Battlefield 6 é um dos jogos mais aguardados do ano, ainda mais pelos fãs de jogos de tiro em primeira pessoa, que esperam pelo retorno triunfal de uma das franquias mais tradicionais do gênero. Com a aposta em uma nova campanha e na destrução do cenário como parte fundamental do gameplay, como será que esse jogo se sai?

Em Battlefield 6, como de costume nos jogos do gênro, temos dois jogos dentro de um só, ou seja, uma campanha single player que conta a história de pano de fundo das facções do modo multiplayer do jogo, e o modo multiplayer em si. Por causa disso, vamos dividir a nossa análise em duas partes, começando pela campanha e depois falando do multiplayer.
Você assume o papel de integrantes da unidade de elite Dagger 13, que precisa enfrentar as operações globais de Pax Armata para impedir que a corporação tome o poder nas ruínas dos estados fragilizados, cumprindo missões em diferentes partes do globo como os Estados Unidos, o Tajiquistão e o Egito.
Durante cada uma das missões do jogo, você controla um personagem diferente da Dagger 13, conhecendo um pouco mais sobre cada um deles e suas motivações para estarem dentro da guerra, e combate Kincaid, o líder da Pax em uma caçada frenética.
Apesar da campanha dificilmente ser o forte da franquia Battlefield, eu acabei gostando do que encontrei na campanha de Battlefield 6. Ela está longe de ser a melhor e mais original campanha de um jogo de tiro em primeira pessoa, mas ela faz um bom trabalho não só apresentando bons personagens, discussões sobre como a guerra afeta não só os cidadãos mas também os próprios soldados que fazem parte dela, mas também serve muito bem para mostrar como as diferentes classes do jogo funcionam dentro dele, servindo meio que como um “grande tutorial básico” para você aprender a jogar Battlefield.
As missões são variadas o suficiente, com você controlando snipers, classes de assalto e engenheiros conforme avança durante os mapas, e também veículos como um tanque de guerra e jipes durante algumas missões em específico. A melhor parte da campanha, de longe, é que, apesar de na maioria das vezes os combates serem entre pequenos esquadrões de 4 unidades contra 10 a 15 inimigos, há pelo menos dois momentos em que temos verdadeiros dois exércitos se enfrentando de ambos os lados, e aqui é impressionante como a coisa funciona muito bem no jogo.
Há um desses momentos, inclusive, em que o seu exército está sendo sufocado pela quantidade de inimigos que os adversários da Pax possuem, e eu me vi sendo forçado a recuar durante o combate organicamente, ou seja, sem ordens do controle da missão, porque simplesmente não tinha mais como manter a posição em que eu estava sem ser alvejado de diversos lados.
Como é impossível deixar de comparar, se eu tivesse que classificar a campanha de Battlefield 6, eu diria que ela é tão boa quanto um bom capítulo dentro da subsérie Modern Warfare de Call of Duty. Não é a melhor campanha que eu já joguei em um jogo de tiro, mas é com certeza uma das melhores campanhas que a Electronic Arts já colocou em um jogo dessa franquia, durando cerca de 5 a 6 horas até você chegar aos créditos dele.
Mas ninguém compra um Battlefield para jogar a campanha dele, então falemos sobre o que interessa: o multiplayer. O multiplayer de Battlefield 6 é, sem dúvida, o coração do jogo e o ponto que mais vai agradar aos fãs veteranos da franquia. Depois dos problemas enfrentados em 2042, a DICE parou tudo e tentar entender o que deu errado, trazendo uma experiência muito mais próxima do que ela era nos tempos de Battlefield 3 e 4, com batalhas intensas, destruição em larga escala e foco na cooperação entre esquadrões. Essa abordagem de volta às raízes funciona muito bem, resgatando o que sempre fez Battlefield se destacar: o caos organizado de combates massivos em que cada jogador tem um papel fundamental.
As mudanças implementadas tornam a jogabilidade mais fluida e tática. O novo sistema de movimentação, chamado de Kinesthetic Combat, adiciona ações como rolar, correr agachado e arrastar companheiros feridos para cobertura, criando situações dinâmicas deixando a movimentação pelo combate muito melhor do que ela era antigamente, que parecia meio durona e parada no tempo.
