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Call of Duty: Black Ops 3 – Review

Entra ano, sai ano, a vida é feita de apenas algumas certezas, como a música da Simone tocando em tudo que é canto no fim do ano. No mundo dos games, uma dessas poucas certezas é que vamos ter um Call of Duty novo. Desenvolvido pela Treyarch, o jogo promete ser o grande final da trilogia Black Ops e acabar com uma tendência que se estabeleceu nos últimos anos onde um Call of Duty era bom e o próximo era mais ou menos. Será que o jogo consegue isso? É o que vamos descobrir.

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Em Call of Duty: Black Ops 3, você tem não um, mas três Call of Dutys, na verdade. O jogo divide-se entre campanha, multiplayer e modo zombies, e, para fins didáticos, eu vou falar sobre eles nessa ordem, começando pela campanha.

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Na campanha de Call of Duty: Black Ops 3, ao invés de você controlar algum personagem com nome e história, você é simplesmente o “jogador”. Você pode escolher se vai ser um homem ou uma mulher, e as suas opções de personalização acabam por aí. O jogo começa com você participando de uma missão de resgate do Presidente do Egito. No começo do jogo, você ainda é um soldado “normal”, ou seja, o seu personagem move-se e age como num FPS padrão, sem pulo duplo, sem wall ride, nem nada.

https://www.youtube.com/watch?v=58Pspqx0XGs

Logo no fim do primeiro capítulo da campanha, você passa por um acidente e acaba perdendo os dois braços e as duas pernas, numa cena bem bizarra e que te dá uma impressão do que está por vir. Depois desse acontecimento, você ganha pernas e braços biônicos e é aí que a diversão começa de verdade, com o aumento de mobilidade, habilidade de hackear drones e equipamentos não tripulados e assim por diante. No geral, a história da campanha é bem fraca. Parece mais que estamos jogando uma versão genérica de uma salada de ideias de Deus Ex, Exterminador do Futuro e Crysis 3, onde os debates entre humanos augmentados, homem versus máquina, drones, inteligência artificial e assim por diante.

O problema principal da campanha é que ela parece muito pouco inspirada. Nenhum dos personagens da campanha vai te despertar grandes emoções, por mais que eles tentem apresentar uma personalidade, é tudo tão sem graça e apático que parece que a história do jogo foi construída no automático. O fato de você controlar um personagem sem nome nem passado é uma boa síntese do que acontece. Parece que a campanha está ali só pra preencher um pré-requisito: fazer você passar por um bilhão de cenas scriptadas de explosões e sequências de ação que têm aquela cara de “já te vi em algum lugar”.

Não que a campanha seja de todo ruim, só não está à altura do patamar estabelecido pela série Black Ops. Há alguns pontos positivos, como o fato de você poder escolher seu loadout e as progressões de nível, onde você é incentivado a jogar a campanha mais de uma vez. Além disso, também há um modo de treinamento que lembra um pouco aquele modo das missões de realidade virtual de Metal Gear Solid.

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Além disso, ainda temos a possibilidade de jogar com a tela dividida, algo que tem sido deixado de lado em muitos jogos, e um modo Nightmare, onde os inimigos são substituídos por zumbis, dando um sopro de vida nos replays das campanhas. No fim das contas, a campanha podia ser bem melhor, mas não é horrível também, só é pouco inspirada mesmo.

Sabe qual é o problema disso? É que a campanha é a única coisa que dá pra jogar no momento. Eu tentei por uma semana jogar Black Ops 3 online no PS4 e não consegui. O modo multiplayer, quando funciona, é muito bom. É provavelmente o melhor modo multiplayer já lançado num Call of Duty. O problema é que ele funciona raramente. O que acontece, na maioria dos casos, é um lag infernal, que faz o jogo funcionar por 2 segundos e travar completamente por 1. O resultado disso é você teleportando no mapa, andando e não saindo do lugar e morrendo. E muito. Enquanto a Treyarch não consertar isso, esse modo está injogável, e só despertou um sentimento em mim: raiva.

É incrível como um jogo com lag consegue irritar. Monitorando o meu ping durante as partidas, o que acontecia era o meu ping subir de 32 para 400 e voltar pra 32, parecendo mais o gráfico de um eletrocardiograma do que o de uma conexão. A instabilidade domina e se eu consegui 10% de partidas sem lag, foi muito. Vale ressaltar que esse problema foi identificado no PS4, versão usada para review. Segundo relatos dos jogadores do Xbox One, o matchmaking está funcionando de acordo e não há lag.

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Como eu disse, quando funciona, o modo é o melhor modo de Black Ops 3. Você encontra aqui muitos mapas com possibilidades de usar as forças do jogo, como a movimentação por paredes, a verticalidade com pulos duplos e todos os brinquedos novos que a Treyarch preparou para esse ano. Apesar disso, eu sinceramente gostei de menos mapas na edição desse ano do que nas edições passadas. Há alguns desses mapas que acabaram ficando abertos demais (como o da floresta, com várias árvores) e que acabam virando uma camp fest, com todo mundo se escondendo em algum lugar e esperando os adversários correrem pra morte.

Finalmente, temos o modo zombies. Lembra que eu falei que o modo multiplayer era muito bom quando funcionava? Aqui é a mesma coisa. Eu simplesmente não consegui conexão para jogar o modo zombies online em uma semana de testes. O que acabou me sobrando foi jogar sozinho, que acaba tirando boa parte da graça desse modo. Se os servidores estivessem funcionando como deveriam, eu provavelmente teria cosias mais bonitas para dizer sobre esse jogo, mas sozinho ele acaba sendo bem sem graça.

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Graficamente, Call of Duty: Black Ops 3 é muito bonito. Para variar, a campanha é recheada de explosões e momentos de ação intensa na tela, tudo sem travamentos. Vale lembrar também que a versão de PC do jogo, segundo relatos, está com problemas de otimização, principalmente em alguns processadores Core i5. A trilha sonora do jogo é bem esquecível, mas a dublagem está bem executada.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS4 fornecida pela Activision

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Resumo para os preguiçosos

Call of Duty: Black Ops 3 seria muito bom se não fosse um problema: os servidores não te deixam jogar online na maioria das vezes. Isso acaba transformando uma experiência boa em algo frustrante e, no fim das contas, a única parte 100% jogável do game é a campanha, de longe o modo mais fraco dele. Quando a Treyarch resolver os problemas de servidores, será o Call of Duty com o melhor multiplayer até o momento. O problema é, quando isso vai acontecer? Por que isso está acontecendo? Isso não é nada legal de se fazer com quem comprou o jogo no lançamento.

Nota final

45
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Belos gráficos
  • O melhor modo multiplayer já colocado num Call of Duty

Contras

  • Problemas de conexão tornam a experiência online irritante
  • Campanha pouco inspirada
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.