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Battlefield Hardline – Review

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Battlefield Hardline foi um jogo complicado pra caramba de se avaliar. “Por que?” você me pergunta? Bom, não foi por causa do novo pretexto para trocar tiros com outros desconhecidos pela internet ou para passar algumas horas numa campanha que eu talvez esqueça na semana seguinte, e sim porque a versão de PC do jogo realmente não queria que eu jogasse ela.

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Para começar, o jogo não queria instalar, e o Origin retornava uma mensagem de erro dizendo que o Directx havia causado um problema na instalação. A resolução disso (um problema que já existia desde Batttlefield 4 e que ninguém se prestou a consertar, aparentemente) foi deletar os arquivos do Directx e aí sim botar o jogo pra instalar novamente. Quando finalmente instalei o jogo e tentei abri-lo, o que abriu foi o meu navegador, no Battlelog, me mandando instalar um plugin da EA. Ok, vamos instala-lo, eu disse, para logo depois descobrir que ele não é compatível com o Google Chrome 64 bits. Resultado? Eu tive que mudar o meu navegador padrão para o Mozilla Firefox para poder jogar Battlefield Hardline e depois voltar o padrão pro Chrome para quando eu fosse usar a internet. O jogo realmente queria testar a minha vontade de joga-lo.

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Depois desses problemas, mais um surgiu: eu prefiro jogar jogos de tiro com o meu bom e velho controle de Xbox 360. Battlefield Hardline vem com todos os botões mapeados necessários? A resposta é: “claro que não, deixe de ser preguiçoso e vá aprender a jogar no teclado!”. Pior ainda, o jogo não se digna nem a mostrar quais são os botões do controle aos quais ele está se referindo, e eu tive que ficar adivinhando se a tecla E do teclado equivalia ao botão X ou Y, do controle, ou se não equivalia a nenhum botão, como no caso do de prender os marginais. O resultado final foi ridículo, pois eu tinha que alternar entre o controle e o teclado, e no fim das contas eu acabei desistindo do controle e indo pro teclado, para finalmente começar a avaliar Battlefield Hardline.

Data essa introdução sobre o quão ruim é a versão de PC do jogo, vamos ao que interessa: Battlefield Hardline vale a pena?

Em Battlefield Hardline, você é transportado das batalhas de grandes exércitos para as violentas ruas das cidades americanas tomadas por gangues que controlam o narcotráfico. No jogo, você vive o personagem Nick Mendoza, um policial com cara de bundão, porém incorruptível, para o mal dele. O jogo começa com você indo preso, e logo parte para um flashback de Nick na polícia, mostrando porque ele foi preso.

De cara, podemos notar referências claras à série Miami Vice e ao bom e velho estilo policial corrupto, guerra de traficantes e afins. É um spoiler falar sobre o óbvio? Não, então logo percebemos que Nick obviamente não vai se encaixar bem num mundo onde ele é o único policial correto do departamento, e ele logo é traído pelos colegas que ele achava que eram corretos também. Dada essa introdução na trama (que leva uns 30% do modo história), você parte para a prisão e de lá para a redenção de Nick.

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As missões costumam se desenrolar com você sendo comandado por alguém e tendo que passar por um grande mapa enquanto vence bandidos e escaneia evidência. Para isso, você pode operar de duas formas: sair andando e atirando em todo mundo, ou prendendo bandidos, o que é uma novidade na série. Para prender bandidos, Mendoza mostra o distintivo para eles e os bandidos magicamente ficam parados. Não tente fazer isso em casa, pois você provavelmente vai virar um queijo suíço, mas a ideia funciona relativamente bem.

Os bandidos demoram um tempo para reagir e você deve algema-los antes que eles o façam. Eliminar inimigos dessa forma não alerta reforços, e você pode passar pela maioria dos mapas apenas prendendo inimigos sem usar nenhuma bala, ganhando assim níveis de Perito (que desbloqueiam armas e acessórios para a campanha e para o modo multijogador), mas está meio na cara que muitos mapas foram feitos para isso. Os inimigos têm seu cone de visão mostrados no mapa e em muitas das situações eles estão implorando para serem presos. Caso você dispare, praticamente todos os outros bandidos do cenário ouvem os tiros e vêm atrás de você. É como se eles compensassem a falta de visão periférica com uma audição biônica (afinal é isso o que acontece com os cegos né?) e você pode se ver em maus lençóis rapidinho.