Já o conceito de Destruição Tática eleva a interação com o ambiente, permitindo abrir fachadas, derrubar pisos ou criar passagens improvisadas para surpreender inimigos. Esses detalhes fazem que cada partida pareça única, com o mapa se transformando conforme o combate avança e as explosões moldam o terreno.
Houve momentos, por exemplo, onde eu simplesmente estava andando dentro de uma estrutura, o chão abriu e eu caí no meio de uma sala sendo prontamente baleado pelos adverários. Eu nem imaginava que isso era possível, e aparentemnete será uma das metas dos times ao lutar no campo de batalha. Saber que a maioria do cenário é destrutível coloca um componente de imprevisibilidade muito interessante no jogo, e faz cada batalha parecer única, ao invés do antigo “nasce, corre até o objetivo, morre de um tiro vindo nem sei eu de onde”.
Outro ponto de destaque é o retorno do sistema clássico de classes, com Assault, Engineer, Support e Recon ocupando novamente o centro da jogabilidade. A decisão de abandonar os especialistas de 2042 trouxe de volta o equilíbrio e a clareza tática que os jogadores sempre apreciaram, agora com um toque de liberdade maior graças à política de armas abertas.
Ainda sobre o combate, vale ressaltar que eu achei os veículos que eu controlei meio desajeitados para manobrar. Mas como a oportunidade de jogar o multiplayer antes do jogo lançar não foi das melhores já que havia pouca gente nos servidores, esse é o tipo de coisa que a gente pega melhor com mais tempo de jogo mesmo.
Graficamente, Battlefield 6 é simplesmente um espetáculo visual de caos e destruição. O jogo é adrenalina pura e os gráficos mostram exatamente isso, com bombas explodindo a todo momento, escombros voando para todos os lados e muita fumaça e faíscas, e tudo sem nenhum tipo de queda de quadros perceptível, o que certamente torna a experiência ainda melhor.
A trilha sonora do jogo é padrão dentro do que imaginamos para um jogo do tipo. E ele também vem com legendas e dublagem em português, mas você só pode jogar ou o jogo todo em português ou todo em inglês, sem poder selecionar idioma de dublagem e de legendas à vontade.
Mas e aí, Battlefield 6 vale a pena?
Battlefield 6 é um verdadeiro retorno às raízes da franquia, e causa aquele mesmo sentimento de “wow” que Battlefield 4 causou na gente ao vermos um prédio sendo colocado abaixo pela primeira vez, mas desta vez numa escala muito maior. O jogo realmente foca nos pontos mais fortes da franquia e ainda por cima traz uma sólida campanha e uma história que deixa os fãs querendo mais. Em resumo: Battlefield voltou, senhoras e senhores.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Battlefield 6 marca o retorno triunfal de uma das franquias mais icônicas dos jogos de tiro em primeira pessoa. A campanha single player se passa em 2027, em meio ao colapso da OTAN e à ascensão da corporação militar privada Pax Armata, colocando o jogador no papel dos soldados da unidade Dagger 13 em missões ao redor do mundo. Apesar de curta, a campanha impressiona pela variedade de situações e pela forma como introduz as diferentes classes e mecânicas do jogo, funcionando como um excelente prólogo para o verdadeiro foco da experiência: o multiplayer.
No modo multiplayer, Battlefield 6 resgata o espírito clássico de Battlefield 3 e 4, com batalhas massivas, destruição em larga escala e forte cooperação entre esquadrões. As novidades como o sistema Kinesthetic Combat, que torna o movimento mais fluido, e a Destruição Tática, que transforma o cenário em tempo real, elevam a imersão e tornam cada partida imprevisível. Com gráficos de ponta e o retorno das classes tradicionais — Assault, Engineer, Support e Recon —, o jogo entrega o que os fãs mais queriam: um verdadeiro retorno às origens, sólido, intenso e digno do nome Battlefield.
Prós
- Excelente sistema de destruição
- Bom gunplay
- Boa campanha
- Multiplayer modernizado
Contras
- O combate de veículos ainda é meio desengonçado
- Não dá para escolher idioma de dublagem e legendas em separado.