesma facção, justamente pra deixar as partidas online ainda mais dinâmicas e interessantes.
Visualmente falando o jogo de fato está muito melhor. Até as animações de batalha acabaram ganhando melhorias. Apesar de parecer simples, um fã inveterado como eu com certeza vai tremer de emoção ao perceber que as unidades agora executam finalizações especiais em alguns momentos, mais ou menos como acontecia naqueles antigos jogos de xadrez para DOS. Uma novidade com raízes mais antigas do que se imagina. Outro detalhe que merece destaque é a narração de Sean Bean (ou Ned Stark, para quem não lembra) ao descobrir-se novas tecnologias. Em todo Civilization, desde que começaram a fazer isso, as citações sobre as novas tecnologias eram muito boas, e Sean Bean leva isso a um nível superior em Civilization VI.
As regras do jogo permaneceram praticamente as mesmas, mas foi bom ver que o menu de diplomacia está melhor estruturado para atender melhor as necessidades do jogador, principalmente quando se trata de partidas contra a IA. Agora é muito mais fácil denunciar alguém que tenha prometido não se assentar próximo às suas cidades, ou que tenha quebrado o tratado de paz. Também ficou muito mais fácil iniciar movimento diplomáticos, sem a necessidade de se criar embaixadas em cada uma das capitais.
Mas o melhor de tudo acontece mesmo no desenrolar das partidas. Os bárbaros estão muito mais ativos e inteligentes, sendo capazes até mesmo de destruir civilizações sozinhos em dificuldades mais elevadas, as Cidade Estados comportam-se de maneira diferente com cada jogador dependendo da forma como elas são tratadas, e as mecânicas de comércio e religião apresentadas nos pacotes de expansão de Civ 5 finalmente foram aprimoradas para se encaixarem de maneira magistral ao gameplay. Queria deixar esta frase somente para o final do texto, mas eu não aguento mais ficar sem dizer que este é definitivamente o melhor Civilization que já joguei.
Dentre todas as novidades, o sexto capítulo desta franquia maravilhosa é capaz de agradar tanto à jogadores novos como também àqueles mais antigos. Eu mal posso esperar pra ver o que virá nas próximas expansões do game, além de aguardar ansiosamente para que os modders criem logo uma modificação baseada em Game of Thrones no Steam Workshop. Se você gosta de jogos do gênero e está em dúvida se compra ou não Civilization 6, é chegada a hora de investir seu rico dinheirinho nesse game sensacional.
Pra terminar o texto eu repito: esse é o melhor Civilization que já joguei.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela 2K Games.
Resumo para os preguiçosos
Civilization VI é o melhor Civilization que eu já joguei. Boa parte das mecânicas e dos problemas que o capítulo anterior da saga tinha foram melhorados, além de novidades e gráficos melhorados. A vontade de jogar só mais um turno voltou, e voltou com força.
Prós
- Mecânicas novas e aprimoramento das antigas
- Belos gráficos
- A narração de Sean Bean nas novas tecnologias é sensacional
Contras
- Consome vidas
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