O principal problema desse modo de prisão é que o mesmo botão usado para prender é o botão de melee de Mendoza, ou seja, você pode acabar dando de cassetete na cara dum bandido ao invés de algema-lo, e isso acontece de vez em quando, acabando com todo o seu cuidado em não chamar a atenção, já que os berros dos bandidos em agonia também chamam os companheiros deles. De resto, as missões são basicamente usar um scanner à lá Far Cry e ir recolhendo evidências e escaneando seus alvos, além da eventual cena de perseguição de carros. No fim das contas, a campanha de Hardline é divertida e tem seus bons momentos. Apesar de nenhum deles ser grandioso.

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O modo multiplayer do jogo é uma espécie de Battlefield repaginado, e mais lembra um mod do que um jogo original de fato. Os modos são basicamente todos os modos de Battlefield com nomes e situações um pouco diferentes do normal. No geral, o combate do multiplayer é bem o que você espera de um Battlefield: corra, atire, morra, renasça, corra, morra, renasça, corra, morra, mate um de vez em quando, e por aí vai. O foco foi alterado para a movimentação, ao invés de tentar manter-se num lugar só e matar o máximo de inimigos o possível, e isso é uma novidade bem-vinda.

Para quem não jogou o Beta e ficou achando que o multiplayer do jogo é uma espécie de Payday com bem mais gente, fica o alerta: ele não é. Imagine-se muito mais num híbrido da quantidade de jogadores de Battlefield e o uso de veículos com a movimentação forçada de Call of Duty, onde você tem mais chances de morrer se ficar parado no mesmo lugar do que se estiver andando pelo cenário (e atirando pros lados certos, é claro).

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Graficamente, Hardline não muda muito em relação ao antecessor. As principais mudanças, obviamente, foram nos cenários, que passaram de tons de marrom e amarelo para o cinza da cidade. A ação se desenrola bem o suficiente na tela, mesmo com vários personagens se movendo e eu não encontrei lentidão nem engasgos com tudo no máximo a 1080p numa GeForce GTX 770. A trilha sonora do jogo é interessante. Não há muitas composições, mas há músicas escolhidas a dedo para compor-la e elas funcionam bem. Até que você ouve a dublagem.

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Eu não costumo falar muito sobre dublagens de jogos porque eu sou de uma geração que foi criada para não gostar de filmes dublados em português, e essa implicância se estende aos jogos. Eu realmente prefiro ouvir as produções em outros idiomas, ao invés do português brasileiro porque, salvo exceções, em 95% das vezes eu vou estar correto. Nesse caso, também. A dublagem de Battlefield Hardline é ruim? Não, ela é horrível e tudo graças ao trabalho do Roger, que foi contratado pela Warner Bros. (distribuidora do jogo aqui no Brasil) para fazer a voz de Nick Mendoza.

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Roger é um músico, não é um dublador, e nem tenta ser durante o jogo. Ele parece não estar nem um pouco afim de fazer o trabalho de dublagem, e muitas vezes parece que ele fala pra dentro, com uma batata na boca e sem a mínima vontade de entrar no personagem. A dublagem vai melhorando conforme o jogo avança, mas ela passa de horrível para muito ruim, ou seja, ela só fica menos pior mesmo, talvez até porque o nosso ouvido se acostuma, mas chega a ser hilário de tão ruim quando Mendoza e outros personagens estão numa cena tensa, já que todo mundo está alarmado e ele com aquela voz de “não queria ter saído da cama hoje, que saco”.

Dito isso, fica a dica: mude o idioma do Origin para inglês antes de baixar o jogo e fuja dessa dublagem. Eu repito, a dublagem não é muito ruim, ela é horrível. É um dos serviços mais mau feitos que eu já tive o prazer de ouvir.

Review elaborado com a versão de PC do jogo fornecida pela Waner Bros. do Brasil.

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Resumo para os preguiçosos

Battlefield Hardline tenta apresentar uma nova perspectiva na franquia, mudando as batalhas de exércitos para o bom e velho polícia e ladrão. A campanha do jogo apresenta algumas novidades e não chega a ser ruim, mas não tem nenhum momento particularmente brilhante. O modo multiplayer é Battlefield 4 repaginado para a temática do jogo, e mais parece um mod do que o jogo de fato. Assim como a campanha, também não é ruim, mas também não tem nenhum momento particularmente brilhante. E Roger é um terrível dublador que estraga completamente o personagem principal do jogo.

Nota final

70
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Campanha divertida e com o tamanho ideal
  • Novidades interessantes na campanha, como prender bandidos e procurar evidências

Contras

  • Nada que de fato impressione
  • Pela quarta ou quinta vez, a dublagem do Roger é realmente muito ruim
  • A versão de PC não tem nenhuma integração com o controle do Xbox 360 e você é obrigado a jogar no teclado
  • Problemas para instalar o jogo
  • O plugin do Battlelog não funciona com o Chrome 64 bit
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.