Borderlands 2 – Review

Borderlands2 é algo totalmente diferente, ainda que um pouco similar, do que eu já joguei em toda minha vida. O jogo poderia ser descrito como “um Diablo FPS com uma história escrita pelo autor de Saints Row”, ou seja, um jogo onde você deve matar, matar, matar e matar mais um pouco uma cacetada de inimigos que aparecem na tela usando armas, muitas armas (e nenhum silenciador) e tudo isso rodeado por uma história que não pode ser levada a sério em nem um momento. Com essa composição de ideias nada ortodoxa, só poderia acontecer duas coisas: ou o jogo seria bom demais ou seria um lixo. Que bom que foi a primeira opção.

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O jogo se passa no mundo de Pandora, o mesmo mundo de Borderlands 1. Cinco anos após os eventos deste jogo, Handsome Jack, que fazia parte da Hyperion Corporation, toma conta do mundo usando o mineral Eridium, que apresenta um papel central na trama do jogo. Os heróis da primeira aventura acabam sendo relegados ao exílio, e você e seus amigos são convocados para salvar o mundo. O jogo começa com uma nova leva de Vault Hunters chegando ao mundo de Pandora para procurar pela Vault, uma que dizem ser ainda maior do que a encontrada ao fim do primeiro jogo.

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A história, apesar de ser bastante viajada e ter seus momentos nonsense total, é bem escrita e muito boa de ser acompanhada. A maioria dos personagens são carismáticos, como é o caso de Handsome Jack, um cara que se acha a pessoa mais foda de todos os tempos. Bom, é só ver onde ele mora, num satélite em forma de H.

Além da história principal, que leva umas 15~20 horas para ser concluída, o jogo ainda inclui uma porrada infinita de sidequests e uma porrada de easter eggs que a gente reportou por aqui. Combinando isso e todas as possibilidades de construção de personagem, há conteúdo o suficiente no jogo para meses de novidades.

Em Borderlands 2, você pode escolher cinco classes, o “Gunzerker”, focado em combate e funcionando também como “tanker” do jogo, Siren, que usa habilidades de suporte e ataque elemental, Commando, que é mais focado em turrets e armas de veículos, Assassin, que usa o combate à distância para enfrentar os inimigos e a classe que quem comprou o jogo em pré-venda já pode usar (e que será futuramente disponível para todos via DLC), a Mechromancer.

Cada uma dessas classes tem três estilos de progressão, com arvores de habilidades para cada uma, o que aumenta a possibilidade de construção de “builds” imensamente. Como é muito fácil fazer cagada na hora de distribuir os pontos, há estações de customização disponíveis por todo o mundo de Borderlands 2 onde é possível você resetar os pontos de bônus pagando uma pequena quantia.

Além da customização de habilidades, você ainda pode definir o visual, nome e até o rosto do seu personagem, deixando ele um pouquinho mais com a sua cara, por mais feiosa que ela seja.

Dito tudo isso, nada valeria muito a pena se o combate do jogo fosse uma porcaria. Para a nossa alegria, Borderlands 2 tem um dos combates mais divertidos já feitos.

Com o perdão do termo, mas o combate é uma putaria sem fim. Hordas e mais hordas de inimigos aparecerão na sua tela e, para derrotá-los, você poderá usar pistolas, submetralhadoras, metralhadoras, bazucas, granadas, habilidades especiais, barris que explodem, carros, torres com metralhadoras etc etc etc.

Eu já falei que o jogo tem MUITAS armas? Então, até o momento, eu já devo ter passado por mais de 300 armas diferentes. Tá certo que os modelos em si não variam muito, mas a quantidade de armas do jogo é estúpida.

O dano no jogo é feito de quatro maneiras diferentes: normal, ácido, fogo, elétrico e slag. Cada um tem suas propriedades. Ácido é bom contra androides, fogo é bom contra “carne”, ou seja, tudo que é vivo, elétrico é bom para derrubar escudos e slag é um dano especial que enfraquece o inimigo, geralmente pareado com outra arma que sirva para arrancar o couro dele.

Armas sem fim não serviriam de nada se houvesse escassez de balas e não é o caso em Borderlands 2. A cada dois ou três passos há um “baú” de tesouro com balas, dinheiro, granadas e tudo mais o que você precisar para explodir os miolos dos seus inimigos.

Além do combate solo, o jogo também oferece multiplayer de até 4 jogadores simultaneamente, funcionando no estilo Diablo: quanto mais gente jogando, mais fortes os inimigos ficam. Ah, e melhor o loot fica também, então você é encorajado a jogar com mais gente. Eu só joguei com desconhecidos na Xbox Live e a experiência foi bem agradável, mas a diversão mesmo deve estar em jogar com os amigos, coordenando ataques, xingando a incompetência alheia etc. Dá até pra fazer um “corujão” de Borderlands 2, porque o jogo é viciante demais.

Graficamente, o jogo me incomodou um pouco no começo. Vai ver eu sou meio cego, porque o que eu levei de tiros no começo do jogo até identificar onde estavam os inimigos na tela, foi algo. Tudo parecia meio marrom, até você conseguir distinguir o que é marrom acinzentado inimigo e o que é marrom acinzentado cenário. Mas nada que não se resolva com algumas horas de prática.

O som do jogo é bem normal. Eu não gostei nem detestei das músicas, mas costumo jogar ouvindo alguma coisa no computador mesmo, então dispenso música. A dublagem é bem feita e está presente em todos os personagens. É engraçado pra caramba ouvir os inimigos lhe xingando enquanto vão morrendo um atrás do outro.

Bom, eu já falei de tudo de bom, mas mesmo o jogo sendo excelente, ele também tem seus defeitos. O primeiro, e mais irritante deles, é o fato de você ter que completar uma missão quando começa ela. Caso você decida parar no meio e sair da sessão, o jogo lhe teleporta direto para o começo da área novamente, fazendo você ter que enfrentar todos os inimigos que você já havia enfrentado previamente.

Outro problema é a falta de quick teleports para algumas áreas, o que acaba fazendo o defeito de cima ainda mais irritante quando você acha uma quick station que não está no menu de seleção. Eu fui numa dessas bem feliz voltar para pandora para recarregar a munição, vender algumas e coisas e, surpresa, não tinha como voltar para onde eu estava, me obrigando a perder quase uma hora matando inimigos que eu já havia matado anteriormente.

Para completar, alguns inimigos são bem irritantes e aparecem em quantidade exagerada em algumas fases. Eu odeio Stalkers e você provavelmente irá odiá-los também.

Eric Arraché
Eric Arrachéhttps://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.